Palavras ... batendo na janela do coração
devolver os braços
aos ombros
o choro
aos olhos
a vontade
aos dedos
e te abraçar
nunca será um recomeço...
talvez seja o coração
desatado do avesso
tentando encontrar o ritmo do peito [do teu …do meu]
para soarmos mais íntimo
tocarmos mais perto
o nosso
desassossego
de amar
Este, seria uma espécie de poema para ti, se as tuas palavras tivessem como destino a rua esquerda do meu peito…
Julgo que não …
Acredito que elas ( as tuas) tem como destino, um outro coração …
Mesmo assim, não resisti em sonhá-las, quando as vi passar ao lado da minha janela …como aves, fugindo do silencioso inverno …
O azul das làgrimas …sempre preferiu o teu sorriso
Saudades de quem parte
Nos parte em mil partes
E as outras partes que ficam …
Salgam a lembrança do espírito
De quem viu partir
A parte mais importante
Da esperança
De um amor
Não proferido
Mesmo assim...a Menina Flaminga
Não pode continuar a molhar
A argila dos pés
Com olhar …
É preciso
Esticar as asas
E desabrigar o que resta
Do coração
Perante o vento
E perdoar ….
Perdoar-se de não ter dito amo-te
A quem sempre amou
Mesmo quando o silêncio afastava os corações
Depois das palavras
Arremessadas pela alma …
Amo-te com medo de te amar
sofro
de saudades futuras
solidões antecipadas
sofro
amando-te
sem coragem para te enfrentar
oculto a magna vontade de te amar
fruto de um desejo inapropriado
tão bordado
demasiado costurado de esperança
e faleço no tempo
tão acordado neste sonho
que não te alcança
o amor virtual é cego
nossos olhos
tropeçaram
nos sonhos desatados da alma
e caímos
antes dos sorrisos
alumiarem
os lábios
caímos
como as lágrimas
beijando o mar deitado na noite
e fugimos
para o conforto das palavras moucas
a um simples clique de distância
das bocas
A retina cheia na tua ausência
quando não estás
o mar cabe no olhar
e cai em cascata
sabendo da tua
ida sem vinda
......desta vez as ilusões branquearam as palavras
deixando a musica dos versos
sem pauta
…….deixando o rosto a derramar lágrimas
sem o baloiçar da lua
No intermúndio dos nossos mundos
certas raízes…
não necessitam de galgar os muros
chegam-nos como as veias
ao imo do coração
irrigando com luz
os casulos da esperança
fragilizados pela incandescente escuridão
e assim tem sido…
mesmo diante do deserto árido da solidão
nunca me faltaram
teus braços de árvore
nem a memória doce
dos teus lindos traços
para continuar
a sonhar
de âmago
acordado
Falecer na praia sem adocicar a gigante lágrima
antes de chegar
ao chão Salaguado da tua alma
o rio desgasta
as alabaças
do meu corpo
sem casco…
naufragado na solidão
vou descendo o caminho
ao encontro
do teu atlântico coração …
enfrento a magreza do Tejo
a secura do seu leito
mas quando te vejo
o que resta das minhas velas
ganham a confiança do vento
e amentam a arrebentação
dos teus beijos
mas na foz do teu corpo
morro a centímetros do teu rosto
Embalar o coração embalado
enfrentar o amor
de rosa ao peito
não é defeito
é coragem de amar
mesmo sabendo
que nos vamos magoar
quanto ao resto
não há volta a dar
parar e querer regressar
já na descida da paixão
significa escalar o Evereste
do tamanho do teu coração
Escolhestes ser livre amando com mil tentáculos
Rojar-se no tecido do tempo, tutelando afetos … desligando os sentimentos desconhecidos do desejo,
Não deixa de ser um trajeto heroico
Que tem como divino juro
O contentamento dos mais próximos ….
Mas será que essa demanda, deixa um vazio sem nome nos olhos e a garganta em nó no peito?
Penso que essa amarga inquietude que sentes,
Não passa dessa curiosidade de ser amado no outro lado do frasco …
Contudo, quem vive do lado de dentro do frasco, não é livre …está preso a um grande amor …sem espaço …
Depois do fim ...
...trazia,
nos olhos fúnebres
o Sonho em branco
e nos dedos
um arco-íris em botão
mas o que mais sobressaia….
era seu coração
sangrando como os lábios
teu nome
perante uma dor tão sangue