Esperavam mesmo ver algo bonito, Ver a ternura de um poema bem escrito? Sem que jamais delineasse a tua cobiça Do poder que desde sempre te enfeitiça?
Desejam mesmo ofuscar toda a tristeza Insistindo em tanta coisa que entristece? E ainda estranha este poema sem beleza Que tanto insiste em retratar o que acontece?
Pois enquanto o mundo estiver em meio Da feiura, da sujeira de todos os seus atos Muitos dos versos fugirão da beleza, ingratos A descrever-te em um poema sujo, um poema feio.
Repudiam as flores de ali brotar, Campos mortos vastos de mais nada. Que para a vida ali não há lugar Concentrando somente a foice içada.
Concentração nos campos mortos. Do mar de gente a vida vai embora Trazida pelos trens em trilhos tortos E que agora a leva portão afora.
Concentram-se agora sobre a terra vazia Milhões de mártires da vida em liberdade Na esperança que os tristes campos um dia 'Floresçam no brilho da tua felicidade.*
*Trecho do Hino Nacional Alemão
Às vítimas do Holocausto nos campos de concentração e toda Segunda Guerra Mundial
Numa cidade chamada Vida, Em cada rua que se invade Entre alamedas e avenidas, Me vejo em pesar da realidade.
Caminhando nas vindas e idas Me desespera a posteridade Por me deixares na Rua da Despedida Me levando pra essa Rua da Saudade.
Uma rua mórbida e entristecida Onde a tristeza é de naturalidade, Mais parece um beco sem saída Distante das ruas de tranqüilidade.
E com a Rua Nostalgia é divida Até a Rua das Lembranças na extremidade, Cruza com a Rua da Amargura na descida Que parece não ter mais finalidade.
Pois quando a pessoa é tão querida, É difícil se conformar com a verdade De caminhar por essa rua tão sofrida E não mais te encontrar nessa cidade.
Porque cada um partirá um dia dessa Vida E levará alguém para triste Rua da Saudade, A esperar na Rua dos Encontros sua partida Para caminhar juntos até a Rua da Felicidade.
Muitas vezes eu já me entristeci por querer estar sempre feliz, Já sorri sem ter motivos, já chorei só por vontade de chorar. Muitas vezes eu já insisti quando tudo parecia estar perdido, E já quis desistir quando as coisas estavam só para começar.
Já me arrependi por muitas coisas, mas já fiz tudo novamente, Já tentei esquecer algo com a certeza que não iria conseguir, Já senti o gosto da tristeza ao chorar sentindo falta de alguém, E por ter alguém para sentir falta, já provei a alegria ao sorrir.
Por muitas vezes eu já quis trocar o amor por uma incerteza E já amei acreditando que eu também estava sendo amado. Já fui amado quando eu não sabia corresponder um amor, Já confiei em alguém e já me decepcionei por eu ter confiado.
Já fiz amigos que o tempo não vai impedir de eles serem eternos, Já conheci pessoas que para sempre farão parte de minha história, Já tive momentos de choros e risos que me ensinaram a viver, Por pessoas, lugares e emoções guardadas em minha memória.
Já tive medo de sonhar e já arrisquei tudo em busca de um sonho, Já acreditei no para sempre sem saber que sou eu quem o faço acontecer. Já me dei conta que é pior ficar feliz sozinho do que triste com alguém, E que a felicidade não é se deixar por existir e sim arriscar-se a viver.
E é por isso que estou aqui, vivendo para que muitos outros ´jás’ aconteçam, Sentindo que nunca é hora de parar no tempo por coisas que ficaram para trás, Sabendo que não há nada de mais belo vivermos em busca de nossa felicidade, E tendo esses momentos que me fazem viver cada minuto como nunca mais.
- E hoje que era para ser como qualquer outro dia, Num fim de verão de um céu ainda claro e puro. Mas olha você agora, quem é que imaginaria, Nos ver o desespero neste céu que parecia seguro.
- Vê que num lugar de tanto ódio a gente só queria um amor, E como dói a aflição de te ver nessas lágrimas que derrama. Como é que eles conseguem vir espalhar todo esse rancor, Sem pensar que no mundo ainda existe gente que se ama?
- Vem que não existe mais lugar que a gente possa fugir, Que meio a todo pavor, da tua mão não me desconcentro. A gente já não tem pra onde correr e esta gêmea vai cair. Vem que não é de mentira o avião que está aqui dentro.
- Salte dessa janela, feche os olhos para o mundo e me dê à mão, Já não existe calma para ficarmos aqui como se nos acedesse. O amor, tão forte quanto o segurar da sua mão, não nos levará ao chão Mas nos fará subir ainda mais para um lugar muito melhor que esse.
Inspirado em uma imagem do ataque ao World Trade Center em que duas pessoas saltam de mãos dadas de uma das torres.
Numa cidade chamada Vida, Em cada rua que se invade Entre alamedas e avenidas, Me vejo em pesar da realidade.
Caminhando nas vindas e idas Me desespera a posteridade Por me deixares na Rua da Despedida Me levando pra essa Rua da Saudade.
Uma rua mórbida e entristecida Onde a tristeza é de naturalidade, Mais parece um beco sem saída Distante das ruas de tranqüilidade.
E com a Rua Nostalgia é divida Até a Rua das Lembranças na extremidade, Cruza com a Rua da Amargura na descida Que parece não ter mais finalidade.
Pois quando a pessoa é tão querida, É difícil se conformar com a verdade De caminhar por essa rua tão sofrida E não mais te encontrar nessa cidade.
Porque cada um partirá um dia dessa Vida E levará alguém para triste Rua da Saudade, A esperar na Rua dos Encontros sua partida Para caminhar juntos até a Rua da Felicidade.
É tarde, Os poetas devem saber bem como é. Enquanto a noite calmamente passa a água ferve. Bem, você sabe, para fazer um café.
De bolso, sim! É o que me move a caneta, é essa mesmo a ideia Para que as pessoas a leve como a anarquia as levam. Um lugar para uma simples inquietada epopeia.
Esperançosa, Desejando preenche-los como os vazios do papel Ornando-se, tomando sua voz entre o silêncio da noite A fazer-lhes entoá-los a vida como um menestrel.
Pronta! Insiste, agora, o mais precioso dessas pessoas corriqueiras Mas não, engana-se em procurá-lo lá em seu coração Quando, para eles, está ali no mesmo bolso, dentro de suas carteiras.
Ainda sim é fogo que arde como dizem Em que o alento de sua lenha é perdido, E passa a viver só da força do seu ardor O amor que não é mais correspondido.
Que busca forças não se deixando apagar E vai queimando, ele sozinho persistente. Que não encontra o que o mantinha aceso E vai teimando por sua lenha inexistente.
Mas como todo fogo precisa de sua lenha Também o amor de um ao outro se sentir, Ninguém pode evitar que o tempo venha
E que um sem o outro conseguiria resistir Pois sem amor não há amor que se mantenha Que com o tempo também deixará de existir.