A liberdade
A paz é
Uma andorinha audaz.
Iniciaram-se conversas
Para reconhecer a paz.
A paz é
Um cravo branco.
Iniciou-se a paz na Terra
E na revolução dos cravos.
A paz é
Um sentimento de amor
A 25 de abril
Chegou a paz à Terra
Beatriz Maia, Beatriz Moreira e Francisca Ferreira 4º ano
Porto
Não era uma vez
Era uma vez um homem que engoliu um tempo de vontades, que ruminava de tempos a tempos.
Marcava tempos sem tempo nenhum e falava calado a toda a hora.
A sua garganta funda afunilava as palavras que corriam mais do que ele em noite de lua cheia, mas vazia de tempo. O amor é um tipo engraçado, apesar da Graça ser uma rapariga solteira, que vive na Póvoa de Varzim.
Dizem que o mar da Póvoa, farto em tudo e quase nada, levará para longe todas as promessas conseguidas nas brasas de um sonho onde serão lembradas nos anais da época.
Por sua vez, sempre que era, não era, pois das unhas pendiam algemas que assustavam os dedos.
Enfim, não era uma vez, nunca!
oferece-me rosas
Oferece-me rosas
como se fossem beijos.
rosas de cores verdadeiras,
orvalhadas pela saudade.
Oferece-me tempo
como se fossem poemas
carregados de ternura.
Oferece-me sorrisos
como se fossem desejos
plantados ao luar.
Oferece-me sonhos
vestidos de raios de luz
cintilante.
Se fores doce
Se fores doce e a chuva cair, talvez eu não chore no inverno.
Talvez até eu diga que te amo, apesar do frio. Mesmo que não veja o sino da igreja a cantar a Avé Maria, talvez possa sorrir de encantamento.
Se fores doce como os rebentos e sorrires de manhãzinha, acredito que o céu brilhará e o coração extravase a melancolia do final do arco irís.
Creio que jantaremos calados o silêncio que abrigo há tempos sem fim.
É verdade, também gosto de marcar presença em poemas de amor e de os vestir com rimas ou simplesmente rir às gargalhadas.
Seremos o tempo que quisermos, mesmo agastados pela incerteza e pela incapacidade de calar palavras ao vento.
Se fores doce, eu também caminharei do lado da vontade e estaremos em uníssono na leitura de um novo romance.
Carta aberta
Onde anda o amor?
Onde andam os casamentos de prata e os de ouro, tão presentes no tempo do arroz de quinze, aqueles cujo lema era:
-" até que a morte os separe."
É sabido por todos nós que o casamento está em crise, as estatísticas são prova segura que casar já não é tradição, agora é mais tradicional a separação e consequentemente o ajuntamento de duas pessoas que se amam, pelo menos durante um mês.
Até eu, que pensei que tinha um casamento para toda a vida,com juras de amor eterno, entrei à socapa nessas estatísticas do INE, vou lá saber por que carga d'água fui bafejada com tamanha sorte.
Sorte e azar ao mesmo tempo, sorte porque as peúgas, o vinco bem feito nas calças,a comida a horas já não sou eu que a dou, nem a cama feita a modos, mas azar porque tenho que me arranjar sozinha, mandar arranjar o portão eléctrico que avariou, ou a bomba da água que está em greve, ou até mesmo a torneira que pinga, enfim, para não falar em emoções mais fortes.
Mas o que faz falta aos homens e mulheres que saem de casa e começam tudo de novo?
Filhos mais novos, afirmação de quê, quando sabemos que no fundo, a rotina virá mais cedo ou mais tarde, a falta de dinheiro irá surgir, os problemas laborais irão fazer parte do quotidiano...
É triste, mas vivemos numa sociedade tão acelerada, que nem nos damos conta que cada vez estamos mais sozinhos, mais cheios de problemas emocionais e transmitimos ao nossos filhos uma herança emocional tão pesada, com a qual não saberão viver e colocarão o casamento na borda do prato.
Será que o juntar dos trapinhos vingará na conquista da felicidade!
Talvez...
Talvez tenha chegado
o tempo de dizer
adeus.
É um adeus em bicos de pés,
pois não chegas a tempo
de sorrir.
Palavras em vão
que o vento leva
de tempos a tempos.
Verdades caladas
que queimam o
dia a dia.
Brisa leve
Caminho em ziguezague
perdido.
É o frio que aperta em
vontades esquecidas
num desvio
teu.
sabes....
Sabes, gostava de te declamar um poema de amor...
... de te cantarolar ao ouvido uma melodia sentida ao pôr do sol.
Também era perfeito ouvir os raios de sol a tilintar no teu rosto, enquanto o riacho percorre as ladeiras da colina.
Gostava de fechar os olhos e sentir as vozes caladas dos anjos, em noite de lua cheia, acompanhados por violinos estridentes os poemas têm outro sentir.
Continuo com a esperança nos sorrisos.
Só por eles permanecem intactas as portas e as janelas da minha ilusão.
Há dias e dias...
Há dias em que a loucura tem hora marcada como a consulta no dentista, que atrasa sempre eu sei, mas está marcada a hora, o que acontece depois já não diz respeito à recepcionista do hotel.
Outros dias ela chega sem aviso prévio, à noite, à tarde ou até mesmo de manhãzinha cedo, eu sei porque me contaram que a viram a rondar os crânios mais sabientes da rua do senhor Eugénio.
É verdade que a oscilação do produto nem sempre é constante, acontecem com frequência picos de malvadez e insanidade que roçam a altivez do barril do crude nas principais praças europeias, variando com a conjectura e esta tem ciclos mais ou menos previstos.
Isto tudo para dizer que os arrumadores de carros sofrem ao tempo, a chuva, o Sol e a generosidade ou a falta dela dos ocupadores dos lugares, fazem mossas profundas no restabelecimento do poder económico destes. Mas também quem lhes manda arrecadar os espaços exteriores? Mais valia, sim mais valia pedirem pifaros e se mandarem rua abaixo, talvez tivessem mais sorte.
Os amantes gostam de ver as amantes com uma lingerie vermelha, arrebatadora dos sentidos, até lhes compram uma ou duas depende do número. Depois é vê-los babados até à medula.
Já é tarde para falar daquela verdade absoluta, que tudo o que sobe tem necessariamente que cair, não é a lei de Lavoisier, mas também é muito importante.
Agora vou ver o desfile dominical em fato de treino, no hiper da moda da minha terra e comprar umas lambetas para as minhas crias, que estão a precisar...
Lua
Lua
És tão brilhante
E animante
E também és fascinante.
Lua
És redonda
E atrevida
Espreitas os namorados
De noite e de dia.
Lua
Da meia-noite
Ilumina cá para baixo
Perdi os meu amigos
E no escuro não os acho.
Miguel 4ºano Trofa
saudade
Sempre que a nostalgia silenciosa
Assola meus pensamentos e os profana
Utilizo as palavras caladas
Dou silêncios prometidos ao tempo
Ando pela esperança
Dando vivas à tristeza, repentinamente
Entro na vida alterada.
Sinetas tocam ao vento e parto ...