Janete
Lá fora
o luar bate com força,
as estrelas quase se perdem
e o vento sopra baixinho.
Cá dentro
a solidão impera
e o desespero me afoga devagarinho
tudo por te amar, Janete.
Decisão
Estado selectivo
amargurado e necessario
pois embalado em bom animo
ao manter-se vivo.
Desde os ribeiroês
que nascem no coração
traz-me a convicção
de contrariar multidoës.
O que Deus deu-nos
o guia pra humanos
nas horas onduladas
pra sermos inderubados.
Dor doce, alivio amargo
em nossa mente faz algo
embetumando nos de fé
ao fazer a escolha
em cada gota que molha.
Deslize da balconista
Lá no guiché da tarde
vem atendendo com verdade
o paladar de som gordo
é ele todo aprumado.
Por voses ressonantes
gratinando no grasnar
no seu fazer
gratificantes acçoës por amar
e por amor viver.
Olhares invasores
palavras passageiras
motivos desapontadores
sorindo por inquietidão
emocionante do sertão friorento...
Temperado pela solidão.
Rugas do garimpeiro
O sol vem abrasando-me quando relembro do que aprendi nas matas ensavanadas de Moçambique; lá onde o galo prende o cacarejo, onde a cascavél não descasca-se, onde o camaleão perdeu a fútil metaformose. Lá onde é tudo e nada... No lugarejo de curta metragem, lugar populoso maís sem dialógo. É lá onde lutadores de vida ao fim do dia regressam. Alguns condecorados por bravura e outros covardeados... Más que será?
Poderá ser pela força divina! Que não disponibiliza o nosso imaturo e inatado desejo encantado por falsas afirmaçoês que se dilatam na boca imunda de dizeres aguçados? De que reclama o garimpo? Quando o solo com sua cara não viajou, a natureza seguira o seu percurso, sendo justa com todos, por mais que a dor refrigere, temos que pensar no melhor e com o divino não se opor. Todos somos iguais... Pois não adianta chorar sobre o leite que ao pó fluiu, melhor é apagarmos as vãs recordaçoës do sofrimento alheio e da vergonha que verte do insucesso e das nossas malignas ambiçoês.