Hoje eu sei
Novos mitos se criam derrotam velhos moinhos
Os opacos na espreita atiram pedras no caminho
Pessoas deserticas inospitas como sahara
Se unem numa maquina de moer sentimentos que nao para
Novos rostos as claras
Entorpecidos por velhas mascaras
Os olhos brilhantes num rosto psicopata
Conhecem o cotidiano escravista num pensamento tecnocrata
Novos mitos se promovem criando seus proprios demonios
Forjam suas batalhas vitorias suas glorias e seus sonhos irrisorios
Hoje eu sei que com o passar dos anos todos querem ser reis
Cerceam nossa colheita ceifam a plebe impondo suas leis
"Eu nao dormi mas nao quer dizer que eu nao sonhei"
O homem que nao tinha nada
Era um homem que nao tinha nada mais tinha um coraçao de menino
Ele andava a pe pelas calçadas e era forte apesar de ser franzino
Seu coraçao era forte guerreiro e sonhador
E ele continuava sorrindo apesar de seu caminho ser de sofredor
Ele nao tinha nada entao usava roupa usada
Ele so tinha um caderno e uma caneta que era o que sua alma precisava
Ele ali descrevia o por do sol e o nascer da lua
E onde todos so viam lixo ele ainda via cor nas ruas
Ele descrevia o sorriso da sua amada que era sua alegria
A distancia nao influia em nada ja que ela estava presente em sua poesia
O homem que nao tinha nada tinha conhecimento e sabedoria
E entre businas motores e apitos ele ainda ouvia da vida uma doce melodia
O homem que nao tinha nada dava um tapa com luva de pelica
A quem vivia de aparatos na ilusao e ele de pe no chao so exibia uma alma rica
O Eu Cinico (inspirado no poema o plagio esta a solta do Upanhaca)
Se escrevo um verso alheio
Com minhas palavras
Sera mesmo que e meu sentimento que leio ?
Sera mesmo que escrevo aquilo que creio?
Por onde anda o meu eu lirico?
Sera que se tornou meu eu cinico?
E o que aconteceu com a inspiraçao pela vida pelas flores e pelas mulheres?
Nao sei! Acho que virei uma fabrica de produçao em serie
Muita quantidade
Pouca qualidade
Um vago eco de vaidade
E praticamente inexiste verdade
lapidando
Palavras perfeitas frases eloquentes
Numa retorica contundente
Os erros de concordancia dao meu toque de escritor
Meu vocabulario reduzido nao assimila o que minha mao pode compor
Meus olhos veem uma vida diferente
Com palavras simples eu trago a tona um mundo emergente
Minha alma lirica apenas deixar cair no papel minha emoçao
Poesia ? Como ? se nao sei nem usar pontuaçao
confidente e cumplice
O que dizer? se a caneta conhece meus sonhos e conta apenas para o papel ! O papel os guarda por toda sua vida e eu por toda minha vida desabafarei com a caneta. Sim! A caneta e minha confidente e o papel e nosso cumplice.
"Caneta e papel meus dois melhores amigos confesso tudo a eles e eles sao tao simples a ponto de serem incapazes de me julgar"
poeta do apocalipse
Quandos os griots sucumbirem
Quandos os acordes nao existirem
Veremos Corpos estaticos despidos
O vento ecoa o silencio nas cabeças ocas atraves dos ouvidos
Argumentos debates discussoes
Se calaram aquietaram se nas aceitacoes
Multidoes iguais faces sem sentimento
Intrinsecos ceticos sem amagos poeticos dirao quanto temos de afeto
Coraçoes duro como concreto
Talvez um dia um passaro cante e de a cultura um sopro de alento
"Elevaram o corpo alem da alma da mente e das emoçoes o desejo da pele assassinou as emoçoes as relaçoes padronizando o futil o superfluo e o material assim ceifaram a cultura"
"Seremos em pouco tempo objetos de uso e troca incapazes de crescer e amadurecer com os relacionamentos"
O dono
Conforme a sinfonia os passaros cantavam
As flores desabrochavam
Os orvalhos pingavam
Ventos assobiavam
Uma doce melodia
Com os acordes da natureza as arvores dancavam sincronizadas na coreografia
As aves se levantavam de seus ninhos voavam e pousavam nos lirios
os peixes nadavam nas aguas calmas e cristalinas dos rios
Entao os homens com suas motoserras
seus carros suas guerras
Sua ganancia seus caminhoes
Seus tratores desamores suas construçoes
Suas pontes seu esgoto
Seu lixo seu combustivel seu porto
Seu semblante morto seu corpo morbido
Sua alma torpe seu dinheiro sordido
Seu odio
Seu odio
Seu odio
Seu odio
Destruiu tudo porque se achava dono...
Utilidade Operaria
Utilidade Operaria
Dentro dos seus carros com ar condicionado eles decidem
O que nos oprime semeiam discussoes que nos dividem
Aumentam passagens de onibus nos prendem na rotina
De gerar lucro a custo de entregar nossa vida ao trabalho quase escravista
Nos poroes das fabricas capitalistas
Esgotam crianças idosos alimentando a maquina consumista
Enquanto nosso sangue e suor coloca a sua imagem nas capas de revistas
Reluz o brilho do seu ouro no mundo escuro
A custo de paradas cardiacas pulmonares socializando a miseria nos lares
Ha 500 anos nos dominam discriminam subestimam tomam nossa terra invadem nossos mares
Nos poem nas plantaçoes
Tiram o folego do nosso peito arrancam a esperança de nossos coraçoes
Arrumam um pedaço de terra e enchem com indigencia nossos corpos presos a seus grilhoes
Liberdade dada por voces sera nosso repouso nos caixoes
Nossa alforria sera quando nossa força se esgotar e nao formos mais uteis a nossos patroes
Cena 2 Anonimato
Defrontado com o sorriso maquiavelico
Questionei o olhar belico e ironico
Pedi que retirasse a mascara
E o que lhe restara era seu rosto anonimo
Era apenas um comandado
No exercito sem sonhos...
contradiçao ( hino nacional )
Silencio as margens do ipiranga cala se o brado
Do povo heroico traz se o choro melancolico e o murmurinho acomodado
O por do sol da liberdade escassou seus raios
Apagou no ceu da patria trazendo um eclipse que apagou ate as estrelas do labaro
Com braço forte conquistamos a igualdade e se o penhor
E o nosso peito a propria morte surge a corrupçao e o teu futuro espelha a terra seca de esperança e amor
Teus risonhos lindos campos desmatamos
Nossos bosques habitam a morte nas petalas das flores caidas no chao onde pisamos
Que um brasil de eterno amor seja sonhado
Para um dia termos paz no futuro e gloria no passado
Mas enquanto a clava forte nao se ergue para justiça
Os filhos teus que nao fogem a luta os filhos deste solo se tornam orfaos da mae gentil amada e omissa