Poemas, frases e mensagens de Venctus

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Venctus

DEUS

 
Eu sou aquilo que sou,
A minha essência é aquilo que é,
Estou presente em tudo aquilo que é,
Que pensam que não é,
E aquilo que poderá ser um dia.
Estou presente em todos os lugares,
Desde as profundezas da terra
Até aos confins do universo,
Desde os planos materiais,
Aos quase desconhecidos planos espirituais.
Eu sou então aquilo que se vê,
E aquilo que não se vê,
Eu sou o masculino e o feminino,
Sou a luz e a escuridão,
O céu e as trevas,
Nada é sem a minha essência.
Sou o unificador,
Mas dividido entre as mentes humanas.
Muitas poucas compreendem o real sentido da minha existência,
Da minha forma de ser materialmente e imaterialmente.
Eu sou aquilo que era antes de existir alguma coisa.
Desse Nada que existia,
Desse nucleo unificado,
Me dividi e criei tudo o que possa ter sido criado.
Muitas mentes tentam rotular-me a seu jeito,
Mas aquilo que pensam que sou é uma ínfima da realidade.
Para eles são as suas verdades,
Mas a minha verdade,
É a Verdade.
Verdade unificada de tudo e todos.
Quem entender a sua essência,
Poderá saber daquilo que sou feito,
E assim tornar-se em mim,
Novamente unos,
Conscientes de toda a existência,
Sabedores universais,
Criadores majestosos.
Não se iludam,
Pois até eu próprio sou essa ilusão,
Tudo que faz parte de vós,
Faz parte de mim,
Assim sendo,
Vós sois eu,
deuses com a capacidade de criar com a própria Vontade,
Limitados apenas pelo acreditar,
Pela dita Vontade,
E pelo amor aquilo que fazem.
Agora ide e façam jus a esse valor.
Eu continuarei a existir sempre entre todos,
Até que o “Nada” se volte a juntar.
 
DEUS

Por onde ando?

 
Por onde ando…?

Nada vejo,
Nada sinto.
A penumbra circula,
Passa sem dizer nada, sem deixar nada,
Trata-me como um mero obstáculo,
A ser ultrapassado sem a menor das dificuldades.
O frio abate-se de fora para dentro,
Até gelar por completo o meu esqueleto.
Sozinho e abandonado,
Fecho os olhos e enrosco-me sobre o meu corpo,
Tento proteger o interior da minha cápsula,
Resistir á desolação criada na minha realidade.
A centelha ainda está acesa,
Por mais pequena que seja ainda permite a vida do meu ser,
Torna-me o ponto branco no mundo negro,
O brilho na escuridão,
A vida no seio da morte.

Por onde ando…?

Nada vejo,
Nada sinto,
Mas pelo menos ainda vivo,
E até Ela me visitar novamente,
A minha realidade estará mudada,
O mundo será outro,
Pois o Vento molda-o com o tempo.
 
Por onde ando?

As Muralhas

 
As Muralhas
 
Muralhas foram erguidas,
Um forte construído pela dor, amargura e uma enorme ferocidade,
Um vento gélido percorria as ruas nuas de tal lugar.
O rei não se interessava por mais terras,
Somente queria preservar as suas e mantê-las em segurança.
Um dia o rei solitário disse aos seus deuses,
A primeira que aparecer as minhas portas concederei-lhe a oportunidade
De tentar passar as muralhas.
Passado alguns dias uma névoa formou-se perante a entrada do forte.
Curioso por tal facto o rei enviou um mensageiro para saber mais.
Coisas maravilhosas ele lhe contou,
Ouviu falar de uns olhos terrenos lindos,
De um sorriso esperançoso,
De uma donzela admirável.
Desde as primeiras palavras que lhe foram ditas
Que um desejo ardente de ver os olhos de tal donzela
Surgiu dentro do seu coração,
Um desejo difícil de controlar,
pois via naqueles olhos a Luz perdida.
O rei deslocou-se até à entrada e ficou a ver ao longe,
A ganhar coragem para entrar em contacto com ela,
Sentia-se desprotegido fora do seu território,
Nem que fosse um metro do lado de fora da muralha.
Ganhou coragem e saiu para ir ter com a Luz.
Ao vê-la assim tão perto,
Um aperto no coração atingiu-o,
E num abraço desejoso o mundo de ambos desabou,
Nada existia à volta deles,
Séculos de saudade evaporaram-se.
Conversaram, passearam, riram,
Mas nunca o rei se afastou nem a deixou entrar nas muralhas.
O medo ainda pairava no ar.
Até que um dia ele a convidou,
Ela hesitante foi entrando,
Muito lentamente e com cautela para que nada fosse quebrado.
A muralha tinha sido vencida,
O forte penetrado,
Mas não fazia mal,
A felicidade do rei era sem palavras.
Viveram dias difíceis juntamente,
Dado que naquela época o rei sempre indeciso não conseguia
Suportar todas as adversidades,
E a loucura juntamente com a tristeza despoletavam
Momentos quase destrutivos.
A Luz um dia começou a mingar,
Precisava de conhecer mais e mais,
De conhecer o mundo à sua volta,
Não somente o forte.
Um dia ela saiu e ficou á porta,
O rei incrédulo ficou a vê-la.
Então ela disse:

- Vens ou ficas?

As muralhas estremeceram,
O coração apertou-se no peito,
A tristeza, a amargura,
A raiva voltaram num ápice.
Correu desvairado para dentro,
destruindo tudo à sua volta.
A Luz começou a caminhar devagar,
A afastar-se das muralhas.
O rei ao vê-la já ao longe murmurou:

- Já irei ter contigo minha Luz. Antes terei que destruir este forte

Lutou contra ele,
Lutou contra os seres que ele criou para ajudar a levantar as muralha,
Seres esses que agora se voltavam contra o seu criador.
Lutou e continuou a desbravar.

- Estou indo ter contigo meu Amor.

Disse o rei a por-se ao caminho,
Cambaleando e afastando-se das ruínas,
Da batalha supostamente vencida.

Por VENCTUS/Também em SIC LVCET LVX
 
As Muralhas

Tormento

 
Tormento
 
O filósofo agonia,
Não resolve,
Não soluciona,
Não avança,
E permanece.

Fica retido na psique,
Atormentando o pensador.

Tenta livrar-se do peso,
Esquecê-lo
Deixá-lo de lado,
Mas problema por resolver
É como mosquito,
Volta sempre para atormentar o sonhador.

Dá-lhe o sangue que necessita
E partirá.
Dá-lhe a solução inquestionável
E não regressará.

Por Venctus/ Também em SIC LVCET LVX
 
Tormento

Pensamento

 
Todas as nossas acções,
Deverão ser tão suaves como as àguas dum rio.
No momento em que aparece um obstáculo,
Tentemos contorna-lo suavemente,
Sem entrar em confronto directo,
Pois o tempo e a erosão,
Um dia o eliminará totalmente,
Sem com tal desgastarmos todas as nossas energias
Num frente-a-frente,
Com possivel derrota da nossa parte.

Por Venctus
 
Pensamento

Memorias Perdidas

 
Ancestrais marginalizados,
Memórias reprimidas,
História adulterada,
Conhecimento demonizado.

Caminho incerto
Pelas tempestades ciclicas
Da mente universal,
Sensivel às minimas vibrações
Emitidas pelos corações solitários
Em busca do Elo perdido.

O sagrado vibra no sangue,
Âmago flamejante
Que corre na fonte divina
Imortalizando todos que nela se banham.
Fogo mais Água,
Mescla impregnatória de vida,
Vértice superior e inferior
Do equilibrio terrreno.

Caíram no esquecimento racional,
Mas não sairam das entranhas corporais,
D’onde continuam a vibrar infimamente,
Aguardando o desabrochar de uma nova era,
Ou do colapso
Que as façam libertar
Em direcção ao
Inexistente existencial,
Permitindo o (re) inicio.

Por: Venctus
Também em Sic Lvcet Lvx
 
Memorias Perdidas

"Crianças"

 
Parado no meio da rua vejo “crianças”,
“Crianças” correndo de um lado para o outro,
“Crianças” que brincam aos adultos,
Repetindo umas para as outras:
“Há que manter a criança que há dentro de nós.”
Não sabendo elas próprias que também são “crianças”.

“Crianças” que se enchem de brinquedos,
Que se atropelam com a fome de mais e mais brinquedos,
Fazendo birra quando vêem que uma outra “criança”
Tem um brinquedo que elas não têm.
E quando não conseguem ter o dito brinquedo,
Tentam por todos os meios tê-lo,
Enganam tudo e todos,
Mentem descaradamente,
Para poder ter a desculpa de ir brincar com a outra “criança”,
Brincar às guerras com um sorrisinho na cara,
Normal de um rapazola que só está bem a meter-se em sarilhos.

Há que manter a criança dentro de nós?
Há que continuar com a hipocrisia desmesurada?
Há que continuar a brincar?
Há que continuar cego?

Na escuridão há sempre uma luz,
Uma luz que os “cegos” não conseguem ver,
Mas que os cegos poderão conseguir vislumbrá-la.
A luz mostra que a criança é uma fase para viver,
Para ser vivida e deixa-la para trás,
Tal como a cobra deixa a sua pele.

Mas enquanto eu escrevo isto,
As brincadeiras continuam,
As crianças não costumam saber o que fazem,
Por isso destroem sem saberem,
Ou destroem só porque sim, é giro e tal,
Mesmo depois de a Mãe os avisar,
Mas parece que o que precisam é de uns tabefes.
Os ditos tabefes chegarão e só ai talvez,
Algumas crianças crescerão,
Aquelas que ainda transportam a luz,
Uma luz bem no seu interior,
Uma luz que sempre brilhou e que sempre brilhará.

Até lá continuemos com a brincadeira,
Depois não digam que “crianças” e crianças vos avisaram.
 
"Crianças"

Quero Viver

 
Quero Viver
 
Quero viver,
Quero sair da prisão e caminhar,
Caminhar por entre o verde e o castanho
Sentir o pulsar da terra no meu corpo.

Quero viver,
Respirar o ar húmido matinal
Sentado numa falésia à beira mar
E sentir a vibração da água na terra.

Quero viver,
Subir à montanha mais alta,
E sentir,
Sentir o vento gélido na minha face.

Quero viver,
Quero sentir,
Não quero sofrer desnecessariamente.

Por: VENCTUS em SIC LVCET LVX
 
Quero Viver

Duvída e Segue

 
Duvída e Segue
 
Nunca acredites em tudo o que te dizem.
Duvida sempre de tudo,
As pessoas falam, falam,
Mas por norma dizem muito pouco,
E por vezes fazem ainda menos.
Não sigas nada nem ninguém,
Ás vezes até o ser mais sábio se equivoca,
Levando à desgraça todos os que o seguem.
Acredita em ti,
Segue somente a luz da tua estrela.
Facilmente darás com o Teu caminho,
O de mais ninguém.

Por Venctus/ Também em SIC LVCEET LVX
 
Duvída e Segue

Imagina

 
Imagina,
Imagina um mundo onde a luz se via por toda a parte,
Imagina um mundo onde a luz das estrelas se via em todo o lado sem qualquer bloqueio,
Imagina um mundo sem máquinas destruidoras de tudo quanto é belo,
Imagina um mundo onde o verde reina em vez do cinzento,
Imagina um mundo onde o ar que respiramos não nos intoxica,
Imagina um mundo onde o riso se ouvia entre o colorido,
E não no meio da escuridão,
Imagina um mundo sem “virus” que causam doenças a si próprios sem saberem.
Imagina,
Imagina sentir o aroma floral na primavera,
Imagina sentir o fresco e o frio no auge do inverno,
Imagina poder encher os pulmões de ar fresco
E sentir a terra a vibrar juntamente com o corpo.
Imagina,
Imagina que está na tua mão,
Na minha mão,
Na mão de todos aqueles,
Que por inércia nada fazem,
E continuam a encher este mundo cada vez mais
Com os detritos da desenvolução.
Imagina só por um momento,
E com esse momento acredita,
Acredita que um dia,
Um dia este imaginário se tornará realidade.
 
Imagina

Prometeus

 
Rouba o fogo do Céu,
Tesouro precioso dos deuses,
E amarrado ao falo da serpente ficarás.
As entranhas devoradas pela àguia dourada
Serão o desassossego diário,
Para que na escuridão implores a morte
E não o restabelecimento indesejado.

Rouba a centelha divina,
Preso te encontrarás,
Torturado pela Luz serás,
E a cura da noite não desejarás.

Dissolve-te,
Desintegra-te,
Espera a solução
Que iluminará o âmago do Self.
 
Prometeus