Poemas, frases e mensagens de Marisa Rosa

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Marisa Rosa

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Agonias...

 
Agonizo em dúvidas!
Repreendo um bem querer que não posso e,
sofro por não podê-lo...
Um sonho que não dorme...
Um mal que não se consome.

Agonizo em dúvidas!
por saber que é divino
o amor que te devoto e me
auto-flagelo por sentí-lo...

Agonizo em dúvidas!
pelo ar que me roubas à virtude do dia
pela paz que não doas a guerra de minha agonia
pela trégua que há léguas de mim está e,
não chega,
e torço nunca vê-la chegar!

Agonizo em dúvidas
vendo meu tempo passar em branco
como as páginas deste amor que não ouso!

(Marisa Rosa)
 
Agonias...

Lamento de Um Carioca!

 
O Rio de janeiro já não canta, chora
A sua boemia ficou no passado
O samba já não chega até o romper da aurora.
E aquele bom malandro está aposentado!

E som daquela bateria atraente
Fazendo a arquibancada aplaudir de pé
E toda Mocidade alegre, Independente
Dançava ao som das mãos do grande mestre André

E hoje o que diria Paulinho da Viola
Do alto não se vê mais o céu de Mangueira
Findou-se a luz de um astro chamado Cartola
Não se maltrata o samba assim dessa maneira!

Podaram as asas da tal liberdade
Entristecendo os olhos da Imperatriz
E o negro que clamava pela igualdade
Abdicou o sonho de um dia ser feliz!

Já não se ouve o som do grande batuqueiro
Sem o amuleto o samba perde sua sorte
Se na avenida não passar o meu Salgueiro
Eu vou pegar um Ita e voltar pro norte!

Oh, Deus do samba diga, qual é o mistério
Que só faz definhar a alma descontente
Sem o pandeiro o que será do meu Império
Serrinha sem seu Jongo o que será da gente?

A águia adormeceu aqui em Madureira
E a sua velha guarda lamenta o futuro
Por não haver na roda um samba de primeira
Sem samba e sem Portela eu enlouqueço, juro!

A primavera é o Carnaval dessa cidade
E faz abrir os braços do meu Redentor
Apoteose é a rosa da felicidade
Que sempre faz feliz um lindo Beija Flor!

Marisa Rosa Cabral.

Publicado no Recanto das Letras.
04/07/09
Código de texto: T1681919

Bem, como toda boa carioca apaixonada pelo samba, vim trazendo meu lamento... O samba sofrendo a interferencia de novos ideais. E ao mesmo tempo, tolido pela violencia atual.

Obrigado pela visita.

Marisa Rosa.
 
Lamento de Um Carioca!

Eternamente.

 
ETERNAMENTE.
Lá longe,
no vale sob o arvoredo florido,
pés descalços no tempo.
Esperarei por ti.

Ficarei ouvindo o vento,
mirando as nuvens,
adivinhando as horas...
Assim esperarei por ti.

E não importa nada!
Quanto tempo seja,
Qual caminho venhas...
Ali, esperarei apenas.

Nem a incerteza,
investidas de feras noturnas
ou intuição malsã
dali me afastará.

E caso eu morra
nesta espera eterna,
é certo que minh'alma
ainda esperará.

Marisa Rosa Cabral
 
Eternamente.

Verdades e Mentiras!

 
Mentem-me suas falas
Palavras de sal que se evaporam
Descem feito chuvas
Contaminando os bosques
Que outrora te sorriam.

Que recebo agora?
Horas salobras,choradas
Lamentando as ricas verdades
Bordadas em poemas tão bonitos.
Dor ardida toda dor que tu me doas
E todo esse mal, aqui pousado,
Vive à toa...
Salgando a alma de quem ama docemente.

Ah, meu amado, por que mentes?!

Marisa Rosa Cabral.
 
Verdades e Mentiras!

0800...

 
Hoje não sou moça, quiçá donzela,
Sou eterna, sou a que vai, mas também
A que ficou, como Carolina, lembra?
Na janela...
A banda passava o tempo também.
Um silencio doía nos espaços...
Silenciaram-nos!
Hoje o dia raiou sem pedir licença,
E com minha gente do subúrbio,
Apenas conto nos dedos o gado perdido.
Sou uma estrela vagabunda e vadia,
Que brilha espelhada nas poças das ruas.
A que brinca de pique, tá?
E a que vence no cabo de guerra.
Sou eterna, pois assim decidi.
Sem zero oitocentos!

(Marisa Rosa)
 
0800...

Sou a Rosa!

 
Eu ando a fugir do teu olhar, sim...
De tuas teias perigosas
Pois sei que tua intenção é fingida
e sua paixão ardilosa,
Mas todo macho é assim!

E ainda que me tome por mera prosa
saibas que sou mais!
Eu sou a Rosa!
Melindrosa e frágil, sim!?
mas para todo poeta
sou um pequenino lenço de seda
que exalando perfume ao lume
conforta o orvalho
Que tão triste, a madrugada,
Derrama sobre mim!

Marisa Rosa Cabral.

Momentos em que deixo de ser poeta para ser poesia!
 
Sou a Rosa!

A lua e Eu

 
Todo fim de tarde, quando Deus cansado apaga o sol e repousa, me levanto e vou pra janela apreciar a Sua poesia luzindo na escuridão! Tudo é silêncio!
Meus pensamentos, aves de arribação, partem da escuridão, escapolem pelos olhos e se perdem na imensidão... A lua levita e me evita... Lá vou eu a sonhar!
Sonho agradecida por tudo que a vida me oferece e em feitio de prece me redimo pelo pouco que abraço, talvez pelo cansaço de muito sonhar em vão! Sonhar prá quê, se sonho é árvore que a ave do tempo não pousa, é verão que não repousa e coisa vã, vício do ócio, ofício de solitário... Tal qual, a lua no meu céu imaginário!
Marisa Rosa)
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A lua e Eu

Realidade e Sonho

 
Se me diz ser verdade
esse amor, mesmo não crendo
também fingiria acreditar,
só pra ser feliz um pouco.

E cantaria de alegria,
pensando ter o mundo só pra mim,
Deixaria o costume de chorar só e a noite.
Só você pra mim seria, e até
esqueceria que me mentia
quando me jurou amor.

Mas a cabeça que pensa e ordena,
diz não e declara a sua falsidade.
Meu coração se magoa e as portas se
fecham as tuas palavras fingidas.
E eu ergo meu corpo e te digo:
_Parte em paz! Outros braços
te conceberão em outros caminhos!

(Marisa Rosa Cabral)
 
Realidade e Sonho

Cantinho imenso

 
Num cantinho da mente, onde o pensamento pouco ousa te encontrei e por ali fiquei. Contemplava e matava a saudade imensa que, como poeira, já dominava o seu lugar. Gosto desses encontros imprevistos que acontecem em momentos que nem suspeitamos. Encontros que consomem as horas em tragos suaves... Imenso espaço, esse, que ocupa a mente da gente chamado memória. Cabem nele todos os anos vividos e os esperados, novos sonhos e os já sonhados... Cabe toda nossa historia! Guarda intacto os rostos do passado, raros sabores, perfumes, sentimentos e os amores transformados pelo tempo... Cabe o tempo!
E nesse cantinho mágico, que somente a chave do inesperado desejo abre, cabe tudo de você!

Marisa Rosa Cabral.
 
Cantinho imenso

Eternamente.

 
ETERNAMENTE.
Lá longe,
no vale sob o arvoredo florido,
pés descalços no tempo.
Esperarei por ti.

Ficarei ouvindo o vento,
mirando as nuvens,
adivinhando as horas...
Assim esperarei por ti.

E não importa nada!
Quanto tempo seja,
Qual caminho venhas...
Ali, esperarei apenas.

Nem a incerteza,
investidas de feras noturnas
ou intuição malsã
dali me afastará.

E caso eu morra
nesta espera eterna,
é certo que minh'alma
ainda esperará.

Marisa Rosa Cabral
 
Eternamente.

Veja

 
Veja, se o mundo parasse por causa de tragédias, acidentes, mortes, decepções, desilusões, amores perdidos, guerras, descasos, pecados, dores, paixões, desesperos, impaciências, injustiças, injúrias, perdão, angústias, doenças, ganhos, grana, pai, mãe, avós e tias. Se o mundo parasse porque ele não veio, não me quer mais, deixou de amar, quer ser livre, ou então, porque desisti de querer sonhar, quero minha cama, vou acabar com tudo! Se o mundo parasse, tudo pararia com ele. A vida é como o mundo, segue sempre... As vezes nem sabemos para onde, outras temos certeza, no entanto, ela segue. Tal qual um rio que desatinado em seu curso só tem uma meta, chegar ao mar. Por isso te digo: - Segue... O mar te espera! E, quando mergulhares em suas águas salgadas, tu que doce como os córregos trafegava, lembra-te de mim...

Marisa Rosa
 
Veja

TRANSCENDENDO.

 
Quisera poder do tempo,
Romper esse laço que me trás cativa,
E anunciar meu ressurgimento.
Talvez por malvadeza e crueldade,
O tempo tenha levado na enxurrada,
Aqueles alegres anos, os belos dias,
De inocência e humildade.
No entanto, sinto-me impelida
A uma última alternativa.
De evitar dos dias a contagem,
E cessar determinadamente
De medir a vida através de meses,
Anos, décadas...
Somente contar as historias.
Sem linhas imaginárias frias.
Sem vencedores ou vencidos.
Sem centrismos ou outros ismos,
Que sabemos só nos confundiu.
Quisera romper paradigmas,
E avançar no mundo como...
Uma leve brisa, até esgotar
As mais belas palavras de Paz.
(Marisa Rosa)
 
TRANSCENDENDO.

O amor é azul.

 
Tua presença
É vento bom que invade as frestas.
Faz bailar cortinas de renda brancas...
Não sei se, por alegria ou devoção,
Faz acontece meu melhor momento.
Digo que amar é me aconchegar
Em teus braços a cada entardecer.
Longe de ti, sou como as ondas castradas
Atadas ao mar amante
buscando levar ao longe, o amor azul...
Que até, suponho, seja o meu
a sussurrar nos lábios do mar anil
repetindo baixinho,
Como se mantra fosse:

_Todo amor é azul, azul, azul...

E, se, o nosso amor é tão bonito
refletindo o azul do infinito
onde, brinca os astros
E lua vive a bailar...
ouço o vento a sussurrar
Que uma onda fugida nos trouxe.

Marisa Rosa Cabral.
 
O amor é azul.

Canta Maria Tereza

 
Canta Maria Tereza
 
Canta docemente Maria Tereza, ninando a tristeza que a lembrança teima em despertar. Rola quase uma lágrima seca de seus olhos resignados, mirando o céu através da janela, como se quisesse encontrar Deus em meio a tantas estrelas... Esquecimento se atreve, a alma se acalma e até sem pressa confessa que a lua é tão bela! Um sorriso ensaia e, antes que vida lhe traia, a fria tristeza faz manha, desperta e se assanha e torna a cantar Maria Tereza, sob a luz fraca do candeeiro, sem se dar conta que o ano passa ligeiro e que até já findou Janeiro!
(Marisa Rosa)
 
Canta Maria Tereza

extremos?!

 
Pensas que viver é desafiar a loucura e a lógica, por isso, ficas prisioneiro desse "mundinho" onde, nunca, os extremos são concebidos!
Ignoras o pouco espaço em que tudo cabe: o quente e o frio, o doce e salgado, o amor e ódio, a morte e vida abrindo na mente imensa ferida que o tempo não cura e, como tortura!
Passas o tempo a ruminar no pensamento o mistério da vã filosofia que não rima com minha poesia; a duvida do "ser ou não ser", quando a simplicidade está a própria afirmação em dizer que "ser" é e o que se sonha ser, e o não ser é o que tu abominas... A leitura da vida é pantomina!
Desatas os fios que te prende a esse mundo de ideologias, filosofias, teologia e vá simplesmente preenchendo de opções e idéias o pequeno espaço que se incumbe da distancia de nós dois... Não é filosofia o que te digo, mas simplesmente lógica, e eu sou isso; loucura e lógica aos extremos!

(Marisa Rosa Cabral)
 
extremos?!

Despertar.

 
Minha inspiração despertou assim,
Audaz, como a aurora engolindo estrelas
pelas frestas da manhã!

Espreguiçou-se rompendo laços
Reabriu antiga janela
E, num relance em desafio
Quis o mundo num abraço!

Minh'alma, de toda apaixonada,
Suspirou relembrando coisa belas!

O vento soprou um segredo
O rio partiu sem medo...
O verde domou os campos,
Despertou mariposas
E afugentou pirilampos!

A aranha séria silenciosamente tecia...
Borboletas beijavam flores
E, distante de tal rumores
Sabiá ensaiva um canto
Esperando a luz do dia!

Então, à luz sonolenta como virgem manta,
Deitou-se sobre o tempo que voltou a ser.

(Marisa Rosa Cabral)
 
Despertar.

Sem sombra de dúvida!

 
Floresceu a dúvida no jardim de Flora, que chora e ri que ri e chora... E se perde suspirando, ignorando as horas tão desligada num desleixo imenso que até lamento meu Deus, coitada de Flora!
Dúvida não é sombra, não é vento... É flor que se colhe em qualquer tempo, em qualquer hora... É o simples advento que caprichosamente a alma acolhe... E recolhe, amofina e rumina o pensamento que oscila entre o sim e o não... Longe de “querer paz”, perto do “tanto faz” só causando confusão...
Duvida não, Flora!
(Marisa Rosa Cabral)
 
Sem sombra de dúvida!

Audácia

 
Mas que audácia do infeliz... O cravo brigou com a rosa e veio morar no meu nariz.

(Marisa Rosa Cabral)
 
Audácia

Exagero.

 
...Mas deixemos de cantar tristezas, pois tristeza demais, nubla a vidraça e a vida passa, faz graça e a gente nem se dá conta! Alma triste se distrai facilmente! Foi fato, que Deus, distraído, errou a mão, salgou o mar e ainda descuidado virou a lata de tinta, verde, por sobre o cerrado e deu no que deu, teve que tingir uma a uma a flores da natureza! Pense bem, Maria Tereza, tristeza demais, trabalho dobrado para reconstruir e colorir a vida de beleza!

Marisa Rosa Cabral.

...Mas deixemos de cantar tristezas, pois tristeza demais, nubla a vidraça e a vida passa, faz graça e a gente nem se dá conta! Alma triste se distrai facilmente! Foi fato, que Deus, distraído, errou a mão, salgou o mar e ainda descuidado virou a lata de tinta, verde, por sobre o cerrado e deu no que deu, teve que tingir uma a uma a flores da natureza! Pense bem, Maria Tereza, tristeza demais, trabalho dobrado para reconstruir e colorir a vida de beleza!

Marisa Rosa Cabral.
 
Exagero.

Eu Poeta...

 
Sou a que costuma navegar delirante
Sobre as nuvens cintilantes...
Respirar o ar que ninguém se atreve.
Lá no alto só tem eu!
Finjo que as nuvens são ondas e
O céu, infinito mar...
Meus pensamentos são ventos
que fazem meu barco plainar.
Canto, danço, invento modinhas e
Troco as estrelas de lugar.
Brinco com as três Marias,
apostos corrida com os cometas,
Fico de ponta cabeça,
Mirando sempre o luar...
Balanço pés descalços
Quando, deslizo o corpo pelo lua
E grito lá do infinito,
Onde ninguém me pode ouvir:
_Sou poeta!
E nesta minha loucura
Vivo a maior aventura!

...Mas as vezes afligida e triste,
choro versos em meu mundo autista
Pois a lágrima do artista
É a garoa da poesia...

Marisa Rosa Cabral
 
Eu Poeta...

Falar de mim? O quê?
Sou tempestade em copo d'água... Besta feito uma égua que não se curva e não se dobra, mas, se tu me cobra, eu digo: Sou chuvarada de verão, deserto quanto sertão e ainda ando só, sozinho... Remoendo as mágoas que ninguém ouve e...