MOSNTRO FEITO LÁGRIMA...
chove lágrimas
de um céu monstro
cinzento de mágoas
feito criança
a brisa zangada teme
devasta a cor
do silencio que geme
por um raio de flor
o inverno ganhou
matou-me o sol
jurou sexo
a uma lua girassol
RUAS E PALAVRAS
as ruas e as palavras,
já sentem a saudade desse teu andar
o cigarro que queimava
o olhar que mandava
e o mundo não parou
a roda não girou
mas durante um eterno segundo
o meu coração chorou
UM POEMA...
um poema sofre
rasga desejos
mata sem viver
deseja sem saber
um amor viaja
numa seta de prazer
escondido do faz sofrer
que ama sem querer
um horizonte que se desfaz
que mente sem falar
e a resposta não é amar
é fazer da palavra a tua paz
Pecado vermelho
o pecado tem cor
vermelho
ou puro ardor
o sexo é chuva
lágrima doce
vinho feito uva
o toque é futuro
orgasmo infiel
pensamento impuro
desenhado em papel
e eu!
eu sou pecador
feito felino
esquecido no amor
que se diz feminino
MATEI PARA EXISTIR...
um louco derrama o sangue numa página branca.
o mundo descobre que o perdão é tardio.
viste!
o suor tardio que esquece e aquece o vento
ouve!
o amor é orgasmo...
acaba onde o desejo morre...
tenho medo de não esquecer a felicidade e viver dentro do paraíso onde Lúcifer é anjo...
CRIEI-ME ASSIM...
acordei na solidão do olhar
onde o sangue é puro divertimento
devaneios em sorte dupla
de um alguém que se esquece de respirar
mas onde estás tu!?
vingança de uma noite vaga
vaga de tão simples que não és
ou serás?
serás tu a crise de um beijo!
um beijo parco em sabor
desta sombra que sou eu
eu...
naõ o quero ser
mas sou do meu paladar criador
recrio-me constantemente em palavras
ora absurdas de tão leves
outras pesadas de tão sentidas
criei-me hoje assim...
BEBIDO...
a noite é traição
é os seios de uma mulher
num beijo sedução
caiu um olhar que se quer
joguei armas em ti
o vento que foi desejar-te
caí
numa noite de luar
levanto-me
caminho para onde o não
a raiva que é gritar
por uma arma de medo
que não é para ti senão
a noite já não ama
já não rasga
mata
vive
venera o silêncio que dói
já não rasga
e rasga
rasga
existem cheiros
cães que vadiam a lua
que pensam no nada
no azar que é o ser
nada
nada demais
que é ser ave
voar
voar
deixar a traição que é o amanhecer...
LEMBRANÇAS...
sentes o meu corpo?
o doce da minha boca
que de roubar o teu açúcar
se tornou algodão...
lembras-te!
de como assim foi o passado...
APETECER...
apetece-me provar-te
descrever o teu perfil
viajar num sabor doce
apetece-me ter-te
escrever o meu beijo
em ti entrar
e saber que sabes
que sabes
que o meu desejo é só nosso...
MANHÃ QUALQUER...
a manhã perde-se
num manto branco
um desejo serve
entre o grito cego
e o dia acorda
devora a vida
vida droga
de um cego sem hora...