Poemas, frases e mensagens de Jdcc1

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Jdcc1

Poema pra ler com raiva

 
Quase tudo é desespero
Veja bem, eu disse quase
Nessa vida sem controle
Me falta o botão de pause

Leia esse poema sem respirar
Com a pressa de um passarinho
Sinta cada verso te sufocar
Sem poder voltar pro ninho

Imperativo e hiperativo
Ninguém sabe o que eu sou
Meu ego caco de vidro
Na alma de quem me amou

Um beijo que nasce quente
E um verso que nasce frio
Um ódio que toma conta
Mas não evita esse vazio

Meu calcanhar de Aquiles
É esse medo repulsivo
De querer tudo que tenho
Mas não ter o que eu preciso

Ampulheta que areia escorre
É quase uma escravocrata
Da vida que passa e morre
Do tempo que passa e mata
 
Poema pra ler com raiva

Poema do absurdo

 
Se me permitem o questionamento:
Quem teve a brilhante ideia de fatiar o mundo?
E nessa insistência de criar a perfeição
Acidentalmente acabou chegando ao absurdo?

É que meu coração duvidoso nasceu duvidando
Não por mero acaso me encontro nas incertezas
Mesmo que o silêncio se sujeite como resposta
Minhas interrogações não são dadas às sutilezas

Prossigo aqui com minha oitiva indigesta:
Quanta filosofia ainda há de se desperdiçar num todo?
Pois se esses versos nunca se justificam
De que valem as palavras desse poeta engodo?

Navego à deriva de impróprias acusações
Com o mesmo ímpeto de um náufrago em alto-mar
E se me virem meio aos delírios de um desertor
Que alcancem rápido a minha alma por desarmar

Finalizo satisfeito com meu simpósio:
Qual a certeza que de tão incerta se esqueceram?
E por mais que eu lhes mostre os dentes
Onde o tal brilho dos meus olhos se esconderam?

Desprendo-me agora das amarras da consciência
De toda e qualquer forma de entendimento
Pois não existem mais dores desconhecidas
E a felicidade é simplesmente a ignorância do sofrimento
 
Poema do absurdo

Visceral

 
Poesia aposentada que o silêncio já consumiu
Dai-me voz para que essa raiva não me sufoque
A inspiração que outrora até em outonos floriu
Já não traz a paz para que minhas linhas evoque

O vazio torna a centralizar a temática do poema
O verso roto é só um estigma de pueril insensatez
Rasga-se o verso e a alma com frieza extrema
Como se a autodestruição não fosse prova de estupidez

O poema nasce machucado e quase mata o poeta
O choro é lírico, enquanto o caos é emocional
Fecham-se os olhos para essa solidão de porta aberta
Enquanto traçam-se linhas de um sofrimento estrutural

Cada caneta nasce sabendo o peso de sua tinta
Há lacunas na dor, hiperbólicas e eufemistas
O nada existe para que a ilusão não seja extinta
E a transformação não roube a inocência dos artistas
 
Visceral

Poema do absoluto

 
Tô andando sobre as águas
Me sentindo um basilisco
Tô desaprendendo o amor
Disposto a correr o risco

Meu "eu te amo" mergulha
No seu mar desgovernado
Se sufoca com a indiferença
Depois morre afogado

Vou do delírio à utopia
Sem medo da insegurança
Me deixa capotar no ego
Sem cinto de segurança

Meu orgulho transeunte
Me mata um pouco todo dia
Esse verso eu fiz com raiva
São overdoses de hipocrisia

Solidão não rasga a alma
Isso tudo é uma ilusão
Avesso dos paradoxos
Só a alma rasga a solidão

Eu amo por necessidade
Nunca por desespero
É um sequestro das paixões
Que já estavam em cativeiro

Transtorno Obversivo Compulsivo
 
Poema do absoluto

Memento mori

 
Estarão todos em uma corda bamba
Farão do pecado a própria virtude
As vezes nem lhes faltará o equilíbrio
Mesmo sendo o abismo que lhes ilude

Disfarçarão os traumas e as psicoses
Como se o cinismo fizesse bem pra saúde
Passíveis a essa camuflagem do ego
Esperando na arrogância inerte uma atitude

É a velha e vulgar arte de procrastinar
Esperando ociosos que o mundo mude
Enquanto no direct choveu muita putaria
E da própria alma não mandaram um nude

De nada valem mil metáforas ou alusões
Eis então o maior dilema que lhes aturde:
Viver apenas por essa mentira irresistível
Ou sangrar na cruel verdade a juventude?
 
Memento mori

O banzo de Dante

 
Vejo os dois lados do inferno
Mas não enxergo o paraíso
Tento ser Mahatma Gandhi
Nesse mundo de Narciso

Coleciono tantos complexos
Que nem Freud pode explicar
Olhei tanto para o abismo
Que ele engoliu o meu olhar

A rotina me esmaga a alma
E faz a angústia irrelevante
Vivo amores de superfície
Boiando em fotos na estante

Doutor Lecter ama as cicatrizes
Também tento amar as minhas
É um aborto do próprio ego
No maculado agouro dessas linhas

Estão loteando vagas no céu
Mas minha alma não está à venda
E se o inferno é sempre gratuito
O purgatório é reprimenda

Esse é meu torpe delírio coletivo
Senso comum não paga imposto
O eu lírico teve que morrer de fome
Pra não precisar morrer de desgosto
 
O banzo de Dante

4 versos

 
ORIGAMI

Onde o amor é palavra vazia
O cansaço é conjectura
Pois em corações de papel
Qualquer amasso é dobradura

ESCÁRNIO

Sonha-se muito com o futuro
Quando o passado é maldizente
E se o onirismo é pressuposto
Os pesadelos são no presente

ANIMALIA

Algures haverá a sobriedade do homem
Ou ao menos a indolência do selvagem
Um lugar onde o tempo não será covardia
E a existência deixará de ser camuflagem

PRIMAZIA

O tempo é mesmo a desistência dos deuses
Daqueles que se cansam pelo caminho
Pois colocam suas criações no automático
E abandonam o seu perfeccionismo mesquinho
 
4 versos

Há em meus versos

 
Há em meus versos um certo tipo de melancolia
Que inúmeras vezes se recorre ao colo da saudade
Como se todo amor existente em mim fosse poesia
E a falta dele minha única lamúria na posteridade

Amar é verdadeiramente um tipo de esforço
Ou se busca a plenitude naquilo que nos é incerto?
Desenha-se na alma o que na vida se faz esboço
Ou ama-se pelo simples gosto de se sentir completo?

De que me adianta buscar por respostas inatas
Se meu coração vela a tristeza que se transmuta?
De que sou feito senão de conjecturas insensatas
Se a voz impiedosa do meu silêncio não se refuta?

Há em meus versos um certo tipo de posteridade
Como se a eternidade me fosse dada em poesia
Não há no infinito o que possa aconchegar a saudade
Nem um amor que possa fazer cessar a melancolia
 
Há em meus versos

Proeminência

 
"Eu fui a nocaute
A lona é tão quente
Tudo é confuso
E quem nos confunde é quem tá contente"
(Froid)

As vezes no labirinto das minhas percepções
Surge sorrateiro o calabouço das tuas inseguranças
Pois além das minhas vagas divagações
Existe em tua alma fatídicas lembranças

Sois tuas memórias como uma armadura
A defender-se copiosamente da desilusão
Mas esqueces que nosso amor é candura
E meu anseio por ti beira insanamente a rendição

Como se cada uma de minhas falhas e desacertos
Fosse para ti metódica comprovação
De que seus amores sobrevoam o céu dos imperfeitos
E pior, tua tristeza respira insubordinação

Sinta-me com a mesma necessidade egoísta de outrora
Não me limite ao cruel hábito de suas comparações
Pois o espelho passado não reflete amores de agora
E nem permite a simples menção das inexistentes ilusões
 
Proeminência

Sobre romances contemporâneos

 
Não se deve rasgar cartas de amor
O coração é muito burro pra entender
Minha alma memoriza meu desespero
Uma vida é pouco tempo pra esquecer

Se ao menos pudesse fingir um pouco
Dessas palavras só sobraria a verdade
Mas eu ainda teria que mentir mil vezes
E rasgaria mais mil cartas pela eternidade

Todo pecado é uma contagem regressiva
Meu amor não sabe lidar com essa pressão
Saboto aos poucos meu livre-arbítrio
E sorvo a angústia de existir em servidão

Se ao menos pudesse fugir um pouco
Dessa medíocre sensação de insuficiência
Teria eu a paz que por vezes tanto necessito?
Ou só me seria dada a ilusão de equivalência?

Não sei se estou rasgando versos ao vento
Ou simplesmente aprendendo a escrever
Só sei que não devo rasgar cartas de amor
Mas meu coração é muito burro pra entender

Esquecer é a benção dos mal amados
Nessa circunstância o pecado é provisório
Somos nós a contagem regressiva
E o pecado em si um expurgo contraditório
 
Sobre romances contemporâneos

Apenas sobre lições de casa

 
São amores abstratos
Em corações neblina
São egos insensatos
Cheios de adrenalina

É um clichê absoluto
Estímulo e reação
Ambiente que deixa puto
Behaviorismo da depressão

Minha mente é uma arma
Munida com meu sarcasmo
Engatilho na sua alma
O amor é um pleonasmo

O sorriso oculta o ego
Libidinagem da hipocrisia
Verso braile em ponto cego
Sintam minha poesia

Boca amarga em verso raso
Não subestimo a ironia alheia
Nada que dizem é por acaso
Nem o fel que os permeia

Tô dando voz pra minha ira
Sou quase um esquizofrênico
Se meu caos for de mentira
Todo o meu vazio é cênico
 
Apenas sobre lições de casa

Banzo

 
Ora,
essa melancolia fraudulenta
e esse poeta embuste se esbarram
e esvaem-se na madrugada
tão desconexos quanto esses versos

A chuva molha o teto
e goteja na alma do poeta:
existe uma certa dose de ironia nisso
como se a madrugada precisasse de companhia

O alvorecer se demora pelos relógios
solitariamente angustiado
desejando nunca precisar chegar

O sol também deseja se atrasar
assim como o sono que ainda não chegou

e a rotina? Ah, ela esmaga o que nos resta...
 
Banzo

Mon. N°1

 
Sabe, você dormir sem mim
É o motivo do meu desespero
Queria acomodar teus sonhos
Tô com inveja do seu travesseiro

Tô aqui suspirando feito um bobo
Fantasiando amores e vice-versa
Será que você também tá acordada
Lembrando das nossas conversas?

Sua boca tão longe da minha
Tá me fazendo imaginar besteira
Já pensou meu sobrenome no teu rg
E poder beijar sua boca a vida inteira

A timidez do seu olhar me encanta
Seu sorriso me desmonta inteiro
Sei que já não preciso mais procurar
Achei no teu destino meu paradeiro

Já tem tempo que não tô raciocinando
Sem problemas se me achar emocionado
Mas no meu pensamento só dá você
E fugir disso tá cada dia mais complicado

Sabe, você viver sem mim
É o motivo do meu desespero
Queria acomodar tua alma
Fazer inveja pro mundo inteiro
 
Mon. N°1

Imparcialidade

 
Com o pensamento perdido a esmo
A solidão não mais me frustra
Eu sou médium de mim mesmo
Nietzsche é médium de Zaratustra

A vida se disfarçando num caderno
É a sutil arte de um indeciso
Ontem Freud me ligou do inferno
Meu inconsciente atendeu no paraíso

Foram memórias curtas em hipnose
Imparciais, nos falamos no purgatório
Nossa conversa me rendeu neurose
Foi regressão até o motivo do ilusório

São meus gatilhos de ignorância
Nascendo frios em forma de poesia
Esse é o poema da redundância
E eu sou o filho primogênito da ironia
 
Imparcialidade

Dos meus versos pra ela

 
Tua insegurança sempre chega sem aviso prévio
Mas se quiser meus braços podem ser teu porto seguro
Só quero que saiba que te chamar de linda é constatar o óbvio
E que meu amor é louco, mas hoje em dia só amores loucos tem futuro

Quando digo futuro eu não estou rotulando a forma de amor, nem a forma de amar
Só estou deixando claro que independente de tudo eu quero sua presença comigo
E essas suas 24 horas de sofrimento me afetam, como eu nunca pensei que fossem afetar
Em não te fazer sofrer reside todo o dilema e em saber que falhei reside todo o castigo

Quando fazemos do Carpe diem um carma, fazemos da complicação o mais simples
E quando fazemos da confiança algo tão grande, fazemos ainda mais pequenos os tormentos
Nunca fui bom com declarações de amor, como poeta esse é meu calcanhar de Aquiles
Mas a fraqueza de minhas palavras não se comparam com a força dos meus sentimentos

Eu sempre achei que nosso lema fosse a loucura, mas eu sempre estive enganado
Nosso lema é a intensidade, foi graças a ela que tudo isso começou
E se começou é porque tem um propósito, então jamais darei por terminado
Só peço que nunca se esqueça que eu pedi pra ficar. E você deixou.
 
Dos meus versos pra ela

De todas as coisas que não sei

 
Disfarces do caos condescendente
Tolerância em níveis deturpados
Hipocrisia disfarçada, cinismo indiferente
É o sorriso melancólico dos renegados

O tempo é o ceifador que impera
Não redime arrependimentos vazios
Estamos todos em fila de espera
E o perdão é o ópio dos arredios

Em faces ainda degradadas pelo vício
De aquecer o egoísmo que reina
É a cadência fingida desde o início
Num fim mórbido que nos causa pena

Evoluindo para um abismo cético
Humanizados de almas insipientes
Sou um reles transeunte hermético
Num silêncio frio dos inconscientes

Mentes néscias sob a sombra da injustiça
Julgam-se fartas em plena ruína
Arquétipos covardes fadados a preguiça
Como ratos que se alimentam de estricnina

Em guerras paralelas, infames respostas
Deliberadamente invalidam justas sentenças
São míopes visões do ego impostas
Enraizando a insignificância das indiferenças

Como se o retorno não fosse certeiro
Como se a lei da vida não estreitasse os finais
É que somos o erro de um Deus inteiro
Dividido em substâncias nocivamente banais

Todo decreto divino está intrínseco na natureza
Nenhuma barganha suborna o destino
Tudo que se faz real em mim se torna incerteza
Só sei que não saberei ser: sou peregrino
 
De todas as coisas que não sei

Integridade

 
Eu
Pronome pessoal
Em transição
Intransitável

Nós
Pluralidade inofensível
Em colisão
Circunstancial

Eu
Oposição aos fatos
Em tédio
Subliminar

Nós
Subsistência volúvel
Em cordas frouxas
Arrebentação
 
Integridade

Adrenalina

 
Eu moro em mim
Mas as vezes sinto saudade de casa
Me transformei em Odin
Jurei, igual fez o Fábio Brazza

Minha alma é negra igual Zumbi
Melanina transcendental
Minha aura sempre foi tons de rubi
Preciosidade num corpo de cristal

Minha consciência é rosa dos ventos
No meio do nada apontando direções
Sou Mandela perdoando os tormentos
O ódio não constrói edificações

Carrego todos os sonhos do mundo
Salve Pessoa, eu também sou assim
Não sou tudo, não posso querer ser tudo
Mas o nada não deve fazer parte de mim

Sou Santos Dumont em cada verso
Pioneiro nos voos tipo o 14 Bis
Mas eu quero o céu do universo
Não me contento com o céu de Paris

A vida não faz sentido, a vida se faz sentindo
Crente duvidando, ateu fazendo prece
Tragédia amarga, a amargura sorrindo
Tô escrevendo Macbeth, me chame de W.S

São racistas de época igual o Lobato
Polemizando igual o Lobão
Fazem festa abrindo o primeiro ato
Mas sou Nelson Rodrigues trazendo a conclusão

Eu sou o Senhor Coelho
Mas tô tipo Alice perdendo a lucidez
Jesus me dando conselho
Mas eu sempre fui judeu com surdez

Diz quem não conhece o Ip Man:
"Mano, o Bruce Lee é tão foda"
Cita o simpatizante da Ku Klux Klan:
"Preto tem que tomar banho de soda"

(Hipocrisia
Revolução de caneta
Rebeldia
De um ego batendo punheta)

É sobre o muro de Berlim
Não sobre as muralhas de Jericó
O que mais querem de mim?
Revolução de um homem só?

Eu sou mesmo não querendo ser
Ser é um verbo transitivo indiscreto
Não fazem mesmo querendo fazer
Que fé é essa nesse deus de concreto?

Não vou parar por aqui
Não posso parar agora
Ainda vão me levar daqui
A morte não perde a hora

Me jogar é a única alternativa
Mas bung jump sem corda é suicídio
Eu sempre quis evitar a oitiva
Então morrer agora é subsídio?

Só Rogério Ceni é mito
Seu presidente é cusão
Ouve só, mais um grito
Jair com o pau no cu da nação

Um Caravaggio vale milhões
Um J.D.C.C vale centavos
Não valorizam emoções
Só dão valor pros conchavos

Estão citando a obra de Assis:
"Bem vindo a igreja do diabo"
Faz carinha de anjo feliz
Sentando em cima do próprio rabo

O tempo joga xadrez comigo
E só um xeque-mate resolve
Ainda não sei o nome do inimigo:
Chamo de Deep Blue ou chamo de Kasparov?

O tempo não é inimigo
O tempo é adversário
Esse jogo que ele joga comigo
Só põe em xeque o necessário

Tá todo mundo se fazendo de Orfeu
Caminham pra frente olhando pra trás
Foi pisando em serpente que Eurídice morreu
Depois tem que descer ao inferno em busca de paz

Estão com a mente em casulo tipo borboleta em pupa
A diferença é que vocês não vão voar
Usando o destino como desculpa
Pedra no caminho não derruba, só faz tropeçar

"Você não sabe amar"
Eu sinto o amor escorregar pela mão
Como se eu pudesse segurar
Mas deixasse cair no chão

O que é o Partenon
Se Atenas habita o Olimpo?
Ela era Yoko, eu era Lennon
Distância homicida não faz jogo limpo

Só vou escrever meu ódio
Não quero falar de amor
Minha poesia lutando por pódio
Só quero que cure minha dor

Escrevo esse poema com raiva
Enquanto a raiva escreve em mim
Minhas palavras fazendo gaiva
Reles esgoto do meu fim

Sem filme do Hitchcock, eu não faço suspense
Sou mais drama, biografia e documentário
Dadaísta, minha arte é nonsense
Mas o absurdo beira o extraordinário

A poesia faz o resgate
Soldado Ryan é leitor
Sou um poeta pronto pro abate
Querendo o Nobel do amor

População indiferente ao sistema
Tipo Grenouille, não fede nem cheira
Na verdade nem enxergam o problema
Se fazem de Bird Box, só pode ser brincadeira

"O que você quer ser quando crescer?"
Pergunta isso pra uma criança no Rio de Janeiro
"Eu só quero crescer, não importa o que eu vou ser."
Essa resposta é cerol, me corta o peito inteiro

Revolução ainda é um sonho distante
Tendo em vista o que fizeram com a nossa nação
Olha que ideia brilhante:
"Legalizo as armas e corto verba da educação"

Columbine é aqui, olha o que fizeram em Suzano
Almas na solidão e o celibato não foi escolha
Facilitando a vida de miliciano
Cidadão de bem vivendo na encolha

Velocidade O'Conner
Dominic te deixando ganhar
Quem nasce Will Traynor
O amor de Clark não vai salvar

Fazem cara de miss perdendo concurso
Frustração canalizada
É como a Dilma fazendo discurso:
Não canso de dar risada

A mão que bate também faz carinho
Igual Projota cantando AMADMOL
Ninguém faz merda sozinho:
"Olha a intimidade do Moro com o Dallagnol"

Me sinto Vivien Thomas
Com Blalock levando a fama
O desapego e seus sintomas:
"Eu também" pra dizer que me ama

Eu sinto frio, minha alma gelada
Mas o inferno é quente demais
Eu tenho medo, minha consciência pesada
Me vendi como Fausto, eu não sei o que é paz

Eu sou bipolar
E nisso não vejo problema algum
Eu não sei rezar
O que me falta está em hebreus 11:1

Eu que me orgulho de não chorar
Chorei ouvindo "Mandume"
Só não consigo suportar
Quando o choro vira costume

Nesse mundo a liberdade é amarga
É foda ter que contar com a sorte
Viver sonhando é o preço que a gente paga
Só que esperam morrer pro sonho ficar mais forte

Passam o inverno inteiro esperando
Pra ver a primavera florindo
Só que eu não perco tempo chorando
Só ganho tempo sorrindo

Querem fazer chiqueiro
Só porque enxergam o lamaçal
Sou brasileiro
Mas nem por isso eu gosto de carnaval

Sejamos Pitty seguindo na contramão
O tempo é abstrato na realidade
Não devemos acreditar na solidão
Nem sempre ela sabe dizer a verdade

A verdade é que a verdade respira por aparelho
Isso independe de crença
A dúvida cala o ordeiro
Como Getúlio assinando a própria sentença

Nunca se arrependa de se arrepender
Sinta, não importa o que você pensa
Mas não tenha medo de ler
O poema dos olhos da indiferença

Ouça o que eu vou falar:
O ego é bom, eles pintam como ruim
Eu não sei onde isso vai nos levar
São mil negativas a espera de um sim

Vivendo Death note
Os nomes já estão no caderno
Tô correndo igual Bolt
Eu tô fugindo do inferno

Isso é só o que eu penso
Não é sísmico, mas causa abalo
Todo mundo é Lourenço
E vai morrer com a cara no ralo

Olha só que perigo:
O machão me matando na internet
Mano, eu não ligo
Já morri tantas vezes depois de dezembro de 97

Onde o bem se conforma
O mal se faz nefasto
O foda é que aqui o bem está em reforma
Bem vindo ao holocausto

Eu moro em mim
E sentir saudade de casa é normal
Eu sou Odin
E minha sabedoria é banal

Não classifiquei este poema como polêmico, pois creio que a arte não deve ser censurada.

Um de meus poemas preferidos é "Poema sujo" de Ferreira Gullar, que em nome da arte faz uso de palavras de "baixo calão"...

De forma alguma estou me comparando a Ferreira. Estou apenas exemplificando.

Liberdade!
 
Adrenalina

Niilismo prático e passivo

 
Meus versos são psicografia
Eu sou médium de mim mesmo
Interpretando as fugas de minha alma
E coagindo-me pelas intempéries

Não nego os soluços de choro
Raros, rasos, mas existentes
Como se chorar fosse necessário
Pra lavar e levar minha ingenuidade

Opondo-me ao desespero
Não devo me curvar ao medo
Afinal, almas não sangram
O que sangra é a vontade da alma sangrar

Meus versos são psicografia
Eu sou médium de mim mesmo
Cada poesia é um dogma
E cada dogma um pedaço de nada
 
Niilismo prático e passivo

Que me faça amar

 
Aquele olhar que cê me trouxe
Naquela tarde de dezembro azul
Ainda tá aqui comigo

E eu não deixo de lembrar
Não deixo de lembrar

Aquele beijo que calou nós dois
Ainda tá guardado na memória
Algum dia eu quero repetir

Pra nunca mais parar
Nunca mais parar

E as mil razões que você tinha
Pra me rever um dia desses
É meu motivo pra ligar agora

E eu peço que me faça amar
Só peço que me faça amar
 
Que me faça amar

Jeferson