Poemas, frases e mensagens de Arménio Cruz

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Arménio Cruz

TEMPO PERDIDO

 
TEMPO PERDIDO
 
TEMPO PERDIDO

Tempo perdido no tempo
O tempo que passa perdido
A coragem de viver este tempo
Um tempo sem tempo e sentido
Gente que vive este tempo
Como quem morre ou não
Sente-se o tempo que passa
Em fantasia, sonho, ou ilusão
Agarra o tempo que passa
Porque ele passa, passa e corre
Não queiras ficar sem tempo
Sem tempo, como quem morre

Arménio Cruz
 
TEMPO PERDIDO

OS OLHOS TEUS

 
OS OLHOS TEUS
 
OS OLHOS TEUS

Gosto de ti assim
Da forma como olhas para mim
Desse jeito tão singular
Que só os teus olhos conseguem
Quando os meus perseguem
Nesse doce olhar

São tão belos os olhos teus
Que ao olharem prendem os meus
Numa prisão de amor e ternura
Que eu quero ficar enclausurado
Desta maneira tão enamorado
Até à hora da sepultura

Não quero ver-te chorar
Nem desses olhos brotar
Lágrimas de tristeza e dor
São tão belos quando brilham
Até parece que falam
Coisas de paixão e amor

Se eles falam não sei
Nisso nem reparei
Também é pouco importante
O que interessa é, com eles comunicar
Sentir a sua forma de amar
Num olhar forte e constante

O teu olhar é tudo isto
E por isso eu não resisto
A tão intensa ternura
Que esse olhar lança
E que eu guardo na lembrança
Numa recordação doce e pura

Arménio
 
OS OLHOS TEUS

NEVOEIRO DA VIDA

 
NEVOEIRO DA VIDA
 
NEVOEIRO DA VIDA

Sentado e acordado na vida
Qual pensador em desespero
Tentando sarar a ferida
Que o consome como bicho o pêro

Essa ferida sem chaga
Que lhe ataca a mente
Luta o herói contra a praga
Como guerreiro bravamente

É uma guerra de todo injusta
Duma violência amarga
É a derrota que mais o assusta
Por isso a luta ele não larga

Luta e luta desesperadamente
Perdido neste nevoeiro
Que é a vida quase ausente
Sem norte e sem paradeiro

O nevoeiro é intenso
E é difícil seguir caminho
Neste labirinto denso
Que o faz ficar sozinho

Resistindo à intempérie
Que é o nevoeiro que da vida emana
Luta porque a vida ele quer
Nesta espera Sebastiana

Arménio
 
NEVOEIRO DA VIDA

OUVIR O TEU PENSAMENTO

 
OUVIR O TEU PENSAMENTO
 
OUVIR O TEU PENSAMENTO

O som do teu pensar
É estranho, mas oiço
Sei tudo sem te ouvir falar
Num som vindo do fundo do poço

É a força de te conhecer
De saber das tuas carências
É ouvir-te mesmo sem te ver
E sem ter outras referencias

Quando em ti eu penso
Os olhos eu fecho para pensar
É só ter um pouco de bom senso
E em silencio imaginar

Imagino tudo em ti
Como quem faz telepatia
Sei que sentes que te vi
Neste pensar com alegria

Alegro-me com este pensamento
Que me faz tão bem à alma
Oiço a tua voz em movimento
Tão bela, meiga e calma

O som da tua voz
É um som tão cristalino
É como um rio quando chega à foz
Naquele cantar tão belo e fino

Ouvir o teu pensamento
É sentir que também sentes
Quando sentes esse momento
Nessas noites tão quentes
 
OUVIR O TEU PENSAMENTO

VISÕES DE AMOR

 
VISÕES DE AMOR
 
VISÕES DE AMOR

Hoje vi-te tão bela
Passeando numa ruela
Correndo com alegria
Na boca um belo sorriso
Olhando o céu todo liso
Ameaçando que chovia

O vento soprava forte
Era vento norte
Que fazia esvoaçar
Os lindos cabelos teus
Seguidos pelos olhos meus
E o coração a palpitar

E como palpitava o coração
Guiado pela emoção
Do que viam os olhos meus
Uma silhueta moldada pelo vento
Eu, de alegria quase rebento
Com tal visão, oh… Deus!

São visões p’ra recordar
Com o pensamento a voar
Por entre nuvens de algodão
Eu vejo a tua silhueta
Na linha do horizonte direita
Com uma chama de emoção

Cada vez mais me convenço
De que és o meu universo
Na constelação do amor
És o Sol que me aquece
E que em mim estabelece
Uma forte onda de calor

És a luz e o calor
És a mais bela flor
Deste meu jardim
Num vaso te vou colocar
Para te poder deslocar
E ter-te sempre junto a mim

Arménio

Março de 2003
 
VISÕES DE AMOR

IMPLORO

 
IMPLORO
 
Imploro

Imploro assim sentado
Nesta cadeira pregado
Com a alma já doente
De tanto implorar
De tanto orar
Estou a ficar descrente

O tempo passa a custo
E a vida é um susto
Neste comboio fantasma
Mesmo sem ir à feira
Eu vivo terror à minha beira

Dor, substantivo abstracto
E eu dela já estou farto
De tanto a sentir
Já nem a sinto
Até parece que minto

Este som mete medo
Este ruído em segredo
Que me destrói e esmaga
É um silêncio que enlouquece
A alma que envelhece
E o coração que se apaga

Nesta poluição sonora
De silêncio a toda a hora
Eu sinto-me definhar
No abismo da incerteza
Eu imploro como quem reza
Para ELE me acompanhar

Arménio Cruz Setembro-2007
 
IMPLORO

QUE MAR ENORME!

 
Que mar enorme

Ele que a todos domina
E a mim tanto fascina
Agora me faz sentir arrepio
Com a sua dimensão enorme
Que até a alma me consome
E o desejo de o transformar em rio

Que mar tão largo este
Que agora me deixa tão triste
Na distância que provocou
Entre eu e um jardim
Com uma flor tão bela assim
Que nesse canteiro desabrochou

Oh!... mar imponente
Traz-me esse presente
Que é tudo o que quero
Nas tuas algas salgadas
Ao sabor das tuas vagas
Traz-me, que eu desespero

Arménio Cruz

Outubro de 2000
 
QUE MAR ENORME!

FOGO

 
FOGO
 
FOGO

És a chama que arde em mim
Que ardendo não queima, queimando
Ardo neste fogo e sinto-me bem assim
Ardendo de amor e amando

Incendiaste a minha alma
E o meu corpo quente vai ficando
Os meus braços quentes até à palma
Abraçam-te fortes apertando

Morrer no fogo dos teus beijos
Não é morrer de morte
É activar todos os desejos
E mergulhar numa paixão forte

De amor, já ardi na tua boca
Que é quente como brasa queimando
De paixão ficaste também louca
E assim nos ficámos amando

Arménio Cruz
 
FOGO

OLHOS VERDES

 
OLHOS VERDES
 
OLHOS VERDES

Quando olho os teus olhos
Vejo a montanha, vejo o mar
Ficam os meus olhos cegos
Por tanto os teus amar

Esses olhos tão brilhantes
E meigos na expressão
Foram eles que prenderam
O meu pobre coração

São verdes os teus olhos
Esperança a sua cor
Sinto-me leve que nem nuvem
Neste universo de amor

Universo que é só nosso
Esse segredo que guardamos
A nós dois está limitado
Porque somos nós que nos amamos

Que mistério é este, que mistério
Que me passa pela alma, meus Deus
Sinto algo estranho em mim
Sempre que olho os olhos teus

Eles têm um olhar tão quente
Como fogo que arde sem queimar
Deixa-me arder nesse fogo
E aos teus olhos amar

Vi-te sem te ver
Que coisa estranha esta
Tocar-te sem te tocar
E é isto que me resta

Quero ver-te, quero tocar-te
Mais não posso esperar
A ansiedade é grande podes crer
E os olhos verdes quero beijar

Arménio Cruz
 
OLHOS VERDES