Primavera
Primavera
Ventos agradáveis do litoral
Flores, fragrâncias em floração
Pássaros em cantos magistrais
Natureza em luminosa estação
Heras exuberantes, Ipês amarelos,
Azáleas, orquídeas, flores-do-campo,
Profusão de cores, tempos tão belos
Sorrisos de crianças, amores e encanto.
Águas cristalinas, riachos e cachoeiras
Cantilena de cigarras nos arvoredos
Nos campos surgindo as formigueiras
Nas frondosas árvores o passaredo.
Nas praias alvas espumas do mar
nosso esplendoroso Atlântico Sul
amenidade do sol sempre a brilhar
entrelaçado entre nuvens o céu azul.
Indescritíveis florestas verdejantes
A monopolizar estonteante beleza
Noites serenas, estrelas cintilantes
A vida em festa, bendita natureza!
Pedaços de mim
Pedaços de mim
Fui flor, jasmim
Tive pressa ao caminhar
Fui sempre assim...
Pouco falar
Fui poeta
Carreguei a dor
Como esteta
Lapidei a flor
Fui caminhante
Um sonhador
Pouco falante
Retive esta dor
De não saber de você
Minha doce querida
Por tanto, tanto querer
Me perdi nesta vida.
Os sonhos são incolores
No silêncio da madrugada
Sôfregos, pobres amores
Perdidos, sós, amada...
NO LITORAL
No litoral
Mesmo só, isolado
neste esplêndido litoral
Te sinto ao meu lado
N'um amor transcedental
Escrevo minhas poesias
Frutos de meu coração
Pensando em novos dias
Confirmando nossa união.
Na madrugada que se aproxima
Sinto novos aromas no ar
O calor de tua estima
Teu amor e nosso amar!
(Piçarras, 22/07/2008)
Refúgio
Refúgio
Maurélio Machado
Ilusória euforia
Sombrio amanhecer
Impassível monotonia
Sórdido viver.
Solitários caminhos
no meio do nada
Pontiagudos espinhos
Àrida caminhada
Na saga dolorida
a tênue luz
branda acolhida
O sino na ermida
que o conduz
à outra vida.
Ver: http://www.avspe.eti.br/sonetos/MaurelioMachado.htm
BOAS FESTAS
AOS POETAS DO LUSO POEMAS MEUS SINCEROS VOTOS DE UM FELIZ NATAL E DE UM PRÓSPERO 2009.
O MAR DOS OLHOS SEUS (Indriso)
O mar dos olhos seus
No meio da frenética multidão
Sob o sol causticante da selva de pedra
Me senti dolorosamente só.
Perdido nos labirintos da grande cidade
Na imensidão do caos metropolitano
Voltei ao nosso recôndito encantado
Aos braços do meu porto seguro
O mar dos seus olhos azuis!
O CÉU CHOROU DE TRISTEZA
O céu chorou de tristeza
O dia acordou em tons cinzas
Mágoas trazidas da madrugada
Saudades do sol que se foi.
A manhã fria e silenciosa
Com os pássaros acabrunhados
Trouxe a brisa gelada do mar
Amanhecemos com o coração sangrando
E o céu chorou de tristeza.
QUISERA
Quisera
Quisera fechar os olhos e não ver...
Ficar cego diante de todos...
Quisera tapar os ouvidos e não escutar...
Não ouvir falar de mais nada.
Quisera não sentir o corpo estremecer...
O tremor da revolta da indignação...
Quisera ao mundo não assistir morrer!
De penúria e inanição...
Homens que destroem a vida por ambição!
Ventos desastrosos desarvoraram
Homens que não enxergam além do poder!
Frágeis ideais se dispersaram,
Homens que seguem sem conhecer a razão...
Apócrifos pregadores da utopia
Homens que fazem da dor o seu real prazer!
Quando a miséria não os atinge no dia a dia!
Sórdidos e hediondos são os crimes que praticam...
Vis celerados, cínicos e mercenários,
Igualmente odiosa é a nossa ignóbil omissão...
Somos fracos, indulgentes, otários.
Lançamos cotidianamente sementes de intolerância...
Mas de revoltas solitárias não surge a revolução
Quer nos apercebamos dessa realidade ou não!...
Somos cúmplices desta sociedade submissa!
Restam estatísticas frias, gélidas, macabras...
Que serão omitidas pelas lendas de estórias,
Que ao inevitável esquecimento amanhã recairão...
Neste prostrado e impune rincão...
As lágrimas sorrateiramente serão enxugadas...
As angústias no recôndito de tênues memórias,
Prosseguiremos à espera de Justiça: quiçá ao outro...
Quiçá à nós mesmos
...estendendo a mão!
por migalhas de pão!
Dueto: Maurélio Machado e Má Herculano