Poemas, frases e mensagens de RobertoMello

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de RobertoMello

E Vejo Luz!

 
E vejo luz!
Brilho intenso que seduz
E que não reprime
Nem tão pouco oprime
Mesmo um pequeno feixe
Ainda reluz
E vejo luz!

Pelas calçadas, à noite;
Sou peregrino sem destino
Não procrastino, afinal, da vida;
Ou desta vida, sou apenas um reles inquilino.

E se o tempo não oprime
Tenho infinitos segundos de sonhos
Sem transgredir a própria sorte
Sem ultrajar minha própria pena de morte
E assim,
Ainda consigo ver uma centelha de luz.
 
E Vejo Luz!

Apenas uma partitura

 
Descortinei diante dos meus olhos uma ilusão
Que afetava de modo angustiante minha alma
Que me afligia noite e dia pela voz sem nenhuma calma
Atordoava minhas veias e dilacerava meu coração.

A este coração impetuoso, audacioso e esperançoso,
E agora perdido, mas desejando almejar,
Um sonho ao encontro de uma paz ao corpo harmonioso
E sem pesadelos
Cobiçando conjugar o verbo amar.

A este “amar”
Navega-se em tempestades em alto mar
Com ondas que avassalam tua alma sem a encontrar
E novamente, insistentemente aspiro reencontrar,
O elo perdido descortinado da ilusão sem adulterar.

Logo, hoje em dia, questiono comigo mesmo:
“Descobri” minha insólita e audaz ilusão?
Com ou sem veemência ao meu nobre coração?
Enganei-me pelos ternos impulsivos instantes?
Chego à conclusão:
Suportei o imaginável fantasiado de aventura
Minha mente atormentada diante dessa loucura
Afastou-se do pesadelo por essa criatura
Concluindo apenas: essa melodia era apenas uma partitura!

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Apenas uma partitura

Queimadas

 
Ouvi o clamor da terra
Senti o odor de longínquas queimadas
Gritos atônitos transpassaram léguas
E que ecoaram por tamanho desespero.

Filhotes ao ninho sem recurso
Restando-lhes apenas o segundo vindouro
Que durante a ciranda das labaredas
Elas, sem piedade;
Encerram – prematuramente - o canto mágico,
Ou o uivo colossal,
Ou o ciclo da essência vital.

Ouvi o clamor da terra
Ouvi a insensatez mundana
Ouvi histórias de futuro promissor
Embasados pela melodia fúnebre
Sem misericórdia daquela dor.

Lembrem-se:
Diante de uma possível resposta
O equilíbrio natural acontecerá
E você sentirá as mesmas dores e aflições.

Diante da força da natureza
Não há logística quanto à prevenção ou combate;
Não há soberania humana;
Ela, a natureza, é suprema!

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Queimadas

Iluminação Vindoura

 
Deixar-te-ei a divagar pelas nuvens esparsas
Para contemplares o Lux da imortalidade
E absorverás a quintessência.
Descobrirás grandes segredos que a ti serás revelado
E dentre inúmeras personalidades-alma que aqui habitam
Tu és um dos escolhidos a guardar tal conhecimento velado.
Abstenha-se de sentimentos receosos que a vida lhe propicia
Pois, nas infinitas fileiras daquele grande dia;
Ouvirás e te encantarás pela celestial harmonia.
E, mais uma vez;
Cumprir-se-á a escrita de uma Antiga Dinastia:
“Contemples o Lux da imortalidade”
“E grave seu nome pra toda eternidade”.

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Iluminação Vindoura

SEGREDOS DO SILÊNCIO

 
À noite, ou melhor, ao repouso do crepúsculo,
Mergulho até encontrar minha janela secreta ao mundo.
Ali ou aqui
Eu e ela ou Eu e Eu
Ou na dúvida, o simples “nós”,
Insisto no aqui, já e agora;
Entretanto, alguém emudece;
Não cresce, não enregela e não padece.
Sem nenhum som e total ausência de alguma existência
Torna-se inviolável à própria dualidade escondida
Que, outrora, por algumas frações de questionáveis minutos;
Esvaía-se em prantos, arrependida.
Esta janela permanece do mesmo tamanho
Os questionamentos aos mistérios permanecem;
O segredo do silêncio ainda é o tesouro perdido
A dualidade duela com lágrimas e entretenimentos
Mas, a arte de conhecer os mistérios escondidos;
Ainda sim, procuro saber e entender.
Há momentos que não a ouço e nem a vejo
Mas, ainda sim, aceito compreender o incompreensível;
Sim, compreender a incompreensão do nosso ser;
É abarcar o desafio da origem do grande segredo do silêncio.

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SEGREDOS DO SILÊNCIO

Humildes caçambas

 
Durante o transcorrer de nossas vidas
Não prestamos atenção aos detalhes
Pequenos detalhes que a vida nos ensina.
Em algumas frações do dia
Instantes iluminados nos direcionam
Ao encontro de respostas diante de infindáveis indagações
Que vagueiam pela obscuridade de nossas mentes.
Mas, o mundo repleto de aconchegos e carícias,
Mescla, sorrateiramente, a sabedoria como alimento do conhecimento;
E o verdadeiro sábio na busca incessante da maestria
Não se rende pela caminhada árdua
Nem tão pouco se deprime diante de fatos acontecidos
Ao contrário, torna-se caçamba;
Mergulha vazio pelas profundezas escuras e frias,
Entretanto, ascende vagarosamente ao encontro do sol;
Aflora com águas cristalinas
Cedendo água a quem tem sede.
Enfim,
Sejamos caçambas!

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Humildes caçambas

Questões Indecifráveis

 
Diante de sua transfiguração meteórica;
E, ao breve, mas conciso entendimento;
Compreendo a real necessidade natural
Do ciclo vital que imortaliza o espiritual.
Embora, ainda abalado, contesto controvérsias;
E, incessantemente, ainda procuro elucidar valores;
Que satisfaçam, de fato, às algozes ponderações;
[i]Que chicoteiam — sem piedade — algumas das emoções.
Não decifro segredos camuflados pelos elos cósmicos
Nem tão pouco expresso ser oportuno ou inoportuno
Conhecer o que está além do que seja permitido.
Entretanto,
Este eco me remete a pensantes questionamentos:
A alma complacente transcende a razão?
Se a resposta for “sim”..., justifica-se o próprio sacrifício corpóreo?
Se a resposta for “sim”..., isolar-se dos sentimentos em prol do sorriso de outrem é a verdade absoluta?
Sim ou não?
E se todas fossem “não”?
 
Questões Indecifráveis

Ah, essa brisa...

 
Ah, esta brisa que me abraça,
E que me encanta nesta noite
Acalenta um sentimento inocente
E que de tão inocente que é
Fico à deriva em meus próprios pensamentos.
Ah, esta brisa que abarca;
Abarca minha inocência
Abarca este tal de sentimento nobre
E que duelam em silêncio;
Pelo menos, é isso que eu penso.
Análise racional ou conclusão emocional?
Sei lá! Sem respostas..., prefiro o silêncio.
Ah, esta brisa silenciosa;
Que invade a vaidade ociosa
Que distorce a pura da inocência
E que em dado momento
Alguns, humildemente, rogam por clemência.
E que seja feita tua vontade
Mesmo nas mais profundas teorias pobres
Mesmo no círculo do bem-me-quer;
Ou estranhamente,
No cerne do mal – me – quer.
 
Ah, essa brisa...

O Nosso Mundo

 
Clamo, clamo e clamo;
Não suporto enxergar, ouvir e falar;
Crimes ambientais esquecidos
Que vagueiam impunes pelo ar.
Nossa sociedade, ao longo de décadas;
Convive com esta medíocre insanidade
E julga tal anormalidade
Sendo mera fatalidade
Que a própria razão desconhece.
E que tipo de razão é esta?
Afinal, que “razão” materializa sórdidas inverdades?
A afirmativa mundial é única:
“O mundo é (era) um perfeito ecossistema”
E nós, projetos de uma sociedade perfeita?
Ainda bem: apenas projetos.
 
O Nosso Mundo

Um Novo Sol

 
Mais um ou menos alguns anos?
Bem, não importa tal resposta,
Afinal, prefiro alimentar-me de esperanças;
Esperanças estas que me impulsione;
Algumas destas, talvez tardia;
Mas, ainda sim, o sonho de uma nova melodia.

Ao viver, e conviver, e torcer, e chorar;
O mundo até parece desabar ou desabafar;
Entretanto, ocorre à magia do novo alvorecer;
E que se renova por sonhos e esperanças de novos dias.

Mais um ou menos alguns anos?
Bem, não importa tal resposta;
Aprendi os tempos verbais
E com eles
Que a vida são frações de segundos motivacionais.

Então, enquanto há esta conjugação,
Vamos viver, e conviver, e torcer, e chorar!
 
Um Novo Sol

Hoje, Saudades!

 
Hoje, Saudades!
 
Ouvindo o marulho das ondas
Fico evasivo à sintonia deste mar
Sem pestanejar
Não permaneço omisso
E duelo à minha sombra
Com os inesquecíveis ou saudosos “teus” que me faz recordar.

Ah, os “teus”...
Os teus desassossegados e alucinantes beijos
Os teus sussurros e benfazejos solfejos
Os teus afagos e eloquentes encantos
E teus suaves e magnânimos molejos.

Porém, contudo e “no entanto”;
Dispo-me de algumas malévolas controvérsias
E enfatizo a suave e insana esperança
Ou ensejo ao perpétuo desejo — “Amar-te”.

Mas a razão
É uma verdade que desafina
É uma bebida amarga ou cruel
É a elegância disfarçada ao sabor do falso mel.

E sucederam-se infinitos outonos...

E hoje, recordo-me:
Que eternas saudades de além-mar!
Que eternas saudades daquele noturno céu!

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Hoje, Saudades!

Poética "Calvino"

 
Diante da leitura “Institutas”
A alma se encanta ou se questiona.
Então, resgata-se tal dualidade;
Trazendo à baila lembranças medievais
Sufocadas por conflitos casuais ou causais
Desmistificando teorias lendárias
Que outrora, conhecidas como trevas;
Mescladas por vaidades monetárias.

Retratar a unicidade da reforma de Calvino
Sem citar a harmonia do iluminado Lutero
É o mesmo que transgredir a sábia ideologia
Ofuscando o presente pela neblina da agonia.

Assim sendo...

Que haja entendimento
Sem constrangimento.
Que manifeste o conhecimento
Com total embasamento.
E que floresça com sapiência tal magnitude
Pelas reais ideias e ideais
Em prol da verdadeira e equilibrada atitude
Sem o foco da ambição e lixos materiais.
 
Poética "Calvino"

Seja Você!

 
Harmonize-se com palavras e textos poéticos
Que transmutam sentimentos ilícitos
Que enobrecem o paradigma humano
Que unificam o dorso ecossistêmico
E que invalidam ações tenebrosas.

Harmonize-se com o seu Eu puro
Que rompe o elo obscuro
Que ilumina a bruma silenciosa
E que ensina a mente ociosa.

Harmonize-se com o Sopro Vital
Inale a fragrância suave
Permita-se ao novo alvorecer
Permita-se ser você.

Seja sem preocupação ou desilusão
Seja sem angústias ou ansiedades
Seja sua própria natureza divina;
Humildemente e verdadeiramente
Seja você!
 
Seja Você!

Ao teu prazer

 
O teu olhar a me envolver,
Tua vontade em me querer,
Em um segundo a enaltecer,
Nós dois juntos até ao amanhecer.

Enalteceu meu sentimento,
Ao minuto de instantes,
Instantes de acalentos,
E com desejos constantes.

Ao toque de beijos e carícias,
Procuro encantar a tua alma,
Deixando-a sem malícias,
E sentindo sua alma calma.

Em sua calma de prazer,
Modifico a harmonia do meu ser,
E me sensibilizo diante desta unicidade
E admiro este tenro enlace com você.
 
Ao teu prazer

Inenarrável

 
Penumbra que rasga alguma nuance de esperança
E que rasga, e que a dilacera em infinitos fragmentos,
Os imensuráveis registros, mas não esquecidos,
Em uma gaveta chamada de saudosas lembranças.
Tantas lembranças de tempos de outrora
Que a aurora intocável adornava a crença infantil
Com sua maestria embalava cada segundo da hora
Através de anseios, esperanças e quimeras mil.
A penumbra se fez assídua leitora destes registros
Até questionou alguns instantes do teu crescer
Mas, teu olhar não permitiu a possíveis sinistros;
E o orvalho se fez testemunha do diário alvorecer.
E assim... O dito pelo não dito;
A esperança tornou-se reflexiva diante da penumbra
A aurora bajulou, serenamente, a angústia indomável;
O orvalho desenhou uma paisagem que deslumbra
Que na consciência; a lembrança é de valor inenarrável.

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Inenarrável

Escrevendo uma carta, pensei:

 
Escrevendo uma carta, pensei:
Pensei em desaguar minhas ansiedades e angústias
Pensei em relatar o incomodo comigo mesmo
Pensei em espelhar meu Eu espalhado
Pensei em inserir meu próprio retrato no tema de amarguras.
Mas, pensando bem...
Ferir-me com tantos pensamentos
Contestar divagações açoitadas pelo meu outro Eu
Em indignações que não se faz atenuar
O sentimento de poeta ultrajado ao luar.
Pensando bem...
Analiso tais questionamentos
Deixando-me cair na angústia de esquecimentos
Que do passado reflete o futuro sem constrangimentos
Ainda assim, sobrepostos a uma lágrima sentida e contrita...
E que esta prima primavera
Que permeia, rega e vagueia,
Semeando e clareando esta digna dualidade
Padronizando assim o meu pensar
E desejando simplesmente amar-te sem medo,
À luz do manto da noite iluminada pelo brilho ao luar!

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Escrevendo uma carta, pensei:

Rochainne

 
Olá, Rochainne!
Escrevo esta carta, entretanto não sei se terei coragem de enviá-la. Afinal, são palavras ou meras grafias sem intenções melodramáticas, mas com profundos sentimentos que expressam desabafos, lamentos e recordações.
Bem, não sei se esta confissão é adequada neste momento, todavia creio ser oportuno ao dilema que me açoita. Você pode até concluir diante das indagações que sutilmente aqui exponho, porém não haverá a oportunidade da resposta correta, pelo menos, neste momento, é o que transparece. Lembre-se: é sua escolha, no entanto, existem marcas.
Ainda hoje, pela manhã, diante do espelho enxergo as cicatrizes que não permitem esquecê-la. É minha cara, sou sua marca registrada.
Será fantasia de uma realidade que me definha ou náufrago dos meus sonhos e desejos ardentes? Vasculho o meu ego incessantemente e incansavelmente não consigo respostas plausíveis.
Acho que estou enlouquecendo porque conforme avanço nestas linhas e entrelinhas, eu me deparo com seu olhar libertino e sinto algo sem explicação penetrando pelas veias do meu corpo e acentuando meu batimento cardíaco. Neste agora, reações indescritíveis assaltam meu corpo fragilizado pela ausência de sua sedução.
Ao instante de segundos, vem à lembrança suas carícias indecifráveis no ápice do diálogo dos nossos odores, consequentemente, minha mente induz a uma visão surreal transportando-me ao cume do delírio que se materializa diante deste papel, transformando-o em uma tela. A seguir, visualizo você, eterna Rochainne, com uma matreira preguiça, deitada e seminua, exibindo sua silhueta através de movimentos harmoniosos e sensuais.
Que droga! Esta ilusão me excita. Merda... Onde está você? Relembro os afagos e descontroles racionais dos nossos suores; viajo no túnel do tempo sem piedade da minha própria alma.
Droga..., droga..., droga!
Preciso me concentrar para raciocinar e ordenar as palavras, mas, infelizmente, sua simetria perfeita e provocante ressurge das sombras proporcionando ideias e sugestões que aos anjos não são permitidas. E hoje, nem a mim.
Lembro, logo após os passeios, em nosso quarto, delicadamente e muito provocante, paulatinamente, você com seus longos cabelos castanhos claros, aquele batom em seus lábios com desafios impossíveis de conquistas. E, com efeito surpresa, peça por peça de suas roupas lentamente caíam ao chão e, assim, finalmente, descortinava-se um corpo artesanal abrilhantado pelos feixes luminosos dos meus olhos que acentuavam sua divindade carnal. Confesso minha timidez diante desta incontestável beleza coesa e natural.
Eu não conseguia retirar o paletó. Estava preso à exposição tentadora e sublime onde cada movimento era registrado como uma filmagem sem cortes. Sorrateiramente, com seus segredos guardados a sete chaves, característica fundamental de uma deusa, aproximava-se do meu corpo com suspiros que me enfeitiçavam — aliás, até hoje me enfeitiçam e não há sentido omitir o que valeu a pena sentir.
Carrego comigo as sensações de aconchego em seus braços embalando-me com frases loucas pelo desespero incontrolável do amor. Suas mãos deslizavam pela minha pele, pelo entorno de minha vulnerabilidade e me permitia ao prazer enigmático totalmente desconhecido.
Posso mergulhar nas profundezas místicas e afirmar com veracidade: agora sei o caminho ao cordão de prata. Como dizem alguns estudiosos, “ele é a ligação do corpo com a alma e, enquanto estiver ali presente, a vida permanece”. Agora, até minha alma desfruta do mesmo prazer. Ela grita, chora e implora. Ainda está presa ao corpo porque você a alimenta.
Talvez, com esta atitude, demonstro com clareza o quanto você preenche minha vida e, apesar deste afastamento aparente, o meu Eu se mantém hipnotizado pela sua presença, sorriso, encantamento. Sem hesitar, admito de forma avassaladora, que os meus lábios clamam o toque excitante e magistral do seu beijo.
Rochainne, com estas junções de palavras afetivas, e em meio a nossos conflitos; compreendo sua atitude e procuro respeitá-la. Entretanto, agindo assim, subjuga o meu sentimento de forma egoísta sem valorizar os momentos de entrega entre nós. Então, questiono os sussurros em meus ouvidos com palavras mágicas proferidas carinhosamente ao longo da madrugada.
Tenho a plena convicção de que não há como negar ou camuflar as nossas loucuras de amor, as pétalas de rosas e a alegoria fundamental: o vinho.
Então, pergunto: até quando?
Um beijo.
Do seu eterno apaixonado e amante
John

Ele relê o texto, acaricia o papel como se fosse a pele de sua amada e, em silêncio, observa pelo vidro da janela a chuva mansa que irriga o horizonte. Logo a seguir, abre a gaveta de sua escrivaninha e pega um envelope. Dobra o papel de carta e, no momento que prepara para colocá-lo ali dentro, o telefone toca. Ele atende e apenas ouve. Instantes depois, John com palavras carinhosas, expressa:
— Aceito. Vamos jantar e conversar. Beijos.
Nisso, ele desliga, torna a pegar a carta já dobrada e, em tom suave, exclama:
— Rochainne, você nem imagina o quanto me faz falta!

Autor: Roberto Mello
O conto "Rochainne" faz parte da Antologia Ardente & Caliente - Cuentos de Pasión - Edição Bilíngue - Editora Illuminare
 
Rochainne

Um Novo Dia

 
Um novo dia aflora
Sentimentos, pensamentos
Palavras tristes ou melancólicas
Esperanças vãs sem futuro
Que por alguma força maior
Prepara-me e sobrepuja
Ao encontro de um acalento indomável.

Um novo dia aflora
Manhã triste e reprimida
Contida e desguarnecida
Diante de fatos eloquentes
Ou talvez
Instantes sobressalentes
Que assolam esta pobre alma.

E o amanhã?
Será Insólito?
Sei não!

Prefiro o algoz deste intrépido minuto
Que covardemente e sem piedade
Assassina minha esperança
Sem sombra da dúvida
E nem da tênue lembrança.
 
Um Novo Dia

O Vento

 
E o vento acaricia minha face
E consola esta humilde existência
E, carinhosamente, beija-me;
Sem à loquaz impaciência.

E o vento toca minha áurea
E se compadece das lágrimas
E não se entristece pelos sentidos sentido
E não desiste de alguns dos sonhos perdidos.

E a cada alvorecer
Ele se aproxima
Ele me encanta
Ele extasia minha alma
Ele – O Vento;
A logística do Grande Criador!
 
O Vento

Um Colibri

 
Pela manhã, um colibri solitário e inquieto,
Bailou alguns segundos à minha frente.
Naquele instante ou fração de um minuto mágico
Percebi a presença da Essência Suprema da Criação
E lamentei tempos de outrora
Que não vi o alvorecer de uma nova aurora.
Aquele instante matinal
Despertou questionamentos
Aflorou sentimentos
Que, por vezes,
O tempo forçou a esquecimentos.
É, agora, eu sei:
Na tônica do dia a dia
É grave a desarmonia.
Então, elas que me perdoem:
Oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas.
Afinal, é sublime o voo do Beija-flor.
 
Um Colibri