Poemas, frases e mensagens de Saulopenna

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Saulopenna

Menina dos Olhos Negros

 
Um di’ouvi da tua boca
Que não eras de tanta beleza...
Discordei na mesma hora,
Por isso, digo-te agora...
És linda! Com tod’a certeza.

Teus cabelos são magníficos,
Fazem de ti uma sereia;
Já consigo imaginar
Você radiante a cantar
Numa praia rodeada d’areia.

Teus olhos são diferentes,
São calmos, também carinhosos;
Expressando tão doce alvura
Esbanjam muita ternura...
Ah! Joias... Diamantes precisos.

Ao ver teu rosto perfeito,
Essa simétrica pintura,
Eu começo a perguntar:
“Como Deus pôde criar
Beleza assim... Tão pura?”

Em nome da verdade
Dir-te-ei com tod’a clareza:
Tens algo de tão envolvente,
Não és bela, simplesmente...
És perfeita por natureza.
 
Menina dos Olhos Negros

Eu?

 
Sou aquele que por tempo
Amou-te de corpo e alma,
Desprezando qualquer barreira,
Superando cada trauma.

Sou aquele que sente vida
Em teu brilhante olhar impuro,
Vendo nele nossos filhos
– O nosso possível futuro –

Sou aquele que passou noites
Em pranto por tua beleza,
Lembrando da radiante imagem
– A minha maior fraqueza –

Sou aquele que nem em sonhos
Pôde um dia possuí-la;
Sou o pobre guardião desta mágoa,
Que aos poucos me aniquila.

Sou aquele que foi o único
A admirá-la com tod’a pureza;
Teus encantos foram meu eixo,
Mas minha vida... Eterna tristeza.

Sou aquele que chora em versos
Por tratar-me com tanto desdém;
Sou aquele cuja alegria
Migrou para um mundo de magia...
Sou o teu poeta! Meu bem!
 
Eu?

Lacuna na Valentia

 
Saibas tu, que nada temo,
Por muitas coisas já passei,
Tantas dores... Aguentei,
Já conheço meu extremo.

Gosto de andar no escuro,
Não tenho medo da morte,
Não tenho crença na sorte,
Nessas ruas me aventuro.

Não tenho medo de monstro,
Não tenho medo do frio,
Não tenho medo de água,
Nem da correnteza do rio.

Não tenho medo de fogo,
Não temo nenhum ladrão,
Não tenho medo de cobra,
Nem de sótão ou porão.

Não tenho medo de morto,
Não tenho medo da vivo,
Não tenho medo de bruxa
Ou pensamento negativo.

Não tenho medo de prova,
Não tenho medo da dor,
Não tenho medo de doença,
Nem de ser um sonhador.

Jamais ligo p’ra barulho,
Não temo nem a pobreza,
Mas ao ver-te tão radiante...
Surge então, minha fraqueza.

Como dizer que sou valente
Se uma moça assim, tão bela,
Pode tanto me machucar
E fazer-me render a ela?

Conto aqui o meu segredo,
Minha triste e única dor:
Na real, meu grande medo...
É viver sem teu amor.
 
Lacuna na Valentia

Sonho Improvável

 
Quando vejo o meu amor,
Na minha frente a dançar,
Fico morrendo de desejo,
De seu amor conquistar.

Aquele corpo a se mexer,
Seus olhos sempre brilhando,
De tanto eu observar,
Quando noto já estou sonhando.

Não sei como vou conseguir,
Não saberei viver sem ela,
Só me resta pedir às estrelas,
De noite sozinho na janela.

Aos poucos vou entendendo,
Aos poucos a vida revela,
Sei que não tenho chance,
De ser amado por ela.

No futuro tudo é possível,
Posso vê-la viver sozinha,
Posso vê-la casar com outro,
Mas Deus! Por que não minha?
 
Sonho Improvável

A Espera de Um Doce

 
Pediu-me uma bala doce,
Não pode mais esperar,
Menina sinta o qu’eu sinto,
Note que não te minto,
Quando juro te amar.

Repare como é chato,
Aguardar o que queremos,
Você espera a guloseima,
Eu espero o que me queima,
Assim sempre, nós seremos.

Isso é só uma balinha,
Mas é quase’o que eu quero;
Eu quero você, Meu Doce,
Gostaria que você fosse...
A verdade que tanto’espero.

Faz tempo que’stou no aguardo,
Um dia: Uma’eternidade,
Preciso de ti, ó Meu Bem,
Te amo como ninguém,
Seja minha. Sem maldade.

Jovem musa, amada linda,
Agora dou-lhe’a balinha,
E lembre como te quero,
E do tempo que eu espero,
P’ra tê-la, ó Deusa Minha.
 
A Espera de Um Doce

Canção do Amor

 
Eu conheço uma mulher,
Que desperta’o meu amor;
Não há nenhuma igual,
Nenhuma tem seu valor.

Seus olhos são como estrelas,
É tão bela quanto às flores,
Seu sorriso é cheio de vida,
Sua voz desperta amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Penso no olhar sedutor,
Da mulher que conheço,
Que desperta’o meu amor.

Sua pele é macia,
E cheira como uma flor;
Em cismar - sozinho, à noite-
Eu lembro de seu valor;
Eu conheço uma mulher,
Que desperta’o meu amor.

Não permita Deus que eu morra,
Sem dela, provar o sabor;
Sem que desfrute o prazer,
De sentir o seu calor;
Sem ter comigo’a mulher,
Que desperta’o meu amor.

OBS: Inspirado no poema “Canção do Exílio” de Gonçalves Dias
 
Canção do Amor

Frase

 
"O amor é tão raro que, nos dias atuais, a paixão é vista como amor e o amor é visto como obcessão." - Saulo Penna Neto
 
Frase

Finalmente

 
É loucura, meu anjo, é loucura
Os amores por anjos... bem sei!
- Álvares de Azevedo

Com mulheres belas e perfeitas
Eu sonhava, meu bem! Eu sonhava!
Tudo tão longe da minha verdade...
De alguém que me amasse eu nem suspeitava.

Foi vivendo na escassez do amor
Que acostumei com a falta de tal,
Pois quando tudo na vida é tão frio
O mais importante se torna anormal.

Mas aos poucos meus olhos abriram
P’ra uma nova vida, finalmente;
Conheci uma princesa linda e pura,
Que aos poucos invadiu minha mente.
 
Finalmente

Ter Amigos Bons

 
Ter amigos bons...

É ter alguém que nos ajude,
A entender complicações,
Mostrando como se faz,
Para entender as emoções.

Amigos estão sempre perto,
Pois nunca me abandonam,
Amigos são inexplicáveis,
Simplesmente me emocionam.

Algo em bons amigos é fato,
Eles nunca me fazem sofrer,
Apenas quando não estou bem,
Fazem-me as coisas entender.

Quando estou muito perturbado,
Quando algo machuca minha alma,
Fazem do conflito terrível,
A paz que sempre me acalma.
 
Ter Amigos Bons

Como Pode Ser Tão Linda?

 
Caminho normalmente,
Sempre ajeitando a fivela,
Com meu ritmo constante,
Mas logo eu enxergo ela.

Meu coração bate mais forte,
Fico logo muito agitado,
Ao ver o meu sonho vivo,
Ao ver o rosto do pecado.

Como pode ser tão linda?
Parece uma pedra preciosa,
É o tesouro que eu procurava,
É realmente maravilhosa!

Quando eu escuto aquela voz,
Quando ela olha para mim,
No mesmo momento eu penso...
“Sereias existem sim!”

Realmente é magnífica,
É a flor que quero em meu jardim,
Com aquela deusa em meus braços,
Eu seria feliz até o fim.
 
Como Pode Ser Tão Linda?

Lágrimas dos Três Cantos

 
Canto I

Dor! Isso é tudo que sinto,
Algo em mim vai crescendo,
É a tal falta de amor,
Que aos poucos vai me rendendo.

Alguém ouve minha voz?
Será que é tão complicado?
Entender um sofredor,
Que se sente pouco amado?

Meu coração bate mais forte,
As mãos vão adormecendo,
Minha vida perde’o sentido,
E aos poucos eu vou morrendo.

Minha dor está sendo expressa,
Por um líquido transparente,
Que faz do meu rosto, riachos,
E dos meus olhos, vertentes.

Canto II

Criador, Deus e Meu Rei,
Não a tire de mim novamente,
Pare de me castigar,
Não sofri o suficiente?

Você conhece’o meu ponto fraco,
Sabe o que pra mim é vital,
Amenize um pouco’essa dor,
Sou apenas um jovem mortal.

Olhe agora’o seu filho,
Chorando, sozinho, em pranto,
Explique-me, Deus, Pai do Céu,
Por que de lágrimas, gosta tanto?

O Amor, ó meu criador
Não existe nada maior,
Mas quando está, ele ausente,
Nada pode ser pior!

Não quero viver assim,
Pai, você deve saber,
Quando a existência perde’o amor,
Só nos resta então, morrer.

Senhor, Rei dos amantes,
Explique-me, é senhor Deus,
Se consegue ver o sofrimento,
Que jorra dos olhos meus.

Canto III

Meu jovem anjo terrestre,
Tente me entender,
Ó musa que tanto sonhei,
E que tanto me fez sofrer.

Não precisa ser orgulhosa,
Nada disso é uma guerra!
Sua birra não vai ajudar,
Iremos todos p’ra baixo da terra.

Nossa vida é um pavio,
Muito curta. Você Sabe!
Então volte a me amar,
Antes que tudo se acabe.

Nossa! Que insuportável!
Que é sentir essa dor,
Eu serei p’ra sempre triste,
Assim morrerei de amor!

Querida, esqueça o que’é ruim,
Lembre-se do nosso carinho,
Lembre-se dos nossos abraços,
Recorde cada versinho.

Isso pode acabar assim...
Depois d’eu tanto te amar?
Será que chegou ao fim,
Será que só resta lembrar?

Não pode negar que foi bom,
A relação que nada podia deter,
Pergunto’a você, meu amor:
Vai conseguir me’esquecer?

Se as lembranças te marcaram...
Não corte’o nosso fino laço,
Levante-se já, ó garota...
Dê-me amor, um abraço!
 
Lágrimas dos Três Cantos

Pensamentos na Tarde Chuvosa

 
Que segredos a chuva esconde?
Como pode ser tão relaxante,
Ouço os pingos no chão baterem,
E penso naquela que está distante.

Queria poder abraçá-la,
O frio do seu corpo espantar,
Ficar horas e horas com ela,
Até seu coração abrasar.

Queria sentir aquele corpo,
Ver o brilho daquele olhar,
Sentir na pele cada curva,
E seus lábios muito beijar.

Seu toque me causa prazer,
Seu corpo é a mais bela escultura,
Seu cheiro me lembra uma rosa,
O seu todo me leva a loucura.

Que sensação agradável,
Como pode ser tão gostoso,
Passar a tarde imaginando,
Nós dois nesse dia chuvoso.
 
Pensamentos na Tarde Chuvosa

Francisco e Victória

 
I

Vou contar sobre dois jovens,
Na escola começa a história,
Quando no início do ano,
Francisco conhece Victória.

Naquela sala de aula,
Ele conhece seu amor,
Sem imaginar o destino,
Ele segue sem temor.

Victória teve surpresas,
Fazia tempo que não amava,
E na sala conheceu Francisco,
Ela nunca imaginava.

Ela foi muito simpática,
Já Francisco era mais frio,
Mas logo amoleceu,
Logo também sorriu.

Apavorado ficou Francisco,
Olhou, sonhou e imaginou,
Depois de a aula acabar,
O jovem então pensou:

“Tanta beleza num só corpo,
Como pode ela existir?
Que moça maravilhosa,
Não consigo resistir!”

“Que morena agradável,
Que sorriso mais brilhante!
Seu perfume é muito doce,
Seus olhos são diamante!”

Com algo ele não contava,
Algo que ele não sabia,
Quando Victória o conheceu,
Seu coração forte batia.

Francisco dormiu pensando,
Sonhou com a bela moça,
Com sua boca de morango,
Com sua pele feita de louça.

Victória ao mesmo tempo,
Dormir ela não conseguia,
Enquanto a paixão brotava,
Em seu diário ela escrevia:

“Conheci um belo jovem,
Acho que estou amando,
Ele é alguém diferente,
Já estou me acostumando.”

“Ninguém pode ter noção,
Do tamanho desse encanto,
Quando olho nos olhos dele,
Meus problemas na hora espanto!”

Sonharam um com o outro,
Naquela noite sem calor,
Imaginavam ambos no paraíso,
Compartilhando um forte amor.

No segundo dia de aula,
A situação então melhorou,
Victória teve coragem,
E a Francisco acenou.

Era o início de toda história,
De tudo que aconteceu,
Agora os dois estão presos,
No futuro que Deus escolheu.

Os dois conversaram então,
O recreio juntos passaram,
Perguntaram sobre a escola,
Sobre a vida dos dois falaram.

Com o tempo tudo aumentou,
O amor então nasceu,
Os dois se apaixonaram,
Foi assim que aconteceu.

Mas tinha um grande problema,
Algo para atrapalhar,
Nenhum tinha coragem,
De o amor então confessar.

Ambos com o mesmo problema,
Pensaram em se declarar,
Mas o maior medo dos dois,
Era fazer tudo desabar.

Esse foi só o começo,
De Francisco e Victória,
Mas logo contarei mais,
Depois continuo a história.

II

O tempo foi passando,
E eles apaixonados,
Sem um saber do outro,
Os dois ficaram parados.

Esqueceram então a paixão,
Que foi ficando de lado,
Guardaram tudo em segredo,
Pra ninguém sair machucado.

Amigos então se tornaram,
Com medo de a relação destruir,
Os dois se acertavam muito,
Não podiam se iludir.

A paixão que eles sentiam,
Ambos tentaram ocultar,
Como amigos se amariam,
Mas a si mesmo não pode enganar.

Então os dois foram amigos,
Gostavam de se homenagear,
Então do nada Francisco,
Começava a ela falar:

- Conheço uma linda dama,
É uma menina tão bela,
É morena e delicada,
Victória é o nome dela!

- Essa mesma bela jovem,
Para meus defeitos não liga,
Pois acima de todas as coisas,
Ela é minha a amiga!

Quando Francisco falava assim,
Victória ficava se preparando,
Quando ele acabava,
Ela chegava recitando:

- Francisco, meu querido,
Com quatorze anos te conheci,
E depois desses momentos,
Nunca mais te esqueci!

- Para sempre te amarei,
Com você não falta nada,
Você sempre me completa,
E me sinto muito amada!

Mas depois de alguns meses,
A paixão foi esquecida,
Ela ainda existia,
Mas não era percebida.

Victória de vez em quando,
Algum namorado arrumava,
Mas sempre durava pouco,
E o Francisco já não gostava.

Às vezes ela gostava de algum,
E para Francisco contava,
Ela perguntava – O que acha?
Então em voz alta ele falava:

- Vamos ver então a foto,
Esse é teu namorado?
Eu não gosto desse cara,
Muito menos do penteado!

- Olha a cara de malandro,
Deve ser um sem-vergonha,
É um grande ignorante,
Que escolha tão medonha!

- Imagina esse sujeito,
Nem estudo deve ter,
E acima de todas as coisas,
As roupas dele devem feder.

Ele dizia de tudo,
Chamava o cara de estrume,
Dizia que era pro bem,
Mas na verdade tinha ciúme.

Victória ficava brava,
Chamava-o de bobão,
Mas no fundo ela sabia,
Que ele tinha razão.

Francisco por sua vez,
Muito também se enganava,
Achava alguma menina,
E dizia que já amava,

Victória ficava sabendo,
E logo já se endoidava,
Então em tom de briga,
Ao Francisco ela falava:

- Essa vaca não vale nada,
Espere um pouco pra ver,
Ela é uma gaveta,
Você deve reconhecer!

- Não faça papel de tolo,
Ela não está te merecendo,
Ela é uma traíra,
E sua cabeça está fazendo!

Assim como os de Victória,
Os namoros dele não duravam,
Mas ambos eram tolos,
Isso eles nunca negavam.

Não importa o que acontecia,
Ficavam juntos depois,
Se amando continuavam,
Era lindo o amor dos dois.

Francisco e Victória,
Acabavam sempre ligados,
Dizendo que eram amigos,
Mas no fundo apaixonados.

III

Eles se amavam muito,
Era algo fenomenal,
Mas às vezes brigavam,
E ficavam um tempo de mal.

Ambos eram sensíveis
Bastava um mal entendido,
Bastava uma briguinha,
Para um sentir-se ferido.

Não era nem implicância,
Faziam isso sem querer,
Apenas os dois tinham medo,
De pra sempre o outro perder.

Quando Francisco saía falando,
Algo que ela não gostava,
Victória então ouvia,
E apontando o dedo gritava:

- Por que é assim tão bobo?
Você é um cara tão chato,
Prometo pra ti Francisco,
Um dia ainda te mato!

- Nada é o que você vale,
Não agüento mais te ouvir,
Para de falar besteiras,
Ou da sua vida eu vou partir!

Francisco ouvia tudo,
Os braços já ia cruzando,
Esperava ela acabar,
Depois dizia exclamando:

- Não me importo com você,
Cansei de te ouvir reclamar,
Se é assim que tem que ser,
Eu nunca mais vou te amar!

- Eu estava contigo brincando,
E você já se ofendeu,
Fez tempestade em copo d’água,
Você nunca me entendeu!

Os dois ficavam com raiva,
Se olhavam como animais,
Então Victória dizia:
- Não me olhe nos olhos mais!

Cada um seguia seu rumo,
Com o coração em pedaços,
Pedindo a Deus do céu:
“Refaça os nossos laços!”

Os dois ficavam acabados,
Mas nunca se entregavam,
Diziam – Eu estou bem!
E que nunca se importavam.

Francisco chorava muito,
Erguia ao céu a mão,
Ajoelhado em sua cama,
Pedia ao pai então:

“Se um dia eu pequei,
Meu Deus, então me castigue!
Mas por favor, eu imploro,
Victória de mim não tire!”

“Eu amo tanto a menina,
Não deixe isso acontecer,
Minha vida sem seu carinho,
É como o sol escurecer!”

Em outro canto da cidade,
Victória também chorava,
Com o travesseiro no rosto,
Sozinha ela pensava:

“Não sei como será agora,
Viver sem meu grande amor,
Sem ele não sou feliz,
Sem ele só sinto dor!”

“Esteja onde estiver,
Francisco escute minha voz,
Eu te amo e te amarei,
E quero o melhor pra nós!”

Então passavam os dias,
A situação continuava,
Só dor e muito choro,
Até que um dia tudo voltava.

Os dois se encontravam então,
Simplesmente se abraçavam,
O sol voltava a brilhar,
Passarinhos de novo contavam.

Os dois de novo amigos,
A alegria retornava,
Depois de um forte abraço,
Victória então falava:

- Francisco meu querido,
Que bom que tudo melhorou,
Com esse abraço apertado,
Minha vida feliz voltou!

- Não vivo mais sem você,
Perdão se contigo briguei,
Mas saiba que acima de tudo,
Eu sempre, sempre te amei!

Francisco ouvia tudo,
Depois o mesmo fazia,
E com sorriso no rosto,
Ele alegre logo dizia:

- Não se preocupe Victória,
Eu também muito errei,
Então por favor, perdoe-me,
Se contigo um dia briguei!

- Escute com atenção,
Eu sei que você sentiu dor,
Victória não mais te largo,
Tu és o meu grande amor!

Depois desses episódios,
Toda a alegria retornava,
O amor que um dia existiu,
Agora em dobro estava.

Por anos então foi assim,
O amor só aumentava,
E a paixão sempre existiu,
Mas pra si cada um guardava.

IV

Os amigos de Francisco,
Diziam que ele devia,
Falar sobre a paixão,
Dizer tudo que queria.

Mas ele nunca fez isso,
Pra depois ele deixava,
O tempo ia passando,
E Francisco nunca falava.

A garota também não fazia,
A paixão nunca entregava,
Nenhum dava iniciativa,
Por isso nada mudava.

O tempo logo acelerou,
O amor sempre aumentando,
Francisco e Victória,
Sempre juntos andando.

Passou então cinco anos,
Os jovens logo cresceram,
Francisco e Victória,
Agora amadureceram.

Brigavam e se acertavam,
Sempre assim iam levando,
Mas uma coisa era certa,
No final estavam se amando.

Agora com dezenove,
Tudo continuava em paz,
Victória uma bela moça,
Francisco um grande rapaz.

Depois de todo esse tempo,
Os dois continuam a amar,
Então Francisco pensou:
“Eu devo me declarar!”

Victória ficou mais linda,
Agora uma mulher,
Francisco apaixonado,
Ela é tudo que ele quer.

Ele observava a menina,
Fundo nos olhos olhava,
Ele sentia a paixão,
Que aquele olhar expressava.

Como poderia ser,
Francisco imaginava,
Sorrindo e a ela olhando,
Ele sozinho pensava:

“Que cabelos magníficos,
Parece uma sereia,
Imagina eu e ela,
Passeando juntos na Areia!”

“Que corpo escultural,
Que curvas maravilhosas,
Você é morena linda,
A pessoa que darei rosas!”

“Garota te amo tanto,
Venha ser feliz comigo,
Seja a minha mulher,
Não quero ser só seu amigo!”

Coisas lindas todos os dias,
Victória também imaginava,
Encarando o belo Francisco,
A garota logo pensava:

“Homem da minha vida,
Eu sei que me amas também,
Eu quero você só pra mim,
Eu quero ser sua, meu bem!”

“Francisco, meu doce Francisco,
Venha sentir meu sabor,
Entrego-me de corpo e alma,
Eu sou sua, meu amor”

Assim passavam o tempo,
Até que Francisco pensou,
Então depois vou contar,
O plano que ele bolou.

V

Francisco criou coragem
Então resolveu contar,
E agora como fazer?
Eles precisam se encontrar.

Francisco falou com ela:
- Victória quer me encontrar?
Vamos tomar um Sorvete,
E uma coisa quero falar.

Ela logo aceitou,
Combinaram como seria,
Na terça-feira de tarde,
Na praça da sorveteria.

Francisco ficou feliz,
A Deus logo agradeceu,
Comprou um botão de rosa,
E um cartão ele escreveu:

“Victória,vou te contar,
Sempre fui teu amigo,
Eu sempre escondi a paixão,
Mas agora não mais consigo!”

“Agora amor eu te peço,
Te peço, minha amada...
Victória você aceita,
Ser minha namorada?”

Ela também muito pensou,
Desenhou um coração,
Logo que fez recortou,
E dele fez um cartão.

Nenhum sabia que o outro,
Pretendia se declarar,
Ambos se prepararam,
Para tudo ao amor falar.

Chegou então o dia,
Francisco se perfumou,
Colocou uma bela roupa,
E o cabelo penteou.

Victória passou batom,
Colocou um lindo vestido,
E usou também o perfume,
Por Francisco preferido.

Francisco saiu mais cedo,
Esperou sentado à praça,
Ensaiando sua fala,
Enquanto o tempo passa.

Avistou então Victória,
Que vinha lá na calçada,
Francisco então levantou,
Pra esperar a sua amada.

Victória enxergou Francisco,
Logo saiu correndo,
Pensando em seu amor,
Um erro foi cometendo.

Um veículo vinha de longe,
Este vinha correndo,
Francisco se apavorou,
Ao ver nela o carro batendo.

A batida foi muito forte,
O motorista na hora fugiu,
E vendo tudo embaçado,
Victória no chão caiu.

Quando Francisco viu tudo,
Viu a moça ensangüentada,
Logo saiu correndo,
Em direção a sua amada.

Chegando perto da moça,
A mesma quase morrendo,
Ele com os olhos molhados,
Ela foi logo dizendo:

- Meu amor, seja rápido,
Meu tempo está acabando,
Diga tudo duma vez,
Pois Deus está me chamando!

- Victória eu te amo,
Sempre fui apaixonado,
Desde o primeiro olhar,
Sonhei em ser seu namorado!

- Victória, minha deusa,
Eternamente te amarei,
Vou seguir a minha vida,
Mas fiel a ti serei!

Victória estava fraca,
Seu sangue escorrendo no chão,
Devagar pediu a Francisco:
- Segure a minha mão!

- Francisco agora te deixo,
Perdoe-me doce amor,
Agora tenho que ir,
Não esqueças do meu calor!

- Francisco te digo adeus,
Perdão se um dia falhei,
Um dia vais me encontrar,
Saibas que sempre te amei!

Aos poucos os olhos dela,
Foram pra sempre fechando,
A última coisa que viu,
Foi Francisco por ela chorando.

Sua mão perdia as forças,
Aos poucos enfraquecendo,
Soltando a mão de seu amado,
E seu corpo adormecendo.

Parava os movimentos,
De seus dedos e do seu ventre,
Então a partir de agora,
Victória dormiu pra sempre.

Francisco olhou pro céu,
Seu coração estava a pular,
Chorando como criança,
Começou então a falar:

- Deus, meu Deus do céu,
Por que estás me castigando?
Levaste minha amada,
E me deixaste aqui chorando!

- Victória, minha vida,
Não posso me acostumar,
Quando tudo estiver ruim,
Não tenho você para me acalmar!

- Victória, meu amor,
Tiraram você de mim,
Agora há pouco estava viva,
Por que tem que ser assim?

- Adeus minha morena,
Aqui termina nossa história,
Adeus meu eterno amor,
Adeus doce Victória!
 
Francisco e Victória

Dor do Desamor

 
Eu desejei boa sorte,
Fiz apenas por respeito,
Minha amada está com outro,
E fiquei ferido no peito.

Saber que ele aproveita,
Todo aquele forte calor,
Da pele da bela menina,
Da morena que me domina,
Da dona do meu amor,
Que jamais amou a mim,
E quem nunca sofreu assim,
Não sabe o que é sentir dor!
 
Dor do Desamor

A Despedida

 
Tentei fazer de tudo por você,
Minha Perfeita amada e bela,
Mas nossa história durou pouco,
Como o pavio de uma vela.

Depois de tantos obstáculos,
Finalmente fui derrotado,
Meu sentimento inesquecível,
Pelo vento será levado.

Os pássaros não mais cantam,
Minha felicidade se perdeu,
Minhas lágrimas tocam o chão,
Pois o desastre aconteceu.

Adeus minha Perfeita querida,
Não esquecerei do seu sabor,
Então descanse em paz,
Meu doce e eterno amor.
 
A Despedida

Família

 
I
Nessa vida complicada
Há coisas que vão e vêm,
Todo ano a maré sobe,
A cada hora nasce alguém;
Mas o sol é para sempre,
Têm pessoas que são também.

Perdemos nosso dinheiro,
Modificamos a nossa mente,
O mundo gira e gira,
A vida tocamos p’ra frente,
Vamos perdendo até nosso corpo,
Mas a família é permanente!

Com eles eu cresci,
Por tudo que sei, agradeço;
A boa educação recebi
Sem custo, sem nenhum preço;
Tive tudo que precisei,
Família é tudo! – reconheço!

Quando toco no assunto
Lembro de cada sujeito,
Que faz parte da família,
Que estão todos no meu peito;
Sobre isso tive uma ideia:
Vou falar um pouco a respeito.

II
Mãe que me deu a luz,
Anjo que Deus me mandou,
O nome dela é Flaviana,
Que no início me amamentou.

Coragem ela tem de sobra,
É lutadora e guerreira
E além de tudo ela é
Sincera e verdadeira.

O que mais nela admiro,
É que ama os animais,
Não é nada especista,
E nisso somos iguais.

Eu sigo muitos exemplos
Que ela aos poucos me ensina,
Sobre como mudar o mundo
Que quase já é uma ruína.

Amo muito a minha mãe,
Sei qu’ela me ama também,
Pois gosta de me ver feliz,
Assim sou quando a vejo bem.

III
Têm também os segundos pais,
As pessoas que me educaram,
Eu falo de avó e avô
Que por toda a vida lutaram.

Dona Maria, pessoa firme
Que nunca desiste dos planos;
Sempre cheia de energia,
Mantém-se assim há anos.

Pessoa que não amola,
Sempre faz tudo na hora;
Seu tempo não foi perdido,
Parabenizo, então, agora!

Saulo Penna, grande figura,
Com a cabeça no lugar
Me’impressiona a paciência,
Pois consegue se acalmar.

O humor presente sempre,
No sorrido desse sujeito;
Se um dia eu for como ele,
Serei um homem perfeito.

IV
Eu tenho meus quatro irmãos,
Mas convivo só com dois,
Falarei de Paulo e Marina,
Não vou deixar p’ra depois.

Paulo que tem interesse
Em coisas que gosto também,
Assistimos documentários,
Companheiro como ninguém.

Muito brincamos de guerra
Com água, papel ou torrão;
Já criamos cada coisa,
Que perco as contas, irmão.

Marina, garota difícil!
Brigamos frequentemente,
Mas logo você esquece
E venho lhe dar um presente.

Você está no caminho,
P’ra ser como Paulo e eu,
Pois ensinamos muitas coisas,
Desde o dia que nasceu.

V
Há também o meu pai
Que convivo muito pouco,
Sabe-se lá quando vem,
Se aguardar, eu fico louco.

Eu sei que não é culpa dele,
Eu sei que é muito ocupado,
Por isso não tenho mágoas!
Ele pode ficar sossegado.

Ao Adriano devo dizer:
Permaneça co’a alma serena,
Na sua ausência, meu pai,
O meu pai é Saulo Penna.

VI
Eu usaria mil estrofes,
Se falasse tudo o que sinto,
Pois a família é meio grande,
E amo a todos – não minto!

Agradeço ao Tio Vitor
Que sempre esteve comigo;
Agradeço a Tia Letícia,
Que passa exemplos qu’eu sigo.

Agradeço mãe e pai,
Agradeço avô e avó,
Pois muito me acompanharam,
Jamais eu estive só.

Obrigado, minha família
Que por muito me faz sorrir;
Serei para sempre grato,
Obrigado por existir.
 
Família

Futuro Possível

 
Tu podes ser de qualquer um,
Não posso prever o futuro!
Se fores de outro, não garanto tua tristeza,
Mas não garanto também tua alegria.
Podes ser bem tratada ou maltratada,
Podes ser paparicada ou negligenciada,
Podes ser acariciada ou espancada.
Com outro nada é previsível!
Mas se escolheres a mim,
Só há um futuro possível!
 
Futuro Possível

Jesus

 
Ó meu amado Jesus,
Teu poder me fortalece,
Tu ouves a minha prece,
Teu caminho me Conduz.

Ó meu amado Jesus,
Mostre-me que sou capaz,
Na guerra tu és a paz,
Nas trevas tu és a luz.

Ó meu amado Jesus,
Sempre foi um homem justo,
Curava sem nenhum custo,
Por que te pregaram na cruz?
 
Jesus

Rara Beleza

 
Teus olhos arregalam,
As expressões são engraçadas,
Acho tudo divertido
E meu cérebro fica perdido
Na voz suave e delicada.

Tão linda e tão doce!
Uma beleza descomunal,
Caminha leve como um anjo;
O mais incrível neste arranjo
É que é tudo original.

Sereia Darsing. Esse é o nome
Mais correto p’ra tal criatura
Incapaz de praticar o mal
E que transforma qualquer sal
Em uma harmoniosa doçura.

Nem questiono se é possível
Haver alguma parecida,
Pois digo que só ela tem
Essa formosura. e mais ninguém!
É verdade, jovem querida.

Ela não força, ela não finge!
Ela é ela e ponto final!
A mais simples vaidade,
Que por ter forte personalidade
P’ra mim já é especial.

Sereia Darsing. Quero mais uma vez
Em teus olhos meigos focar,
Sentir aquela doce energia
E que leves a minha alegria
Contigo, p’ra o novo mar.
 
Rara Beleza

Olhos de Poeta

 
São cores, tamanhos e formas,
Depende da combinação;
A beleza é tão relativa,
Mas as pessoas só veem o padrão.

Vós sois diversas no mundo...
E tenho uma pergunta indiscreta:
Existe moça que nunca recebeu
Os elogios de um poeta?

Belos olhos, seios redondos,
Lindos cabelos, cheiro de rosas...
São exemplos muito comuns
De expressões carinhosas.

Parece tudo exagero,
Mas não, senhores, mas não!
Os poetas não mentem jamais,
Não criam nenhuma ilusão.

Ninguém percebe os mistérios,
Descobrem apenas alguns...
Só nós podemos ver coisas,
Invisíveis a olhos comuns.

Há belezas muito mais raras,
Que vão além da mortalidade,
São únicas, inesquecíveis,
Diferentes e são verdade!

As mulheres são magníficas,
Todas belas, complicado é notar...
Elas têm uma formosura
Única! Impossível copiar.

Mas quem percebe é criticado!
Este mundo é muito enganoso,
Pois o homem que vê a beleza...
É visto como mentiroso.

Sou sincero com meus elogios
Garanto que não sou louco!
Com meus olhos de poeta...
Vejo tudo e mais um pouco!
 
Olhos de Poeta