Castelos no ar...
O Amor são castelos no ar
Feitos de tanto querer,
São mil ilusões
De tanto amar...
E mil perdões
Por não querer perder.
É amar no aceitar...
É respeitar essas ondas
Feitas de tempestade,
Que nos assustam,
E na calmaria...
De que afinal é possível...
O Amor é mudar sem querer
Por ser sentido e desejado.
É o aprender desinteressado,
A magia da tranquilidade
De estar só
Sem estar sózinho...
MariaDeCarvalho
Meu irmão que partiste...
Hoje meu irmão,
Que me deixáste perdida
Entre rosas e suspiros,
Os fetos em geada
Desfaziam-se em lágrimas...
Que a noite te abrace
E te tome...
Onde estarás?
Dá-me um abraço
De anjo...
MariaDeCarvalho
O tempo passa...
Tento renascer
Para de novo viver.
Mas o tempo passa...
O tempo já vivido marca,
E então sou arrastada
Para terra numa grande barca.
Tanto sei o que hei-de fazer
Como não sei como viver.
É uma espécie de lucidez não lúcida,
De algo que não consigo ter...
MariaDeCarvalho
Lamento teu bem me querer...
Abandonaste-me à tardinha
Quando o cêu se atirava
A agonizar morte lenta.
Abandonaste-me de manhãzinha
Enquanto quentes corpos
Amainavam da tormenta.
Esta que agora te adivinha
Lamenta teu bem querer,
Que do viver me dói a alma
E o morrer me come o medo.
Entremeio, no vazio, na linha
E na tristeza, semeio esperanças
A olhar-te a ti...
São de cristal as dôres
Que sinto sózinhas,
São de mármore as dores
Que dizes serem tuas.
Atiraste-me sózinha
Para terras do além
De onde eu vinha...
MariaDeCarvalho
Invento nostálgias...
Loucos anseios
Feitos de murmúrios...
De coordenadas profundas,
Pousadas em pontos
Zero...
Com destinos...
Em latitudes
Entrelaçados,
Em longitudes
Com amplitudes
Em suspensão...
Parados....
Invento nostálgias
Como quem
Grita que ama...
MariaDeCarvalho
Imaginação...
Hoje estou cansada...
Do silêncio. Das palavras.
Dos ecos que ecoam
Nos meus ossos,
Neste corpo que quer parar,
Abandonar. Descansar...
E tu? OH!!! Poesia!!!
Que não me ajudas em nada,
Amiga que não tem para dar...
Sofro quando escrevo
E se não o faço,
Sinto culpa, a boca seca...
Tenho sede e medo...poesia...
Que me arranques a imaginação
Como um escalpe ainda vivo,
Na bolsa de um índio já morto...
Caminhamos juntas
Há tantos anos, poesia...
Que já não nos conseguimos vêr,
Culpamo-nos mútuamente e eternamente
Dos erros de ambas.
Mas a verdade, poesia, é
Que eu nunca te pedi para ser Poeta...
MariaDeCarvalho
Passado...
Vou deixando aos poucos
Ao longo da estrada
Olhares quase loucos
Cheios de nada...
Da vida presente
Da vida passada,
Sou restos de gente
Vestìgios de nada...
O mais é saudade
Que é o mais forte,
Que marca e que anda
Com sabor a morte...
MariaDeCarvalho
Subtileza...
Se fores falar cala-te
Antes de acontecer...
Deixa-me advinhar,
E dá-me o gozo
Do brilho no
Teu olhar...
MariaDeCarvalho
Um beijo no cêu...
My personal Bloc-notes ( Poesia )
Um beijo no cêu...
abro a porta...e nada, só as tuas mãos a dizer que é possível...
possível, o quê?
-fechar-me no meu quarto e esquecer?
-deixar-me ir por quedas de águas,
nos limites do vivável?
A minha imaginação morre devagarinho...
mal apercebida...
MariaDeCarvalho
Os homens só servem para apanhar bolas...1
Sendo eu mulher, acho que;
75% dos homens só servem para apanhar bolas (têm que servir para alguma coisa).
Estava eu jogando lentamente ténis com o meu querido amigo Marquês de Sade, que, devido às vicissitudes da vida jogava devagar, o que permitia aos apanha bolas não se cansarem muito, uma vez que jà nasceram cansados...
Entre bola vai e bola vem, ele contou-me que a vida tinha sido muito ingrata com ele, uma vez que escreveu livros cheios da mais pura verdade e que passou injustamente metade da vida enclausurado.
Agora dava aulas de sexo a donzelas em Oxford.
Combinei assistir a uma delas...
Sentei-me num canto da sala, muito discreta,como quem jà nada tem para aprender.
As aulas do meu amigo resumiam-se sempre à mesma pergunta:
- Vale a pena as mulheres serem fiéis aos homens?
Ou a luxúria serà paradoxalmente uma enorme virtude?
As respostas das donzelas eram sempre duas:
-Ou o aplaudiam de pè...
-Ou o apredejavam...
Devido aos altos e baixos morreu pouco depois suspirando que foi o mais Sade de todos...