"Libertas"
Liberto-te.
Terás, assim, o direito ao refúgio.
Em ti, de ti para ti.
E no fim verás que também eu me libertei.
De mim para mim, em mim.
Iluminar-nos-emos e renasceremos.
O novo eu será isso mesmo: novo.
Será mais eu,
Será mais tu.
Será mais nós.
Seremos novos caminhos para quem nos quiser trilhar.
No entanto, existirá sempre a sinuosidade…
Florbela, espanca-me...
Desculpa lá Florbela mas, amar perdidamente só a mim!
Não como o Narciso, que esse acabou mendigo do próprio corpo.
Mas amar a carne, os ossos e a pele. As mãos, os dedos e as unhas. Os nervos, as veias e o sangue. Tudo aquilo que me faz. E aí sim, serei mais alto, serei enorme.
E, assim, poderei perder-me de amor, nem que seja pela poesia, pois quando o vulcão vier e estoirar, saberei onde encontrar-me.
Depois, talvez o poeta…
Dolore
O amor só será amor
Quando dele provarmos a dor.
E aí as palavras só serão precisas estando caladas.
Outrora senti o amor, aquele pelo qual morreríamos.
Então provei a dor e morri.
Quando renasci trouxe comigo um pedaço de carne esburacado,
É por ali que não sinto dor, a dor de ter amor.