Poemas, frases e mensagens de T.Nascimento

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de T.Nascimento

Talvez te encontre

 
Procurei-te
mas não te vi,
procurei-te
mas não te senti.

Ainda procuro
por ti,
e talvez te encontre,
e te desmonte
em peças,
e te monte
dentro de mim.
 
Talvez te encontre

De amor nada sei

 
Talvez te queira
mais que ontem
e menos que amanhã,
não sei bem,
porque eu
de amor
nada sei.

Mas avanço
lanço a lanço
e sem medo,
mas ele confunde
tem vida própria,
sem rédea
sem regra,
não dá trégua.

Avanço
puxo a alavanca
destranca-se a porta,
porque não tive medo
nem guardei segredo
deste amor
de que te queria,
até aos céus dizia,
lia contos,
sonhava por pontos
nos teus is,
não tive medo e colhi
a flor de lis
mais bela do jardim,
e no fim
é tudo amor.

E sei que te quero
mais que ontem
e menos que amanhã.
 
De amor nada sei

Antes de ires

 
Antes de ires,
beija-me
sem me partires
beija-me,
com esses lábios carregados
de sabor intenso,
avermelhados
com o toque de rosa.

Esses lábios
são prosa
nesta poesia,
contradizem
meu ser,
beija-me
na despedida,
apazigua a ferida
com esse beijo,
lembra-te de mim
todos os dias
pelas manhãs
que não te vejo,
sente-me
sem me sentires
lembrando-te
do nosso beijo.
 
Antes de ires

Je Suis Charlie #

 
Oh Liberdade
onde foi que te perdi?
pistola carregada
premir o gatilho
começar a revolução,
vida tirada,
como num filme de terror.

A expressão
perdeu-se da liberdade,
atrocidade vingou
num mar vermelho,
bandeiras a meia-haste,
fazendo contraste
com a dor.

Desenho
sem culpa,
morto
a sangue frio,
horror nas ruas,
pintadas com sangue inocente.

A liberdade perdeu
a sua expressão
numa manhã de inverno,
foi da terra ao inferno.

Dedicado ás vitimas do massacre de 7 Janeiro em Paris #CharlieHebdo
 
Je Suis Charlie #

O amor é ridículo

 
O amor é ridículo,
mas se não fosse ridículo
não era amor.
é dor
é sentimento
é momento.

O amor é estúpido
nas suas formas,
sem normas
sem noção.

Insensatez dos corpos
que se apaixonam,
nudez
de almas
que se emocionam.

Amor não sabe de si
nem de quem,
são erros
e estratégias
desgostos
e tragédias.

Mas ainda acho o amor ridículo
estúpido
e sem noção da razão
de ser amor
o que se sente,
amor é bonito
mas também mente
com todos os dentes
de uma boca.
 
O amor é ridículo

(esperando)

 
Espero por ti
enquanto vejo os arranha céus,
espero por ti
olhando o céus.

Espero por ti
vendo as nuvens,
espero por ti,
mas tu não vens.
 
(esperando)

Novo mundo

 
Perco-me
num sono profundo
e desperto
num novo mundo.

Criado através
de um sonho vazio
trabalhado
durante horas a fio.

Um sonho onde a beleza
da natureza impera
onde as desigualdades
são ficção
um sonho surreal
numa mente unilateral.

Fertilizada
através do pensamento
aprimorada
num dia sangrento
e sedento de redenção
daqueles que lá chegaram
e não mais voltaram
 
Novo mundo

Pastor

 
Pastor da serra
inaugura a madrugada
rasga os trilhos
sem calçada.

Comanda seu rebanho
pelos montes e vales
faz dos animais
seus discípulos mortais.

Na sacola
o pão e o queijo,
sente a natureza
como ninguém,
a beleza dos campos
o seu leve beijo matinal,
ou vê as águas ribeirinhas
correndo pelas linhas,
delicia-se com o canto e encanto
dos pássaros madrugadores.
 
Pastor

Não se explica, sente-se!

 
Não sei explicar
apenas sentir,
não me faças
perguntas dificeis
que eu não sei mentir.

O que sinto
não se explica
nem tem explicação,
prefiro senti-lo,
acredita em mim
que eu não minto.

Vieste
não sei de onde
nem como,
mas entraste,
queres ficar?
ou ir e voltar?
será que o teu barco aguenta
navegar neste mar?

Faz que me perca
nas tuas curvas,
e mostra-me o caminho,
decifra-me
mas não me concluas,
fala-me de tudo
ou de nada
amarra-me com um olhar.

Dás voltas
na minha cabeça,
bem avessa,
mas vem
sem pressa
que eu espero
e quero
que vejamos o luar
a navegar no universo.
 
Não se explica, sente-se!

Por de ti me lembrar

 
Lembro-me de ti
a cada esquina que dobro
em cada rua que passo,
marcas compasso
neste pobre ser,
esse laço
esse traço
bom de se ver.

Ando a levitar no espaço
por de ti me lembrar,
beija-me a alma
ilumina-me o corpo
pois está escuro
e não consigo ver.

Lembro-me de ti
da tua figura,
pele clara
na noite escura.
 
Por de ti me lembrar

Tentado falar de amor

 
Preciso de ti!, sim confesso que gosto de ti, és flor de primavera e floresceste em mim, regada pela chuva, crescendo ao sol.
Senti algo diferente chamando minha mente, como se fosse um íman agarrando-me, juntando todos os pedaços em mim, esperei sentado em pé e a dormir, mas não sabia o que estava para vir.
É lindo sentir amor, mesmo não sabendo de onde vem, talvez lei básica da natureza para afastar a pobreza e carência de qualquer coração.
Dois corpos selando união no tempo e no espaço, fazendo compasso com o universo, enquanto a lua observa e conta a toda a galáxia que o amor nos transforma, molda e deforma como plasticina.
Amor a vacina contra o mal que nos ataca, o amor se destaca na escuridão com a sua luz, aquela que nos seduz noutro alguém.

Não sei nada de amor, nem eu nem ninguém, amor é verdade impossível de limite inatingível, amor não tem medida, caminho de curvas ou rectas compridas.
 
Tentado falar de amor

Terra Minha

 
Oh terra minha
o quanto me encantas,
com essa doce vaidade
meu males espantas.

Oh terra minha
de tanto encanto,
meu recanto,
terra minha.

Perdida nas beiras
por entre as serras,
na baixas as oliveiras,
nas serras os pinhos e carvalhos.

Sente-se o orvalho
da manhã,
ouve-se os pássaros
pela manhã.
 
Terra Minha

Dois Lados

 
O rio
sobe,
O rio
desce.

O frio
arrefece,
O calor
aquece.

A dor
passa,
A saudade
fica.
 
Dois Lados

Poesias e prosas

 
Poesias
e prosas,
mares de rosas
lagos de amor,
rios profundos
que desaguam na foz.

2 cisnes
nesse lago,
num momento vago
perdido entre o tempo,
2 pássaros
que voam
sem rédea
ao sabor do vento.

União
destes 2 corpos
que se conjugam
julgando
saber de amor.
 
Poesias e prosas

O que é Poesia?

 
O que é Poesia?

Poesia é tu,
como és,
quem és.

Poesia é um corpo,
junções de letras e palavras,
coligações de pensamentos
em choque
que trazes a reboque
num pensamento.

Poesia é o momento,
o sentimento
num papel,
a ligação
entre o poeta
e a sua caneta,
a conexão
entre a mão
e a imaginação.
 
O que é Poesia?

Cartas de Amor

 
Podia falar de tudo
podia falar de nada
olhando para ti.

Podíamos ser dois em um,
multi funcionais,
fugindo ás trivialidades,
carinhos e amassos,
seriam apenas preliminares.

Poderias ser a Cinderela
e eu o príncipe encantado,
tu a bela
e eu o monstro,
como nos filmes de criança,
ou então dança
e mata-me levemente
com beijos suaves,
deixa os entraves de lado
e canta-me um fado
doce como um rebuçado.

Fala-me mansinho
ao ouvido
e derrete-me por dentro,
que eu deixo a porta aberta,
fecho as cortinas
e apago a luz.

Procura-me nas esquinas
das ruas,
nas fases da lua,
procura-me até me encontrares
e gostares.

Não te arrependas
e vem
desvendar mistérios,
ver os prédios crescer,
fazemos faisca,
magia se for preciso.

Procura-me nos jardins
sem fim,
tipo labirinto,
que eu digo-te o que sinto,
não minto
e confesso
deixo-te o mundo do avesso,
com um sorriso travesso
incendeio-te a paixão,
deixo-te perdida
a deriva
conquistando-te o coração.
 
Cartas de Amor

ILUSÃO

 
Ilusão
de um sonho
criado num poço
sem fundo.
Um mundo
de tentações
um fosso de ilusões.

Perdição
de um ser,
tentação
de um querer.

Viver
entre a espada e a parede
morrer
sem nunca ter.
 
ILUSÃO

É amor

 
Amor
ai se é amor,
é mais que amor,
é tentação,
é perdição,
é amor profundo,
que bate fundo,
é perder-me no teu olhar
e encontrar-me no teu sorriso,
liso e sereno,
com um doce toque
que me leva a reboque.

Deixa que me perca
e me encontre em ti,
nessas curvas estreitas
de formas suspeitas.´

Provar teus lábios,
sentir seu veneno,
correr-me pelas veias
criando teias
que me envolvem em paixão,
enquanto me perder no teu sorriso
não quero acordar.

Sonhar num mundo encantado,
tu e eu,
à descoberta
deitados na praia
debaixo de uma lua aberta.
 
É amor

(Tu Eu e Algo mais)

 
Escrevo
meio perdido
sem sentido,
é fraco
o coração.

Tu eu e algo mais
pôr do sol no cais,
maré a subir
pequeno paraíso,
perdemos o juízo.

Doce toque
dessa pele
do fel ao mel,
me cativa
como uma tela
de Picasso a Dali,
era aqui
que te queria,
jantar a luz das velas
com piano
e quarteto de violinos
rosas e outras coisas.

Mostrava-te prosas
pequenas poesias
riscos e rabiscos
de algo rasgado,
meio tonto
dizia-te palavras,
embalado
em letras de romances,
lances de rotura
dessa cintura,
a cura
a doença,
vem e não pensa
o amanhã
é longe
e não foge.

Cura-me males
e faz-me voodoos,
sorriso meigo
que me deixa leigo,
voos nocturnos
na luz da cidade.

Abro a alma
calma e serena,
temperatura amena,
a vaidade sobressai
num escuro,
são charadas
palavras cruzadas,
um só dialecto
olhar puro.

Vamos
sentamos
nos bancos
vemos os pombos
aos tombos
no jardim,
raízes quadradas
e tangentes,
matemáticas complicadas.

Descomplica
e triplica
essa emoção
cetim
ou jasmim,
e assim nos perdemos
em linhas
e letras,
contamos estrelas
lançamos o dados
algo morre
ou floresce.

Caiem as chuvas de Setembro
e é de ti
que me lembro.
 
(Tu Eu e Algo mais)

Procura-se a si mesmo

 
Andou só
para se encontrar
como a pauta
a procura da nota dó,
uma guitarra
a procura do seu mestre.

Andou
de norte a sul
de este a oeste,
caminhou pelos
4 cantos de um mundo
a procura do seu caminho,
percorreu a sua estrada
querendo
mais que nada
encontrar-se a si próprio.
 
Procura-se a si mesmo

Nascimento