ÁS LÁGRIMAS DA ALMA
Ontem despertei de madrugada
Com as lágrimas caindo dentro de mim
Era a minh’alma que em meu corpo chorava calada
Porque meu Deus eu tenho de sofrer tanto assim?
Quando eu despertei perplexo e sem saber de nada
Com uma tristeza maciça e sem fim
Senti a minha alma vazia e abandonada
Debruçando-se numa mesa de marfim
Ás vezes saio a esmo contemplando o vago
E deparo-me contigo tentando acender as chamas que apago
Sem razões para sorri peço socorro, imploro...
Pois as tristes lágrimas que choro
Continuam perturbando a minha calma
Continuam inundando a minha alma.
Escritor e Mestre Jailson Santos
UMA GOTA DE SANGUE EM CADA PALAVRA
Estes versos são frutos de um amor impossível
De uma remota paixão mal resolvida
Minh’alma geme no vento com esta chaga invisível
E vez por outra caminha pelo ar com a dor desta ferida
Este corte ironiza minhas dores
Em síntese me derramo completamente
Por não ter alegrias, por não ter amores.
Caem-me do rosto as gotas de suor tão de repente
Uma gota de sangue em cada palavra
Nestas entrelinhas que você começou a ler
Estou presente neste mar de lágrimas
E mesmo estando aqui você não pode me ver
Pois eu tenho os mesmos anseios doentios
Uma gota de sangue em cada palavra em verso convertido
Pouco a pouco escorrendo em rios
Ensangüentando a ilusão do meu gemido
Avermelhando minhas tristes alegrias
Meu DEUS eu meu banho no sangue de minhas próprias nostalgias
Uma gota de sangue em cada palavra
Que em vão me escondo e me procuro
Arrastando-me às apalpadelas no escuro
Minh’alma de sofrer esta louca
A procura de socorro, de abrigo, de ajuda.
De tanto emitir voz ficou rouca
De tanto gritar ficou muda
E se debate pasma, surpresa.
Com uma gota de sangue em cada palavra
Que em meu coração esta presa.
Escritor Jailson Santos
UMA VIDA QUE É SUA
Eu sou aquele que chora e ninguém vê
Pois nas longas noites soluço ás escondidas
Com enormes ânsias de morrer
Sentindo o peito latejar com a dor das feridas.
Esta noite chorei até perder os sentidos
E sem que ninguém pudesse perceber
De repente voltei a mim pensando que tu escutarias os meus gemidos
E virias me acolher.
Decepcionado saí pelas ruas chorando
Carregando na cabeça uma coroa de acantos
Os sabiás que me viram emudeceram os seus cantos
Passam as décadas e continuo te procurando
Mas se porventura decidires encontrar a minha alma que te procura louca, louca.
De amor, chorando pela deserta rua
Beije-me desesperadamente a boca
E sinta em teu peito o bater de um coração que sempre foi teu e o amor de uma vida que sempre foi sua.
Escritor e Mestre Jailson Santos
EU QUIS FAZER DE VOCÊ...
EU QUIS FAZER DE VOCÊ...
Eu quis fazer de você a minha poesia
Mas você foi minha angústia, minha agonia.
Eu quis fazer de você o meu carinho
Mas você foi o meu carma, o meu espinho.
Eu quis fazer de você o meu alento
Mas você foi o meu sofrer, o meu tormento.
Eu quis fazer de você a minha vida
Mas você foi a minha cicatriz, a minha ferida.
Eu quis fazer de você a minha sorte
Mas você foi o meu azar, o meu corte.
Eu quis fazer de você o meu doce perigo
Mas você foi o meu penar, o meu castigo!
Eu quis fazer de você o meu encanto
Mas você foi as minhas lágrimas, o meu pranto.
Eu quis fazer de você um colo para me acalentar
Mas você foi o meu desengano, o meu chorar.
Eu quis fazer de você a minha lucidez
Mas você foi a minha vergonha, minha timidez.
Eu quis fazer de você o meu sonho de ventura
Mas você foi o meu desvairo, a minha loucura.
Eu quis fazer de você a minha solidão
Mas você foi o meu cárcere privado, a minha escravidão.
Eu quis fazer de você o meu sonho
Mas você foi o meu momento mais tristonho!
Eu quis fazer de você o meu apelo
Mas você foi o meu sonho ruim o meu pesadelo
Eu quis fazer do você a minha salvação
Mas você foi o meu erro, minha tentação.
Eu quis fazer de você o meu segredo
Mas você foi o meu tremor, o meu medo.
Eu quis fazer de você a minha alegria
Mas você foi minha tristeza, minha antipatia.
Eu quis fazer de você tudo o que é mais sagrado
Mas você foi o meu desejo profano, o meu pecado.
Eu quis fazer de você as minhas confissões
Mas você foi as minhas sombras, minhas ilusões.
Eu quis fazer de você uma declaração deixada ao meio
Mas você foi a minha ânsia, o meu anseio.
Eu quis fazer de você a minha luz
Eu quis fazer de você o meu sacrifício, a minha cruz.
Eu quis fazer de você o meu alívio
Mas você foi o meu sufoco mais terrível
Eu quis fazer de você todo ar que eu respiro
Mas você foi minha asfixia, o meu suspiro.
Eu quis fazer de você de tudo um pouco
Mas você foi nada e me deixou louco
Eu quis fazer de você o meu amor
Mas você foi o meu descontentamento, a minha dor!
Escritor Acadêmico Jailson Santos
Declaração de amor
Através dos mais puros versos vou converter a minha dor
Na mais profunda e apaixonada declaração de amor
Eu perdi a base dos meus cálculos
Eu perdi a lembrança dos meus obstáculos
Que terei de vencer
Das dolências que terei de sofrer
Das decepções que passarei
Com este dissabor
Mesmo não sabendo se me enganarei
Vou fazer esta declaração de amor
Sei que vez por outra para você me revelo
Até mesmo sem querer
Passo noites em claro fico acordado, velo
Sonhando com você
Viro-me de um lado
Para o outro, ardo
Em desejos e guardo
Esta dúvida querendo saber se é amor ou pecado
Não sei se devo
Falar dos mistérios deste amor
Que foi esculpido em meu coração em alto relevo
Com o formão da minha dor.
Estou nas entrelinhas que você começou a ler
Como uma declaração deixada ao meio
Mesmo estando aqui você não pode me ver
Pois eu tenho, eu sinto os mesmos anseios
Ainda não tenho esta coragem de leão
Mas se você ouvir uma voz em sua retaguarda sou eu que te chamo
Morro de medo de ouvir um não
Lamento por você não saber que eu te...é cedo demais
Se eu pudesse voar nas asas destes desejos
Acharia um meio de como lhe falar
É uma pena que você não sinta o sabor dos meus beijos.
Escritor e Mestre Jailson Santos
OS PEDAÇOS DO CORAÇÃO (III)
Mas ambos perdidos nas mesmas ilusões
Dos meus pensamentos
Sentem as mesmas sensações
Vivem os mesmos sofrimentos
De minha suave endeixa calada
Vibram nos mesmos batimentos
Um é tudo, o outro é nada.
Á sombra dos acontecimentos
Que lhe rodeiam
Sem ter ao menos piedade
Dos pedaços do meu coração que nascem
Por uma louca liberdade
A liberdade de amar
De sentir, de viver.
Sorrir chorar
De prazer...
E saber que as duas metades formam um só coração
No meu corpo
Hoje olho-me no espelho e por ter sofrido me peço perdão
Enxugando as lágrimas que caem do meu rosto.
Escritor Acadêmico Jailson Santos
CRIME
Ó coração não sentes que o medo suprime
O desejo rubro que nasce em meu peito
Deliro interiormente suspirando por uma musa sublime
Que num destes dias adormeceu em meu leito
E ainda que eu use todas as palavras de amor e rime
De forma perfeita; não consigo ficar satisfeito.
Pois estou sendo acusado de um crime...
Crime de amor...amor perfeito.
Eu quis evadir-me tentei fugi
Mas fui pego sem álibi
Dei urros, dei gritos.
E ainda respondo em liberdade por este delito
O qual o meu próprio coração vive me acusar
De um crime de amor... do delito de amar...
Escritor e Mestre Jailson Santos
ESTE MEU QUERER EM VÃO
Ainda que jamais tu venhas querer-me
Seguirei por toda vida
com esta ânsia de querer-te
Esperando que tu venhas ver-me
E ainda que eu não possa ter-te
Seguirei te amando
mesmo sem ao menos conhecer-te
A cada dia morrendo um pouco
Com o incontrolável medo de perder-te
Já sou taxado até de louco.
Será tamanha a incoerência
De tentar deixar de amar você
Pois tenho a plena consciência
Que já não consigo sobreviver
Sem a tua imagem em minha mente
Dou voltas ao redor
deste sentimento doentio
Ando perplexo e demente
Com o peito golpeado escorrendo em rios.
O sangue de um amor todo sacrificado
Ferido pelas armas dos receios.
Todas as manhãs pergunto a mim mesmo:
qual foi meu pecado?
E soluço massacrado pela lembrança dos teus seios.
Minh, alma oscila
entre o possível e o impossível.
Recordo das inúmeras loucuras que fiz
Tento cuidar da ferida deste meu coração sensível
E sem querer-te já não consigo ser feliz.
Procuro-te nas infinidades...
No cais do porto
Onde pela primeira vez senti o gosta das salivas
dos teus beijos
Hoje caio em mim e sinto que o meu ser
esta morto, morto...
Pelas incontroláveis sensações destes desejos.
Mesmo sabendo que estas ausente
Sou tomado por tamanha ingenuidade
E passo a crê que algum dia
tu mi surgirás de repente
Para dar-me a minha liberdade
Passo os meus dias crendo que tu mi surgirás
como um anjo de candura
Ou como uma princesa
Te quero tanto que não me dou conta
dos meus atos de loucura
E já nem sei quantas lágrimas deixei rolar
quando curvei meus ombros na mesa.
Sofro todos os dias
com esta minha sina de quere-te
Vivo sonhando e parece que até flutuo.
Seria capaz de tudo o que já fiz e muito mais
para enfim poder ver-te
Segundo por segundo continuo...
Com este meu querer em vão
Comparo-me a um naufrago
tentando pisar em terra firme
Apresento nas entrelinhas os pedaços do meu coração
E já não consigo suportar a dor
deste amor que me oprime.
Tento dizer adeus e não consigo
Tento enganar-me simplesmente
Passo todas as angústias,
corro todos os perigos.
E este amor continua em minha frente.
Te quero ainda que meu coração seja dilacerado
Neste meu afã de querer-te desesperadamente
Ainda que eu seja mais um crucificado
Vou continuar a te querer eternamente.
Quem dera se nos quiséssemos mutuamente
Eu não viveria este tamanho martírio
Passo minhas noites em claro
te querendo secretamente
Pois tu és meu lapso de loucura,
meu delírio.
Devaneios prende-me nas armadilhas do tempo
E não encontro remédio para minh’alma carente
O querer é tanto
que te chamo até com os meus pensamentos
Sem ao menos saber se serei escutado simplesmente.
Ou que te alcançam os meus gritos calados
Quando gotas cristalinas
me caem dos olhos sobre a mesa
Apago dos lábios o sabor dos nossos pecados
E quanto mais minh’alma
tenta libertar-se mais é presa.
A este querer avassalador o qual não questiono
Na ânsia de ver a tua chegada
Sinto no peito a dor do abandono
E depois de tanto tempo
só sei que te quero e mais nada.
Por mais que este amor me doa
Preciso curar esta ferida de meu coração
Não poderei seguir como um barco de papel
boiando à toa
Espero que todo este meu querer não seja em vão.
Escritor e Mestre Jailson Santos
DILEMA
Ontem meu coração palpitava com um pensamento inocente
Fitei os teus olhos, porém a minha boca continuou silente.
Vinte anos se passaram e tudo está tão diferente
E nem mesmo as evidências explicam o que está acontecendo com a gente.
O vento soprou... o tempo passou...
Fomos vitimados pelas ironias
Que tão de repente nos aproximou?
Eu vivo perdido nos caminhos das poesias
Na iminência de estarmos frente a frente
E quem diria...?
Que sentimentos dormentes
Despertariam da “noite” para o “dia”.
Será um sentimento que veraneia em teu peito?
Por favor, me dê maiores explicativas.
Às vezes acostado em meu leito
Aperta-me um nó na garganta de sorte que não engulo as minhas salivas.
Às circunstâncias fazem o meu coração fibrilar despedaçado
Vez por outra me assusto com os fantasmas da solidão.
E sinto os meus lábios amargarem de pecado
Será que a minha vida está em tuas mãos?
De repente, sim! De repente eu digo...
Que este coração me traiu.
Ó como eu queria saber se posso seguir em frente sem correr perigo
Se posso adentrar por esta porta que se abriu.
Meu Deus! Por que o Cupido não me avisou?
Que eu seria golpeado por esta flecha.
A minh’alma exangue chorou...
E agora? O que me resta?
Hoje vinte anos se passaram...
E uma sensação de querer paira no ar...
Os meus pensamentos se conturbaram
De tal maneira que já nem sei em que pensar.
E ainda que eu quisesse não te querer
É algo estranho e louco...
Querer-te sem ao menos conhecer
O sentimento avassalador que cresce pouco a pouco.
A minh’alma caminha demente
Buscando respostas para tudo isto no meu inconsciente
Acerca destes pensamentos que assombram a minha mente.
Dou volta e mais voltas para no mesmo lugar e passo a amar-te desesperadamente.
Como eu poderia cantar a felicidade
Percorrer os caminhos da vida de dizer que sou feliz
Vendo segundo por segundo ser tolhida a minha liberdade
De amar pelas coisas que você me diz?
Como eu pude me entregar de repente
Sem ao menos saber tua reação
Passam os dias, os anos e você continua ausente
Reduzindo a pó o meu coração.
Num destes dias deixei-me levar por tamanha ingenuidade
E cheguei até mesmo a crê
Que você viria encontra-me com toda liberdade.
Cheguei a sonhar em você me querer.
Sinto-me como um naufrago que vive a te procurar
Os dias se passam e busco terra firme
Devolva o meu direito de amar
Liberte os meus desejos que você reprime.
Cheguei a pensar...
Que numa destas noites você viria a mim como uma princesa
Pensei...pensei e até hoje estou a esperar...
Continuo debruçado nesta mesa
Compondo, relendo os versos que você não leu...
Exteriorizando palavras...
Lamentando o amor que você não me deu
Eu já não consigo conter as lágrimas.
A minh’alma da gritos dentro mim
E o meu exterior demonstra o meu sofrimento
Tanto tempo na esperança de ouvir um sim...
Espero tanto a tua chegada que te chamo em pensamento.
Vivo um grande dilema
De ter-lhe com o imensurável medo de perder-te
Derramo minhas lágrimas em mais um poema
Pois temo nunca mais poder ver-te
Se penso em estar contigo temo que você vá embora...
Como será de amanhã em diante se você me abandonar?
Manhã após manhã minh’alma se perturba e chora
Pois se você for tenho medo de você não voltar.
Escritor Acadêmico Jailson Santos
SENTIMENTO
Depois de pensar... sim, depois de muito pensar...
Cheguei à conclusão que te quero mesmo sem querer
Que perco-me num emaranhado de idéias correndo riscos por amar
No afã de encontrar um por que.
Que explique este desejo assombroso por você
Em minha sã consciência pode parecer algo estranho e louco
Pois te quero sem ao menos conhecer
Esta face que me encanta cada dia mais um pouco.
Quem me dera poder agir desesperadamente
E cometer os desatinos do amor
Talvez eu não estivesse com a minh’alma aflita, doente...
Amargando as agruras desta grande dor.
Dor que me angustia e me deixa num caminho de ilusões
Sem saber se devo voltar ou seguir em frente
Ensaio inúmeros pedidos de perdões
Com a minh’alma silente.
Parece algo simples que se torna complexo
Por não apresentar uma explicação coerente
Penso outra vez em tudo que já pensei e fico perplexo
Pasmo no meio do caminho, atônito, demente...
Meu Deus! Meu Deus! Como é deprimente
Amar sem ter a certeza do sentimento alheio.
Estas dúvidas obstruem a minha mente
Porém quanto mais ouso a fugir me enleio.
Perco-me sucessivas vezes...
Nos meus involuntários anseios
Passam os dias, os anos, os meses
E nunca pude encostar a minha cabeça em teus seios.
E me senti confortado por este amor que se duplica
Mesmo sendo afrontado por tantos receios.
Hoje eu sinto algo que não se explica.
E te quero por todos os meios.
Todos os meios através dos quais
Me seja possível lutar até exaurir-me
Pois eu sei nunca mais
Eu tirarei do peito este amor que você reprime.
Sofro todas às noites com as coisas que presumes
Chegastes a afirmar que não tenho sentimentos
Não sei se afirmastes por medo, receio ou ciúmes
Sofro por você não enxergar o que sinto por dentro.
Outra vez me deito com o coração sangrando
Adormeço sonhando com o teu cheiro de Floratta in Blue
A minh’alma continua te esperando...
No afã de acariciar a tua pele tênue.
Quando eu dormia...
A minh’alma saiu do meu corpo atraída pela fragrância de Cecita
Você se fez presente em meus versos
E com conhecimento de causa espero que você reflita.
Nesta situação em que estou vivendo
E que mesmo sofrendo não me retiro
A minh’alma está quase morrendo...
Após ser atingida por seu tiro.
Você foi embora sem nenhuma justificativa
E até hoje não consigo ser feliz
A minh’alma mortalmente ferida luta para se manter viva
E esquecer as coisas que você me diz.
Penso em você e a minha mente se desespera
O meu coração dita palavras e treme de repente
As décadas se passam e continuo a tua espera
Mesmo sabendo que estás ausente.
Choro ao saber o quanto fui ingênuo
Em acreditar, em crê
Que você me queria com este teu gênio
Que não consegues conter.
Num destes dias me convidastes à tua casa
Suspirei, contive as lágrimas e guardei segredo
A minh’alma reviveu, criou asas...
Contudo caminhei nos meandros do medo.
Cheguei trazendo nas mãos um coração que você oprime
Entrei e você permaneceu horas calada desapontado levanto-me e saio
Sem rumos, sem nortes em busca de terra firme.
E quanto mais tento levantar-me caio...
Num mar profundo de descontentamento
Sem que ninguém possa perceber
E ainda que você não creia no meu sentimento
Eu nunca vou deixar de te querer.
Escritor Acadêmico Jailson Santos