Poemas, frases e mensagens de bloackt

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de bloackt

Homem vazio

 
Noutro fugaz intuito
Meu, de alcançar o horizonte
Alguém que anda a monte
Dá-me um encontro fortuito,
Um ser, nunca vi, tão vazio
Que, sem eu querer, me dá pena
Ver esperança tão pequena
E só, em tal desvio.
Quero tratá-lo de amigo
Ao homem que não me dá mão,
Desconfio de solidão
Que não tem o coração consigo,
Literalmente me disse
Que dinheiro já não tinha
Nem um emprego lhe vinha
Nem nada que lhe sorrisse,
Que morreu para a amizade,
Numa família onde está a mais
É órfão de deus e dos pais
Com saudades de ter saudade.
Ó homem de coragem louca
O que eu disser às condições
Em que vives, serão palavrões
Pois sem palavras me fica a boca.
 
Homem vazio

ao sabor do vento

 
não venço o mar
não venço a vida
mas vou teimar
nas minhas lutas
como rocha destemida
entre o vaivém das marés
ora altas, e brutas
ora baixas e calmas
como lhes manda o vento
e em tantas almas
como também em mim,
voa o pensamento.
 
ao sabor do vento

Quero amor

 
O amor mora no mais alto pico do mundo
Lá onde nasce a saudade que um dia
Fez de mim um vagabundo
De altos sonhos oriundo
Para as ruas da nostalgia.

Para as ruas onde rastejo
E escondo meu lado que chora
Porque já tive amor de sobejo
Amor que hoje não vejo
E já sofro pela demora.

Já a minha alma vai cega
Com vendas de desilusões
Teme, teima e não se entrega
E com o gelo que carrega
Arrefece as tentações.

Disfarçada de insensível
Nas tristezas e ausências
E estupidamente indisponível
Vejo-a ao espelho desprezível
Iludindo as aparências.

Sem uma luz neste negrume
Tentar é só o que me resta
Vou dispensar este azedume
E fazer do amor um costume
Porque viver sem amor não presta.
 
Quero amor

depois de mim

 
Vivo sem ser mais que ninguém
Nem me peçam para querer ser
Pois vou imaginando também
Que se levar quando morrer
Comigo, tudo aquilo que sei
Dirão de mim sem pragmatismo
Que vivi para o egoísmo
E morro ali porque não dei .

Vou e encorajo a minha sorte
Ao me dar sem condição
Para receber em gratidão
Uma vida após que a morte
Apenas o corpo me leve
E cá deixe aquilo que sou
De minh`alma que se atreve
Com as palavras que vos dou .

Vêm do fundo duma gaveta
Ora de amor, ora de inferno
Caixa mágica de um poeta
Que a sonhar se faz eterno
Á conquista de um reparo
Para seu mundo imaginado
Onde plantou um legado
Como servo do seu amparo .

De escrever não me privo
E lá vou conseguir parar
Um dia por cá não estar
Mas por ora ainda vivo
Talvez, por vezes, nem queira
Ou por outras porque preciso
Ou porque é a minha maneira
De dar á vida um sorriso .

E de dar porque advim
De todos os amores meus
Que talvez depois de mim
E bem para lá do adeus
Me vão querer bem dizer
Por muitas outras bocas
Para que não se façam ocas
As razões que quero crer .
 
depois de mim

nuvens brancas

 
Nuvens brancas
Parecem borregos
E eu, pastor sem gado
Vêm francas
Sem desassossegos
Ao meu olhar elevado.

Nuvens brancas
Façam de conta
Que sou o vosso pastor
Venham francas
Que a vida afronta
O sol se um sonhador.

Nuvens brancas
Lá do alto
Digam ao meu desejo
Sejam francas
Porque me falto
Tenho dias que não me vejo.

Nuvens brancas
Venham comigo
Que preciso de companhia
Venham francas
Que eu não consigo
Estar só, nem mais um dia

Nuvens brancas
Em boa hora
Guiaram a minha voz
Foram francas
E eu estou agora
Com Deus
E acima de vós.

Nuvens brancas
No azul do céu
Vão levadas pelo vento
Partem francas
E cá fico eu
Cantando o meu pensamento.
 
nuvens brancas

Alentejo

 
Alentejo terra pura
Céu azul céu cinzento
Cai a chuva e faz vento
E em terra de agricultura
Bate o sol em vida dura
E neste nosso tesouro
Onde o campo é tão loiro
Cresce o trigo dá o pão
E se ouve com razão
Alentejo terra d`ouro.

Alentejo bom celeiro
De trigo centeio, cevada
Leite e carne da manada
E até do antigo sobreiro
Em cortiça é o primeiro
Repito mas não invento
Terra de bom alimento
Desde o mel das colmeias
Às mesas de boas ceias
Alentejo bom sustento.

O Alentejo faz-se ouvir
Num silêncio sem idade
E respira suavidade
Sem uma licença pedir
E quem o puder sentir
Repara que é preciso
Que lhe deem um sorriso
Com poesia para cantar
O prazer de lhe chamar
Alentejo paraíso.

Alentejo orgulhoso
Ajudado pelo espaço
Trazes no teu regaço
Um bem tão precioso
Esse som maravilhoso
Que me soa a saudade
Já a eles, felicidade,
Os passarinhos cantando
Em todos inspirando
Alentejo liberdade.
 
Alentejo

Obrigado Amália

 
Estranha forma de sentir
Guitarras gemendo saudade
Chorando por não te ouvir
Com o povo a aplaudir
Uma voz p`rá eternidade.

De forma descontraída
Estado de alma que diz
Que o fado em ti foi vida
Na fonte dos deuses bebida
Cantada sem ser feliz

É sentida a tua presença
Atravessando gerações
A voz o jeito e a diferença
Dessa tua glória imensa
Vão gerando emoções

Sentindo a nostalgia
Entre quatro paredes, o fado
Nasceu ao morrer do dia
Ávido por companhia
No seu mundo encantado.

És a Amália de agora
Voz do povo, imperatriz
Ainda com palmas te adora
Com amor ao fado te chora
E faz-te maior que um país.

Como uma lágrima que corre
Numa palavra que dança
Com orgulho nos ocorre
Que em ti o fado não morre
E em nós nasceu a esperança.

Ao teu jeito nos dizes
Que do amor nasceu o fado
Na noite ganhou raízes
Com o sonho invadiu países
E aprendeu a ser amado.

Na tua graça se ama
Essa estranha forma de fado
E se uma guitarra te chama
Há um povo que declama
Amália, muito Obrigado
 
Obrigado Amália

Lilás

 
Juntei, com um desejo audaz,
Um pouco de azul do infinito
Ao imenso branco da paz
Em que acredito,
E ao azul claro
Que compreendo
Juntaria o verde esperança,
Que ainda é do meu amparo
Desde o tempo de criança,
Mas, não te vendo,
Logo hesitei,
Porque o marinho raro
Seria apenas do teu olhar
E não o todo que sonhei
Para me entregar,
E num derradeiro preparo
Ao tal azul claro
Dou uma gota de mim
Em vermelho de vida
Sentindo que assim,
Compreendida,
Estonteante virás
Para o meu amor
Na tua cor
Preferida
Lilás.
 
Lilás

dívida

 
Ao poeta vale a quimera
No dom com que pondera
A natureza em seu redor
E é no sonho que se esmera
Para o elogio que lhe espera
Por escrever com tanto amor.

Com cada dente ele mente
Com cada cabelo ele sente
Em sua alma tão viajada
E mesmo que a dor aumente
O poeta vem e a desmente
Como uma dor aliviada.

Confesso que talvez minta
Se nas veias me corre tinta
Mas às palavras jogo sentido
É de vida que meu ser, as pinta
Pois quero que alguém as sinta
Com o prazer que lhe é devido.

E o desejo que lhes endosso
É de que o prazer seja vosso
Ao lerem aquilo que escrevo
O que sai de mim, faço nosso
Das tripas mais do que posso
E do coração o que lhes devo.

E para que não me traia o ego
Assim a vós, livre me entrego
Partilhando ideias e valores
Minha alma vai em sossego
Pois minhas palavras, aconchego
Em vós, queridos leitores.
 
dívida

Olá

 
olá!
estou aqui...
na rua dos desgraçados
abre ,ao público ,quando a noite cai...
procurem-me nos perdidos e achados
estou lá de passagem
como quem lá vai
estou mesmo à saída
com esperança na bagagem
como quem nasce para a vida...

bloackt:
 
Olá

nem só de pão

 
Nem só de pão
Minha alma se aconchega,
Mas em razão
Dêem-me pão
Que meu coração é de manteiga,
É de manteiga pois derrete
Com coisa pouca
E se uma voz meiga
Me promete
A paixão louca
Dá-me alimento
Ao sentimento
Como se fosse pão prá boca .
 
nem só de pão

fujam de mim

 
Fujam de mim, porque estou a ficar louco
Dizem-me agora que não tenho futuro
Que já não bato muito bem do coco
Por crer em valores que em mim apuro.

Por crer no amor, por crer na amizade
Que poisam no mundo como pó
Mas eu não sacudo a sinceridade
Mesmo que a mentira me veja tão só.

Podem achar que não alcanço a cura
Mesmo que me considerem condenado
Deixem-me seguir nesta minha loucura.

Vejam-me perder por ser bem educado
Ganhando outros com outra postura
Pois o que perco não me tem faltado.
 
fujam de mim

Porquê ?

 
Porquê!? só a morte de um amigo
Nos confunde em marés de emoções
Emolduradas com tantas questões
Numa partilha de tamanho castigo

Numa impotência que nos condena
Nuns olhares de palavras mudas
Num apaziguar de bocas linguarudas
Ao pesar aquilo que não vale a pena.

Numa vida tão injusta e atroz
As lágrimas que nos abafam a voz
São da raiva onde desmoronamos

Porque parece que a verdade se atrasa
Mas copiosamente nos arrasa
Quando vem e acreditamos.
 
Porquê ?

é tarde

 
Gostava de gostar de mim
Em tanto sonho frustrado
Mas a vida fintou-me assim
Vou aceitá-la até ao fim
De espírito inconformado.

Antes menos do que pior
Não me dou a um desgosto
E se o passado me contrapor
Para este mal ser menor
tiro-lhe a raiva do rosto.

Meia vida já se me foi
Tudo me falta em metade
Só em dobro o que me dói
Só o que virá me destrói
Se me faltar a vontade.

Ás vezes é porque não quero
Estou cansado para querer
Do cansaço ao desespero
É o tempo de ser sincero
E só espero ver para crer.

É tarde no que não posso
Gostava de ser como era
Mas o tempo não é nosso
E o resto de mim, endosso
Ao seio de uma quimera.

Mas se como era eu fosse
Talvez fosse como não sou
Com sonhos em minha posse
Num desvio de vós, precoce
Que são da vida onde estou.
 
é tarde

O Cante Alentejano

 
Fez-se canto popular
Unindo vozes num desejo
Tem vida para se inspirar
Viva o cante do Alentejo.

O belo cante alentejano
Para que alguém o ouvisse
Foi pelo silêncio da planície
Cantando o quotidiano
E como as folhas do outono
Lá teimou em esvoaçar
Até o respeito alcançar
Para orgulho do seu povo
E ganhando um folgo novo
Fez-se canto popular.

Indo a par da natureza
Com afino na garganta
Todo o Alentejo canta
A humildade e a grandeza
E numa solitária beleza
Há uma esperança que vejo
A preencher o Alentejo
Com sua alma tamanha
E um coro que acompanha
Unindo vozes num desejo.

Odes aos campos e aos rios
Ao trabalho e à sua gente
Cantando aquilo que sente
Ao amor e aos seus desvios
E com sentimentos sadios
Com tanta terra e tanto mar
Tantos motivos, para cantar
Vai excomungando a solidão
E desbravando a imensidão
Tem vida para se inspirar.

Numa simples polifonia
É um canto sem vaidade
Que traz na voz a saudade
Com uma certa nostalgia
E na própria monotonia
Há cantadores com traquejo
Fazendo saias dum gracejo
E modas lentas que no fundo
Querem dizer para o mundo
Viva o cante do Alentejo.
 
O Cante Alentejano

De ti

 
Do teu corpo me lembro,
De cada sombra,
De cada membro,
Do teu rosto, de ti
Em palavras diluída
Onde me distraí
E encaro
De como eras merecida
De um reparo

Algo ingrato
Perdi-me
Mas da memória turva
Te resgato,
Nítida e sublime,
Em cada curva
Onde te senti
De prazer
E sem ti
Me invade
Um querer
De saudade.
 
De ti

este coração não é meu

 
Este coração que trago no peito
Ai não...não é meu
Nem sei de que é feito
Ainda não o vi ...
Não sei quem mo deu
Sim, este coração que me bate aqui
Não pode ser meu,
O que me amolece
Quando a cabeça lhe obedece
Sim, o mesmo que me emociona
E arrepia a pele
O que não me engana
Não pode ser meu
Porque me esqueço dele.
 
este coração não é meu

Ainda me lembro

 
Lembro-me quando
Os meus olhos pararam nos teus
Ainda hoje, cá ando
Sorrindo e cantando
Nas cores, do mar e dos céus.

Lembro-me ainda
De como todo eu sentia
Aquela tremedeira vinda
Da paixão que és, linda
Desde esse dia.

Lembro-me das provações
Neste amor que cresceu,
Das adolescentes ilusões
Até às adultas aflições
E no prazer que me deu.

Não lembro o futuro
Nem adivinho o que lá vem
Mas neste amor tão maduro
Este meu coração duro
Bate por te querer bem.

Por isso lembro agora
Nos versos que te declamo
Que o meu olhar ainda namora
Dizendo-te a toda a hora
Minha querida,
Como te amo.
 
Ainda me lembro

Diz-me Lua

 
DIZ-ME LUA

Lua
Minha confidente
Candeeiro de rua
Para tanta gente
Vou ver se consigo
Desabafar contigo
O que o meu coração sente.

Sabes lua
Eu tenho um sonho
Penso que está preso
No tempo a passar
Pois sinto-me estranho
Triste e surpreso
Com meu peito a apertar.

Sabes lua
Este meu ser passivo
Este medo de avançar
Este sonho sem nome
Dorme inactivo
E se não acordar
Só me consome

Diz-me lua
De asa cortadas
Um sonho não voa
Para a realidade
A ideias paradas
O tempo não perdoa
Vem a ansiedade.

Diz-me lua
Minha companhia
E de qualquer alma nua
Neste final de dia
Se o meu sonho contasse
Ao mundo o mostrasse
Minha alma sorria.

Diz-me lua
Meu peito apertado
É o sonho a pedir
Para crescer e vencer
Mas num canto fechado
Sem poder sair
Pode o sonho morrer.

bloackt.
 
Diz-me Lua

Se eu quisesse

 
SE EU QUISESSE

Esse mau acordar
Já conheço
De lua, mal, humorada
Força capaz de virar
Uma vida arranjada
Do avesso.

Se não me aproximo
Me deixas
Se estou, vês-me detestável
E oiço de mimo
Tal lista imensurável
De queixas.

Conversas sem nexo
Distorcendo
Sentidos, a dizer balelas
Ao meu ouvir perplexo
De frases paralelas
Que desentendo.

Nas palavras que me evitas
Furiosa
Desditas de tua intenção
Numas ditas noutras escritas
Brincas com a pontuação
Orgulhosa.

De mal entendido
Propositado
Para onde levas o que digo?
Tens, por norma, fugido
De entendimento comigo
Desesperado.

Qual o dicionário
Que lavras
Como bocas que logram
Num gesto precário
Ter prazeres que estragam
Palavras.

Se por amor
Não pusesse o amor
Ao alto de tudo,
Se eu quisesse
Nem ficasse mudo por amor
O mundo desabava
Sem amor
E tudo acabava.

bloackt.
 
Se eu quisesse

Nascer para ser feliz