Como é fácil me rir, pular de alegria Sonhar com tanta fantasia E a seguir tropeçar, cair, bater no fundo E chorar num poço profundo
Como é fácil brilhar e sem saber porquê Me ver frente a um espelho que não me vê Mas eu desvio os olhos que ninguém viu E me procuro, me cego no escuro
Quantas vezes me afogo aqui sentado Esperando uma mão, esperando um abraço Que não vem e eu preciso de alguém A meu lado
Mas cada vez que morro nasço mais forte Pois enfrento esta vida como se enfrenta a morte Respiro fundo e tento ter calma E prendo os meus lábios como quem prende a alma
Como é fácil estar bem e amar a vida E até fingir um sorriso na despedida Mas a saudade nunca tem horas pra chegar E se amarra ao meu peito sem me avisar
Eu bem sei que aqui é o meu lugar Do lado de dentro, do lado de cá Mas até que me encham de terra sonharei com cor Neste mundo de sombras, neste poço de dor
(E é tão amargo o sabor, mas é tão doce a lembrança chorar faz bem quando se tem esperança)
Este poema vem acompanhado com música composta e interpretada por mim. Clique no play para escutar. Obrigado :)
O mundo é mais belo pela madrugada Quando os pássaros já voam e o Homem ainda sonha Quando o Sol arrependido devolve ao mundo a sua cor Mas é breve o instante Ao longe o caos vai trepidando Seus passos, lentos, se apressando Sem pressas, louco, atropelando Com tempo, pouco, reclamando Às portas da demora: Está na hora... Está na hora... Está na...
E eu vou, já vou, só mais um pouco
O teu cheiro travestido é travesseiro Onde encosto o meu rosto entorpecido Onde me entrego à lembrança por inteiro E pelos campos da lembrança vou perdido
E perdido te acho Toco-te ao de leve a face Fito os lábios vincados num sorriso E me curvo em ti Não me soltes deste abraço Não me deixes só Não me deixes nesta hora Pois eu sei que está na hora E tu bem sabes, está na hora Que é só esta, está na hora A nossa hora, está na hora Agora, está na hora Agora, está na hora Agora, está na hora Ago...
Meus olhos cansados pousaram em ti Não fosses o fim de uma longa viagem Teus olhos brilharam e eu me desfiz Não fosse de amor esta minha bagagem
E na prateleira de um peito a bater Num canto sem beira, nem fundo, nem fim Dobrei-me, cheguei-me com jeito de querer Ter nela, naquela, um espaço para mim
Após o abraço, tão curto, tão escasso Um passo, um espaço, um frio que senti Teus olhos pousados sobre o meu cansaço Foi no embaraço tudo o que eu vi
Fechei-me, tranquei-me, quase chorei Meu peito pesava, julgando eu, de dor Meus olhos brilharam quando reparei Num canto sem beira, dobrado, um amor
ieres oãn áj iuf ednO siam oãn iuqa e uov edno ouS seõzar ed sasar sezìar ed osaR seõtrop ed sadartsorp sadatrop ertne E "siav" sedrev ed sadarav saderev ojeV
ieracif oãn uos ednO sárartnocne em ,uotse oãn es uoS sárt arap uod euq sossap sod odniR etnerf ahnim à adiv a odnarohc E sáres otnauq o sárev e meV etneserp odniv etsof euq sadartse mE sád otnauqne ogimoc et-iR
00h00m Se à meia noite ouvires o sino, vais te cruzar com o teu destino
01h01m Se à uma e um sentires um frio, o teu amor está doentio
02h02m Se a hora for duas e dois, age primeiro, pensa depois
03h03m Se às três e três estiveres na cama, irás sonhar com quem te ama
04h04m Se às quatro e quatro o cão ladrar, um amor vadio está a espiar
05h05m Se às cinco e cinco ouvires tossir, segredos vão se descobrir
06h06m Se houver silêncio às seis e seis, leva no bolso os teus anéis
07h07m Se acordares às sete e sete, o mesmo de ontem se repete
08h08m Se às oito e oito fores a sair, boas notícias estão para vir
09h09m Se às nove e nove o céu chover, vais querer chorar sem ninguém ver
10h10m Se às dez e dez bater a fome, alguém está pintando o teu nome
11h11m Se as horas marcam onze e onze, vais ver o teu amor ao longe
12h12m Se doze e doze as horas são, são horas de dizeres que não
13h13m Se às treze e treze o sol brilhar, alguém está querendo te beijar
14h14m Se o catorze se repetir, vozes amigas vais querer ouvir
15h15m Às quinze e quinze horas em ponto, o amor vai quer marcar encontro
16h16m Às dezasseis e dezasseis, vais te cruzar com infieis
17h17m Se é dezassete e dezassete, alguém que não cumpre, promete
18h18m Se o dezoito estiver igual, vais receber um bom sinal
19h19m Se é dezanove e dezanove, o teu olhar alguém comove
20h20m Se às vinte e vinte te sentires bem, quem tu amas te ama também
21h21m Às vinte e uma e vinte e um, o teu amor não é nenhum
22h22m Às vinte duas e vinte e dois, cuida das vacas, cuida dos bois
23h23m Às vinte e três e vinte e três, quem ama vê-te e tu não vês
O poema das horas iguais é uma dedicação à minha filha, que está na idade dos namorados e dos significados ocultos nos ponteiros dos relógios. Está na hora certa para amar :)
Um balão que enche, enche, enche sobe ao céu e arrebenta:
E ao lado um pássaro voando E ao cimo um sol de tom dourado E ao lado o tempo vai parando E ao fundo um rio corre apressado E ao lado um sol alaranjando E ao cimo um céu já bem estrelado E ao lado um corpo já quedando E ao fundo o teu corpo suado
Bom, é difícil solucionar o mal pois este é inerente ao Homem. Para impedir o Homem de cometer o mal teríamos de privá-lo da sua liberdade ou, indo diretamente à raiz, privá-lo do pensamento. Melhor ainda seria impedir a sua reprodução.
Como existe maldade nas mentes mais sãs, resta-nos colocar a nossa esperança nas mentes insanas que, por serem defeituosas, contêm maior virtude.
Em último recurso ouçamos os mal-dissentes, ouçamos quem dos outros diz mal e quem, na nossa presença, nos conforta com o seu carinho e bondade infinda.
Me deixa contar-te um segredo Um segredo que me mudou Me deixa livrar-me do medo Deste medo que me calou Me deixa mostrar-te o que sinto O que sinto faz muito tempo Me deixa roubar-te um sorriso Me deixa contar-te um segredo
Eu te amo e para sempre Para sempre te amarei E mesmo sem te ter ao meu lado Ao teu lado eu sempre estarei Porque eu te amo e para sempre Para sempre te amarei E mesmo sem te ter ao meu lado Ao teu lado eu sempre estarei
Me deixa olhar-te nos olhos E lembrar-me do que senti Me deixa perder-me no tempo Perder-me a olhar para ti Me deixa lembrar o momento O momento em que me vi Do lado de dentro dos teus olhos Abraçado a ti
Eu te amo e para sempre Para sempre te amarei E mesmo sem te ter ao meu lado Ao teu lado eu sempre estarei Porque eu te amo e para sempre Para sempre te amarei E quero que saibas, que sintas que eu nunca Nunca te abandonarei E mesmo que fujas, te escondas, que morras eu sei Eu sei que te encontrarei Porque eu te amo e para sempre Para sempre te amarei
Versão reeditada de "Segredo" . Por favor clique no play para escutar a música.
Há cousas que não vejo e não são poucas As outras sendo vistas só por outros As poucas que me acendem vão-se aos poucos Se apagam para dar a vez a outras
A pouco e pouco vou desaprendendo Para aprender além, algo de novo Mas sempre esqueço alguém quando me movo E doi saber de quem me vai esquecendo
O que eu queria desta vida era saber Escolher o que lembrar e o que esquecer E não ter nem que perder nem que ganhar
Queria voltar atrás no tabuleiro Deixar o jogo a meio o tempo inteiro E saber da tua peça o teu lugar
Como é possível que eu te sinta Sem nunca te ter tocado Sem nunca te ter corrido Com as mãos o corpo, o pescoço Sem os teus lábios ter beijado? Como é possível te ver ao lado Tão presente, De corpo tão quente Sobre o meu debruçado? Como é possível poder Ser tudo o que queria ter sido Ter tudo o que queria ser tido Sem ouvir de ti Esse amor não dito? Serei eu o mito que alguém sonhou? Serei eu o "por vir", O que não aconteceu, O grito que não valeu? ...Serei eu?
Sou, No resto do meu mundo O teu gesto mais profundo.
- Os poetas são todos loucos, Loucos, loucos como eu e tu - Ah, mas eu não sou poeta! - Estás é pateta! És um peru?! - Ah, poeta escreve versos De amor, sei lá, de kung fu E ouvi dizer, mas não estou certo "Todo o poeta é gabiru" - Bah! Ser poeta é nada disso É ser mais alto, como a canção É beijar como quem seja... Hum, é como chouriço no pão Nem precisa saber escrever! - Sequer saber escrever precisa?! - Não complica, p'ra poeta ser Basta ser louco ou sem camisa - Hum, louco eu sou... descamisado... Chouriço gosto... pão também... Não sou peru... não sou pateta... Serei poeta?! Não soa bem.
Quando escrevo por vezes penso Que vou parir uma montanha Que por ser tão tamanha Será soprada pelos quatro ventos Banhada pelos sete mares Que irá na solas dos astronautas Pisar novos mundos Que por sistemas solares E outros lugares profundos Irá divagar Como luz a se propagar Que será para sempre No espaço e no tempo Na matéria e na memória Que será vitória Se fará rainha Quando às guerras do Homem Mostrar-se espada na baínha
Ah Deus, Deus, chego a chorar de emoção Quando penso, por momentos, ter um poema assim na mão Quando sinto andar às voltas a chave do Universo E não esta folha em branco, sem um traço, sem um verso
Queria ter contigo Dois dedos de conversa Fazer da minha mão teu chão Deixar-te em bicos de pés Corando sobre o meu ombro Levar na ponta da língua As palavras ao teu pescoço Saber para que lado te esquivas Quantos gemidos abrigas A quanto prazer obrigas Tomar-te o gosto
A virulência na doença A dúvida no juízo O louco na presidência A vida humana no lixo O viver no receio O nervosismo no riso A carta no correio O desemprego no aviso A fila no atendimento A fé no subsídio A falta no alimento A morte no condomínio A barriga no osso O bolso no prejuízo O joelho no pescoço O corpo no piso