Poemas, frases e mensagens de GinaCortes

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de GinaCortes

Ontem

 
No horizonte chegaram minhas flores
sem canteiros. Não quis fazer podas. Se as flores alcançassem o céu, pássaros seriam
livres no meu olhar.
Ontem te amei sem deserto, sem sede de orvalho. Sem a ganancia de consumir (te) como o derradeiro pedaço de pão.
Quando o céu estava coberto, era de estrelas... mar de sol, era de brisa e era de ti, sendo sombra pra mim.
 
Ontem

Aurora

 
O silencio engole minutos e, logo mais, também as horas!
Rápido, com desespero, consome o tempo porque sabe que os sons já estão vindo e a vida, de alguma forma, é feroz.
Se estica e se dobra pra ter, por alguns instantes, mais de uma cor até vestir
o céu inteiro pra, finalmente, ser vítima, primeiramente, dos pássaros.
 
Aurora

Quando chegar o amanhã...

 
Havia calçadas
guardando ruas
com vestidos da cor do verão dando abraços à primavera.
Brotando do chão,
muitas quimeras também nas bocas e pelas mãos. Risos e palavras eram pipas coloridas no céu que não dormia;
Estrelas estavam ali, brilhando escondidas para não espantar o dia.
Algumas vezes meu olhar pedia lua, mas teus lábios atrevidos não deixavam anoitecer o que acontecia...
Viver e amar, amar e viver com ousadia.
 
Quando chegar o amanhã...

Pétala desmembrada

 
Colhe-me flor quando não
sabes que sou apenas pétala
de uma flor maior

Como saia, ergueu
as pétalas
que o vento com
rigor não perdoou

Mirabolante fui ao
ar, navegando em
nuvens e foi tanto
azul no céu que me
afoguei pensando que fosse mar

Para cair na palma do amor, pétala, parte passional da grande flor, eu sou...
Enquanto lá, sapiente no grande chão, ela fica
perfumando a razão, incentiva-me a sempre
a galopar no vento
e ser dela a parte louca da emoção.

Colhes-me como flor
mas tenho mãe.
Pequena parte pra poema de amor, simples pétala dela, sou.
 
Pétala desmembrada

Torpor

 
Quando te alcança um tempo
onde tudo já tem nome, tudo ja tem cheiro e até as dobras do vento tem cor e o céu
da boca já se estrelou de sabor ,
nada mais te estremece; nem espinho, nem frio,
nem ferida... nem amor
 
Torpor

Secas

 
cambaleantes
sem sucesso
de horizontes
sede e fome
traça linha pontilhada

pobre verso
boquiaberto
peregrino,
seco de nuvem
de inverno
deixa rastros
fracos no caderno do deserto
 
Secas

Canto do rio

 
Na beira do rio chegamos
eu, o crepúsculo, o violão e a solidão.

O céu trouxe os pássaros e a brisa
e, de carona, folhas encheram o ar.

Também chegou a saudade
pra garantir o seu lugar. Trouxe consigo um sorriso
pra que no tempo eu pudesse voltar.

Quando o violão lançou notas no ar, a solidão não quis mais ficar.

E o rio...
 
Canto do rio

Homem

 
Vermelha, no topo
da torre fria, treme uma bandeira.
Existe quem diga que não; que é mão,
afastando do peito, o coração,
pra não sofrer desilusão.
Eis o castelo!
Seu salão pra festas nunca se encerra. De portas e janelas sempre abertas pra borboletas, cinderelas e
julietas
 
Homem

Seja eu o caule, não a flor

 
Seja eu o caule, não a flor
 
Seja eu o caule, não a flor.
A flor é a oferenda
o caule, o doador.

No principio de que
quem doa, muito recebe,
sempre terei em mim
uma flor e seu olor.
 
Seja eu o caule, não a flor

dilu(ir-se)

 
dilu(ir-se)
 
No momento lilás, que separa a noite do dia,
o silencio sempre encontra-me diluída em pensamentos.
Nem sempre é de remanso tal mistura; às vezes efervesço
em soluções ambíguas, e entro em desespero
sem saber o que está no avesso.
N' outras, borbulhas me engolem; fazem-me acreditar
que a vida é macia, como o deslize feliz de uma gota
de orvalho numa pétala de rosa ou no verde
promissor de uma folha, Sem se importar se
caiu da madrugada que chora.
 
dilu(ir-se)

Nem sempre há flor por onde for

 
Minha carência é borboleta buscando néctar de flores que brevemente irão morrer;
no colo de algum outono
ou no choro de algum inverno.
É quando a primavera encontra um canto para tirar um sono.
Minha borboleta tem sede de flor.
Quer se embriagar
borboletando ar de amor...
Sem mais seda pra
pousar e sem cores
pra se camuflar, a borboleta voa sem rumo, asas sem descanso tremeluz sem plumo; o voo se desmancha quando alimento não alcança.

Ah minha borboleta!
Por onde perdeste as asas? Agora és esta lagarta que se arrasta
atrás de casulo pra se guardar

Mas casulo só abriga lagarta que
ainda vai debutar.
 
Nem sempre há flor por onde for

amor extemporâneo

 
Valsa de vento em capinzal
pisoteio de paixão
no tardio desabrocho de
pétalas no ar pra imersão.
Levita corpo de borboleta aberta
nestes campos salpicados de festa

É só amor que soletra.

Foge, foge (bailarina de quimera)
com tua pele surrada de tempo. Foge do vento, foge das nuvens, foge dos teus pensamentos,
que pouco jura o amor a quem há muito se despiu da menina rubrosa de flor.
 
amor extemporâneo

Castelo de ilusão

 
《♡》
\°¡~~♧]
 
Castelo de ilusão

Atração

 
Quando se conseguir
incutir na mente que viver por si
e para si é o que basta,
o corpo se ressente
e se desbasta.
O calor que emana é insuficiente;
a pele apela por outra aderente ...
a boca se desgosta
do próprio gosto....
Não adianta isolar alma
se do lado de fora
a química tem
carne e rosto.
 
Atração

Dentro de mim

 
Meu esconderijo me guarda com suas cercas de arames afiados
- cercas por onde sobem flores trepadeiras acostumadas com
espinhos - flores
pequeninhinhas de frageis pétalas
e cheias de viço de
coragem,
quando arrebentam
a armadura e seus
perfumes espantam
o escuro que me
engoliu.
São Pequenas crianças que
me estendem luz
e o brilho de
suas inocências.
Ainda é por isso
que me deixo respirar
mais um pouco, deixando a asfixia
do amadurecimento
num ângulo difícil
de ser aberto.
Meu esconderijo ouriçado não surgiu para ferir...
só afugenta quem
quer invadir pra agredir.
De longe ficam à espreita, curiosos
encantados com
a dança das florezinhas enquanto ouvem
do interior meu
agasalhado
canto.
 
Dentro de mim

vida sem dívida

 
Quando na perfeição
não faço parte
do conceito.

Querer-te perfeito
e do meu jeito,
decepção
é meu direito

Perfeito és
para viver
e não para meu
querer
 
vida sem dívida

Marejar

 
De tudo tem
lá fora

Dentro de mim,
de tudo e mais um pouco
E tem.ausencia
que tudo devora
como sombra
disputando fatia maior
e fica
Toma corpo
de saudade,
tanta que pela janela transborda
Aquele tudo lá fora
não desperta
para o interior que se afoga sem ter mais que falar.

Palavras todas caídas em mar
de rasgar.
 
Marejar

Voos periféricos

 
Dizem que o perigo anda ao redor.
Ficar no centro é viver agarrado no medo.

Quero meus cabelos dançando
no vento
Rodopiando num
ciclone ou
como um cata-vento
espantando pra longe
tudo que se prende
no centro por
convencimento.
 
Voos periféricos

sensibilidade

 
Existe uma poesia para cada pessoa ,mas, nem toda pessoa é sensivel o suficiente para acolher sua poesia.
 
sensibilidade

Silente

 
Amar-te é escrever em página invisível
palavras transparentes deste sentimento.

É o pensar que te afaga. O olhar é quem te fala. O coração tudo guarda nesta embalagem de silencio.

Por onde vou, amar-te comigo segue; sem trégua, sem pausa na estrada,
nunca se desgasta e também nunca se excede; sombra de tempo inteiro que
não exige mas pede.
 
Silente