Poemas, frases e mensagens de zemoutinho

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de zemoutinho

Papoilas vermelhas

 
Canto ao vento...
Canções de amor
com versos aconchegados,
em papoilas vermelhas de paixão,
abraçados em trigais de amores dourados,
sobre leitos de saudosas lembranças!

O sol deste estio de sentimentos,
acaricia o meu rosto na doce brisa,
entoada pelos chilreios que perfumam a alma
e faz o meu coração sonhar fantasias!

No horizonte, a tarde vai repousando
no remanso da lonjura...
A serenidade que o ocaso me oferece,
evade-me de mim...
Leva-me em sentires etéreos,
por vias lácteas por inventar!

E cantei ao vento...
Canções de amor
com versos aconchegados
em papoilas vermelhas de paixão!

José Carlos Moutinho
 
Papoilas vermelhas

Como borboletas

 
Pululam como borboletas coloridas
por campos semeados com a verdade,
pousam aqui e ali afoitas e desinibidas
e esvoaçam batendo asas de falsidade.

São despudoradas no seu voejar saltitante
pensam-se cativantes na beleza de suas cores,
voam baixinho, com um ar irónico e arrogante
não passam de larvas amorfas sem valores.

Têm porém uma errónea e efémera vida
por que suas cores empalidecem com o tempo,
tempo que desnuda toda a palavra mentida
e as derruba no chão vergonhoso e lamacento.

Algumas mais resistentes prolongam o seu voar
esforçando-se por se enganarem a si mesmas,
muito poucas, ainda vão tentando mistificar
por que se vestem negras como avantesmas.

José Carlos Moutinho
 
Como borboletas

Hoje, só hoje

 
Não...
Hoje não quero ouvir
o chilreio dos pássaros,
nem sequer o rumor
das folhas secas de Outono,
tampouco desejo escutar
o vento que passa silvando...
Porque hoje,
talvez só mesmo hoje,
sinto em mim o perfume da Primavera,
ouço o grasnar das gaivotas
que voam alegremente
vestidas de maresia
e penso no Verão que já se foi
sorrindo-me ao coração
e esqueço o Inverno que há-de vir
porque me entristece a alma...
Hoje sinto-me assim,
perdidamente perdido
em meus pensamentos

José Carlos Moutinho
 
Hoje, só hoje

Rio da saudade (Fado)

 
Corre rio, corre manso,
pelo leito da saudade,
deixa-me ser teu remanso
nas águas da verdade.

Se contigo me levares,
farei dos teus braços meu mar,
das tuas ondas cantares,
da praia, ninho de amar.

Rio que corres sem parar
abraçado pelas margens,
não tenhas pressa de ver mar,
perderás tuas vantagens.

És a minha quietude
Em tempo de desatino,
meu amigo de juventude,
parceiro do meu destino.

José Carlos Moutinho
 
Rio da saudade   (Fado)

Anseios e desatinos

 
Levo-me por caminhos de ausências sentidas,
Quero soltar a minha alma ao vento,
Gritar ao sol que me ilumine,
Respirar o ar que me acalenta a solidão,
Abraçar os dias que me curam as mágoas!
Penetro nas florestas dos meus anseios,
Busco as respostas da minha insegurança
E encontro silêncios, despertados
Pelo chilrear das aves,
Que partilham o só do meu estar;
Procuro no cintilar dos raios,
Filtrados pelas ramadas das árvores,
Onde está a minha quietude...
Só encontro o vazio,
Oscilado pela brisa que suavemente me toca,
Sem me dar respostas;
A minha ansiedade,
Transforma-se em desassossego,
Que grita dentro do meu peito
E me sufoca em angústias desconhecidas.

José Carlos Moutinho
 
Anseios e desatinos

O abraço

 
É gesto que define afecto e amor
ou falsidade fria, sem fulgor
Será alento para a felicidade,
quando o calor é verdadeiro
mas pode ser calculista e matreiro
se é dado sem sinceridade!
O Abraço…
É chama que nos aquece o peito
E penetra calorosamente na alma,
Emoção do sentir em tom perfeito,
Na dor, tem a força que acalma!
Abraço…
Simplicidade de braços estendidos,
Forte sensação de conforto e paz
No amplexo de profundos sentidos,
Que mais nenhum gesto é capaz!
Ai…o abraço,
Que tanto calor e ternura transmite
Nas horas moribundas do desalento,
Faz sorrir a alma com a força que emite,
Serenidade e amor, belo sentimento!
Abraço…
É energia recebida que não se explica,
Aninhar de sentidos em nossa essência,
Simbiose de volúpia e êxtase que fica
Na nossa alma, em total efervescência!

O Abraço…
É como fogo que arde nas entranhas,
é tão somente amor
que floresce entre braços…

José Carlos Moutinho
 
O abraço

Aconteceu

 
Coisas na vida acontecem,
Sem que haja plausível explicação...
Muitas vezes, mais parecem
Partidas do nosso coração.

Conhecer-te, foi suave e curioso,
Vieste devagar, sorrindo, encantada...
Numa conversa de tom gostoso,
Mostraste-te uma pessoa educada.

Seria empatia, carinho, amizade,
Ou tudo numa simbiose perfeita...
O que digo em abono da verdade,
Tu para o meu mal, tens a receita...

És doçura, beleza, carinho,
Num misto de encantamento e sedução...
Quero sempre, ter-te bem pertinho,
Vamos juntos vivermos esta emoção.

José Carlos Moutinho
 
Aconteceu

Ondas da imaginação

 
Deixo-me levar pelo fascinio do sol
refletido no dorso do mar,
extasiado pela brisa perfumada de maresia,
e navego-me em canoa de pensamentos,
à bolina das minhas emoções,
sobre as ondas da minha imaginação!

Levo em mim a inquietude
e a coragem
de galopar a distância
que me ausenta dela!

Visto a minha saudade,
de ventania que agita as velas
da minha ansiedade,
e voo no meu desejo
de a beijar.

No remanso do seu abraço
farei meu porto de abrigo.

José Carlos Moutinho
 
Ondas da imaginação

Deixo-me levar...

 
Sufoco neste vazio que me estrangula,
Sinto-me soçobrar no silêncio que me ecoa,
Este nada que me tortura os sentidos,
Coíbe-me os pensamentos
E grita-me alertas de desalento!

Quando os sons se despertam,
Acordam-me a vontade,
De me libertar do espaço que me contém;

Amotino-me e levo-me sem destino,
Em emoções inventadas,
Por outros vazios de silêncios cantados,
De mágicas melodias silenciosas!

Na carícia de cristalinas águas por rios,
Que deslizam em leitos de pétalas,
Adormecido em sonhos matizados,
De sensações fluídas no fascínio do arco-íris,
Abraçado por luares de azul celeste
E iluminado por uma infinidade de estrelas,
Maior que o céu,
...Deixo-me levar...

José Carlos Moutinho
 
Deixo-me levar...

Desvarios

 
Apetece-me rasgar as folhas
que se interpõem no meu caminho
e ofuscam a visão do meu horizonte!
Apetece-me secar as gotas da chuva
que me molham os pensamentos!

Ah…Como me sinto em desvario
neste desassossego de vida vazia,
onde o sol se apagou,
as alvoradas se recusam
a renascer em cada novo dia,
e o gorjeio das aves se calou,
e as pétalas das flores se reclusam!

Quero soltar o grito estrangulado
que me comprime o peito cansado,
sentir o ardor de nova paixão,
nos poros fechados pela desilusão!

Desejo divagar por vales de esperança,
onde os campos floresçam de ilusões,
aninhar-me em trigais de temperança,
sonhar novos anseios em ternas emoções!

E é no mar, do meu silêncio e acalmia
que desabafo as dores da minha solidão,
com murmúrios abafados pela agitação
das ondas, que me perfumam com maresia,
na caricia da brisa, que me acaricia a alma,
encontro a serenidade que se fazia arredia
do meu agitado coração, que agora acalma.

José Carlos Moutinho
 
Desvarios

Da janela

 
As alvas nuvens vadiavam altaneiras
Indiferentes ao matiz empalidecido da tarde
que se ia aconchegando no quase breu
trazido nos braços da noite…

Da janela escancarada aos sonhos,
ela, nostálgica e fascinada,
contemplava a mutação temporal,
enquanto seus pensamentos
tal como as nuvens,
erravam por longínquas paragens
sem rumo…
num navegar sem vela,
deixando-se levar à deriva…
por vezes veloz, por vontade dos ventos
outras, pela acalmia das brisas…

Talvez inconsciente, ela buscasse
um porto de abrigo
onde deixasse de sentir as amarras
a que a solidão a tinha confinado…

A noite finalmente envolveu a urbe
numa escuridão quase tenebrosa,
assim se sentia sua alma
acorrentada a uma tristeza
que, talvez, só a alvorada libertasse.

José Carlos Moutinho
 
Da janela

Chove, chove

 
Chove de maneira incessante
chuva miudinha tão irritante,
a água corre pelas calçadas
ficam as pessoas encharcadas

Estamos no seu tempo, dirão,
é certo, mas prefiro o verão
embora o calor me apoquente,
e afinal nem sei ser coerente

Decidi, escolho a Primavera
com sol e muita passarada,
perfumes das flores à espera

Que o inverno se vá de abalada,
carregue a chuva pra outro lado
e fique eu aqui, bem sossegado

José Carlos Moutinho
 
Chove, chove

Escrevo

 
Escrevo,
só porque me apetece
e escrevo para todos
e para ninguém,
que me importa que não gostem
do que o momento me ditou
e transformei em estrofes
se há em mim um desejo ardente
de incendiar as palavras com versos
de sentimentos por vezes controversos?

Assim, escrevo eu
sem pensar em quem me vai ler,
escrevo porque quero que saibam
que as minhas palavras brotam
da fonte dos meus instantes
e que a cristalinidade dos meus sentidos
é a corrente que me leva a navegar
até ao mar da minha imaginação...

Por isso, que culpa tenho eu
se não me acompanham
neste meu solitário navegar
onde a minha fome de palavras
invade-me a alma
gritando ansiosas por se soltarem
da âncora do meu peito
que por segundos as aprisionou…

É por tudo isto que eu…
teimosa e febrilmente escrevo

José Carlos Moutinho

Plágio é crime punido pelo
Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor
 
Escrevo

Para ti, que me lês

 
Sou servo das palavras
que se aconchegam no alvo papel
inerte sobre a mesa!

São letras após letras
embaladas por enredo coreográfico
de emoções e desejos,
que dançam docemente em estrofes
vestidas de pétalas de versos,
em ritmo de metáforas
abraçadas a afectuosas rimas,
ou no livre rodopiar
pela pista do poema inventado!

…E as palavras que se escusavam
tornam-se atrevidas,
sorrindo em ousada volúpia
e acariciadas pelas minhas mãos,
deixam-se inebriar por perfume de êxtase!

Já não são minhas estas palavras
que de mim se soltaram rebeldes
e se entregaram a ti…

Sim….
Tu que agora me lês,
escuta aquelas letras
emaranhadas em poesia
pois elas são tuas…

Faz delas o teu sentir
serão tudo que tu quiseres…
podem ser o desabafo da tua alma
ou a ânsia de um amor desejado,
mas jamais serão minhas…
Perdia-as exactamente no instante
em que fizeste delas o teu querer
e pensaste teu, este poema
criado especialmente para ti.

José Carlos Moutinho
 
Para ti, que me lês

Delirios de paixão

 
Sorriem,
olhos nos olhos,
tocam-se,
anseiam-se,
entrelaçam-se,
corações galopantes
em corrupio de emoções,
mãos ansiosas que acariciam
a textura escaldante das coxas,
lábios que se roçam incandescentes!

Acoplam-se os corpos exaltados
em movimentos de vaivém
ao ritmo suave do sentir,
o sangue efervesce nas veias
em exacerbada arritmia,
soltam-se sussurros guturais em doce resfolegar!

Elevam-se pela encosta da montanha,
em delirante excitação,
agora em ritmo desatinado,
bocas coladas num sôfrego beijo
de sufocante delírio,
agitam-se num estremecer incontido,
ultrapassam as escarpas do êxtase,
atingem o cume da montanha,
em relaxante e suado clímax,
Serenam!

José Carlos Moutinho
 
Delirios de paixão

Para lá da janela

 
Fechei-me nos meus silêncios,
guardei dentro do meu peito
as palavras vazias
sopradas por ventos em desvario...

Aquieto-me na solidão que me contempla
e penso serenamente, sentado na nostalgia...
Olho a paisagem que me espreita pela janela
e, inesperadamente, invade-me uma melancolia
da cor do tempo passado!

Olho fixamente de olhos semi-cerrados
o nada para lá da janela,
e, imagino-me cavaleiro de fantasias,
cavalgando pelas alegrias esquecidas…
agarro-as, trago-as novamente a mim
e desperto os meus silêncios
na solidão que me sorri.

José Carlos Moutinho
 
Para lá da janela

Inquietudes

 
As tardes esmorecem-se nas minhas saudades
Encostam-se ao meu peito e omitem os cheiros
Inquietam-se nos instantes da minha nostalgia
Sopram brisas que passam silenciosas sem destino…

Pensamentos soltam-se em turbilhão
Aglutinam-se em sonhos perenes sem futuro
Voam vadios pelos céus da imaginação
Em busca do que não sabem, nem entendem…

Desatinam-se inconsoláveis com o fracasso
Suspiram dores sofridas nas noites eternas
Gritam palavras que se emudecem no ar
E caem no chão, inertes de asas quebradas…

Folhas matizadas e sulcadas pelo tempo
Esvoaçam rindo do inverno das ilusões
Escusam-se às mãos ávidas de sensações
Que as tenta agarrar no seu aleatório voo…

Anoitecem emoções, iluminam-se esperanças
Cantam os grilos e as cigarras, despertam os sons
Acendem-se as madrugadas com a luz do alvor
O sol eclipsa os sonhos, e acende a realidade da vida…

José Carlos Moutinho
 
Inquietudes

Só porque gosto

 
Gosto de escrever palavras vadias
que alguns chamam de poemas,
talvez o façam por gentis simpatias
ou por gostarem dos meus temas

E…escrevo, escrevo sem parar
alguns dirão que é obsessão,
é o meu jeito de a vida cantar
o que pensam não me faz confusão

E as palavras pintam-se no monitor
do computador, meu velho aliado,
cada palavra parece-me uma flor
que brota de um jardim encantado

Por vezes, invento-me escritor,
navego pela prosa como no mar,
sei lá, talvez me julgue um criador
de histórias de paixão e de amar.

José Carlos Moutinho
11/7/19

Decreto-Lei, nº 63/85
dos direitos do autor
 
Só porque gosto

Sol de esperança

 
Perco-me nas brumas do meu desalento,
sou levado como folha seca, pelo vento,
tento agarrar-me às nuvens da felicidade,
mas minhas mãos escorregam na ansiedade!

Neste meu tempo de encantos esmorecidos,
cavalgados em ondas agitadas
de um mar impetuoso de água bravia,
navego-me no silêncio dos meus pensamentos,
em busca da serenidade arredia
que se ausenta de mim
nos dias de melancolia!

Aspiro aromas feitos de maresia,
que me penetram os sentidos
e me embalam pelas tardes cansadas,
do meu respirar enfraquecido!

E com este sol que audaz me bafeja
revigoro-me no anseio
de um sentir rejuvenescido,
acolhido pelas areias
da praia da minha esperança.

José Carlos Moutinho
 
Sol de esperança

Oníricos devaneios

 
Abraço os meus pensamentos com enlevo,
Todavia, alguns frios e tristes,
Escusam-se ao meu abraço,
Ausentam-se dos meus anseios,
Sorrio-lhes na tentativa vã de se modificarem,
Porém, eles simplesmente me ignoram!

Não desisto da minha coragem
Em enfrentar a contrariedade,
Aperto mais ao meu peito
Os pensamentos que me sorriem,
E sinto o meu coração murmurar-me
Palavras de estimulo,
Numa delicada compensação
pelos que se calavam
indiferentes ao meu desejo de paz,
Com ternura, os pensamentos alegres
Aconchegam-se na minha alma!

Liberto-me desta espécie de letargia
Que invadiu a minha essência…
Pela janela aberta,
Penetram os raios de um sol esplendoroso
Despertando-me para a realidade da vida
Que está para além dos devaneios oníricos!

José Carlos Moutinho
 
Oníricos devaneios