Esta Noite
Dar-se a noite e o gosto em meu lábios
Clamo a morte como quem chama a vida
E o inferno me seria o único descanso
Pois fiz de minha amada feliz, sofrida.
Ah meu amor, tu sempre me amaste,
Tu que sempre me entendeste,
Em dores por mim pranteaste
E magoei-te sem que assim quisesse.
Nesta noite que me tenha a morte,
Pois tal é minha noite de agonia,
Maldita me seja assim a poesia,
Pois de mim foi-se o amor, foi-se a sorte.
A morte é tudo que me cabe,
Pois não há maior que vê-la sofrer
Vendo-te triste quero somente morrer,
Que me leve a vida e o mundo se acabe.
Todo Poeta
Todo poeta tende a ser um sofredor,
Pois n’algum momento não foi amado
E por mais que se diga entendedor,
Ainda que rico em palavras,
Puro encantamento, é pobre, é coitado.
Todo poeta tem um amor para escrever,
Mas tendo, nunca o tem para amar,
Como se andasse por sobre um precipício,
Por isso desconta nas folhas, na caneta, no vício.
Todo poeta não passa de um fingidor,
Bem disse o fingidor que fora chamado poeta,
Pois convence ao pobre que lê e sonha com o amor,
Coitado, mal sabe donde tal escrita se enceta.
Todo poeta é um só e sem rumo,
Escrevendo tenta se achar, quem sabe um prumo,
Mas mal sabe donde lhe cabe o dedo.
Por isso vive nas linhas derramando segredos,
De tudo que o ser passou, amou, sofreu, chorou,
E agora ao esmo em algum canto tem medo.
Todo poeta não passa de um viciado,
Que se embriaga de falas empalidecidas,
Que traga todas as incertezas de um ter malogrado.
Mas não sabe onde lhe cabe o gosto,
Escrevendo ao desgosto, o chama de vida.
Todo poeta é um ser safado,
Que degusta das dores a magoá-lo
Mesmo assim se diz dela necessitado
E flagelado, as busca, as invoca...
E as abraça em pranto, querendo-as sempre do lado.
Todo poeta o é, e assim será eternamente:
O poeta que no amor esconde sua incompreensão.
E que por tanto a vida mente, constantemente...
Chamando de belo, a falta, a desilusão.
O que é a morte?
Senão o fim, no inicio que não se deu
Dado ao coração que de si esqueceu
Facto da vida, desamor, má sorte
Ao ser ecoa estagnada, dita morte...
Senão o pavor, desnorteio das cores
Que desde então, se dão, cinzentas
Empardecidas em si vão, em dores...
Morte, termo ao fim, quem vem, esquentas
Morte é tudo em que não depende o querer
Se morre o sonho, a vida, o amor, o medo
Até a palavra morre, se ela não escrever
Eis aí então a minha dita morte:
Calar-me mediante meu amor segredo
Desfaleço perante o inimigo, que é forte...
Tenho
Não tenho escrito tanto, nem uns poucos,
Enquanto a doença, que se instala á muito
Seria escrita, caso estivessem soltos,
Mas não leriam, do meu ser o intuito.
Tenho pensando pouco, talvez num tanto,
Que não calha o tempo para entendê-la,
Se embalam as unhas, o diabo, o santo,
Se fadigam aos tantos, mas sem esquecê-la.
Tenho espreitado o nada, dormido pouco,
Talvez dormido muito, ao que o ser sobeja,
Que me toma o prumo, se me é pouco,
Onde ficara o muito, que minh'alma enseja?
Mando-te
Mando-te flores, viçosas flores...
Perdoa-me se ao atavio
Engasto as muitas dores,
Precisava também te dar
O então vazio...
Que tenho em flores,
Quando a alma sem ti está.
Mando-te também bombons, recheados
Perdoa-me pelo bojo
Os laços estão manchados
Mas os coloquei...
São as lágrimas...
Das quais fiz estojo
E te enviei
Em cores carregadas.
Mando-te em breve, uns versos
De miúdas linhas, borriscadas
A quem lê, talvez incertos
Mas denotam e Tu o sabes...
O Amor em linhas marcadas,
Um eu desventuroso...
De ti, de amor, de saudades...
A dualidade do sentir
‘Não coloque amor entre aspas’
Pois de pouco valeria tuas rédeas
Nas águas indomáveis do amor
Que transbordam nas margens férteis
da existência.
‘Não atiçe paixão com vara curta’
Pois no fogo da paixão há apenas vítimas
Nado-mortos...
E assim serias apenas mais um em meio
a causa de explicar o fogo que arde sem chamas.
‘Sinta que o amor está em suas mãos’
‘Que o amor é enorme, a paixão diminuta.’
"Diga-me então porque insiste amigo,"
"No desejo de não ter fim a luta"
Pois, és grande apenas em batalha?
Há grandeza maior que amar?
Então veja aquilo que teu ser ofusca
Assi como a verdade que a paixão te nega
"Estenda os braços pra que a vida te vença"
Se convença de vez que a dor só furta.
06/02/2006
"TrabisdeMentia" e Junior A.
Ama-me
Ama-me segundo teu desejo displicente
E viva esta tua jura convincente
Mediante os teus atos que irão falar
Ama-me após tuas desventuras pois sei que tu sofres
Pois sei que as vezes ao sentir não dormes
Mas entenda que a vida é amar
Ama-me,entroniza-me além do que sente
Ama-me como em fanatismo, ontem, hoje, sempre
Ama-me ao pernoitar em devaneios ainda que não me ache
Nesta instiga que não cessa, nesta volúpia que não presta
Na solidão do que se oculta, ama-me como se não me escutasse
Ama-me na ausência...
No choro que não se vê, na lágrima que não se chora
Ama-me, enclausura-me no teu amor
Apenas porque amas, ainda que em mim veja demora
Após tanto riso, choro, saudade, desejo,
Loucura, exaustão, volupia, razão e má sorte
Levanta-te meu amor, desperta-me
E ama-me até a morte...
Curtinho
Vai-se aurindo,
O ser pequeno
Tão (inho)
Que cabe ao dedo
A alma ver,
Quão grande
O medo.
Que se dá, sem ti
Abarrota ao pobre,
Traz tristeza
Longa, ao nobre,
Sem amor, há nada
Em si.
Apenas um soneto
Sinto eu que careço escrever
Alguns versos que há tempos me espreitam
Daquela detrás que a tempos esqueceram
Algo que mais parece a sombra do meu ser
Careço deste afago que tenho a escrever
Destas lembranças que povoam a mente
Quão verdade que me faz descrente
Desta desventura vida quíça esquecer
Como careço de um ser amado
Daqueles que se oferece sonetos
Que eternamente fique ao lado
Como careço, de carinho careço
Daqueles que se esquece os medos
Com aquela que não me seja um fado
Demonio Amor
É...
Leia, Por vezes tem sido assim, esta é a minha vida
Isso, Tenho dançado com um demonio, suas unhas cortam
Graças, Ao seu hálito que instiga, seus olhos que falam..
Instinto, Ele se presenteia a mim, parece não haver partida
Ah!
Ahahahaha
Vê? Não se assuste amor, é apenas algo que não contei
Idas, Ele me visita todas a noites, me chama....
Dantes, Quando durmo, apenas o pulsar me clama
Ah, Então desperto, sufocado, daquilo que não sonhei
É...
Amor, Dizem que demonios são vidas que partiram
Mas, que estas almas vivem em um vazio
Olha, Teu amor a mim é tal demonio em seu desejo, frio!
Rogo, Que do meu ser jamais se fadigam...