Comboio
Leva-me contigo para o incerto.
Não quero mais viver aqui, Perdi o comboio para algures,
guardo apenas o bilhete, de que nada me vale...
Embora já não o veja ainda o oiço
Dá-me um aperto tão grande no coração, solta-se uma lágrima rebelde que não consegui prende-la.
Mesmo sabendo que era o último...e a minha última oportunidade de ser feliz deixei-o ir.
Agora apenas sonho como seria viver sem ti, sem este e aquele, todos aqueles que me magoaram e me trouxeram para a terra da tristeza!
Não tinha nem tenho quem me prenda aqui.
Sinto-me tão triste, como se toda a minha alegria tivesse sido levada pelo vendaval que causaste.
A noite já se aproxima tenho que voltar com as malas vazias de alegria e esperança. Voltei, e o medo voltou comigo. Prenderam-me neste castelo assombrado, tiraram-me o sonho o único que me restava.
Aqui não existe fadas boas e anjos da guarda. Esta é a terra do demónio em figura de gente.
Aqui não há luz, aqui é o reino da escuridão eterna...eternidade essa que transformou o pouco que tinha em nada!
Aqui também existem os outros mas esses, são aqueles que mais tarde ou mais cedo se tornam naquele, naquele que me magoa e me despedaça o resto que sobra deste coração.
Não consigo pedir ajuda...
Hoje sinto-me tão triste e mesmo rodeada sinto-me sozinha...hoje só queria um abraço!
Obra prima
Chamar-te-ia obra-prima…
Elaborada com toda a perfeição com um toque de bondade, enriquecido com pureza,
Chamar-te-ia peça única…
Concebida por um Deus unicamente para deslumbre da humanidade,
Chamar-te-ia anjo…
Alado e cristalino, guia de muitas almas, guardião de muitas mentes,
Chamar-te-ia cristal…
Genuinamente delicado,
Chamar-te-ia criança…
Alegremente infantil.
Chamar-te-ia mil e uma coisas, porém prefiro descrever-te como um ser humano dotado de bondade, que deixa saudade em cada esquina, em cada rua que passa,
Porto de abrigo de muitas almas desamparadas, confidente de muita gente.
A sorte de poucos e o azar de muitos,
O tesouro que apenas alguns tiveram a coragem de procurar e a sorte de poucos que o acharam, a relíquia rara, o ouro perdido.
És a balada que nos adormece, a melodia que nos alegra o espírito, o som presente no pensamento.
Possuidor da ultima palavra, senhor da mesma, Homem que a honra sem se questionar.
Soldado destemido, leal aos camaradas, bravo viril.
A primavera que traz consigo a luz do dia, os raios que penetram os nossos corações, que trás consigo o desabrochar de cada flor, o canto de cada pássaro.
Descrever-te-ia de mil e uma formas, contudo prefiro imaginar-te como uma tela com traços únicos delineados com encanto.
Que nela descrevem um rosto de menino, com olhos cor do mar transmitindo ao apreciador uma paz inexplicável, juntamente com um brilho encantador.
Um sorriso espontâneo e ao mesmo tempo contagiante.
Cabelo ondulado ilustrando as ondas do mar, que muitos nele querem entrar sem tal feito terem concebido.
Pintar-te-ia de mil e uma cores, mas prefiro escrever-te como a alma do poeta, a inspiração de muitos artistas. Mas apenas dois conceberam ao mundo tal obra.
Sou o poeta que se serve de tua beleza para embelezar este poema, poeta esse que te usa como fonte de inspiração, o poeta que te admira não só como obra mas como humano.
Por mais nomes que te dê, por mais descrições que te faça, por mais telas que eu pinte e por mais poemas que eu escreva dificilmente serviriam para dizer o que és e quem és!
Tu, Amigo, Irmão
A distância apenas roubou a tua presença,
A saudade deixou-me o teu cheiro,
O carinho guardou todas as recordações.
As gargalhadas ainda permanecem na alma.
Cada palavra, cada gesto são fruto da nossa lealdade.
As palavras que não precisam de serem faladas,
apenas decifradas pela entrega.
Aquele abraço calorento só nosso,
Aquele brilho no olhar só por saber que existes.
Aquele ombro amigo sempre disponível.
As canções que nos relatam...
As fotos guardadas como prova...
As frases feitas...
Ontem apenas o amigo adorado,
Hoje o irmão amado!
Guerra
Porque luto sozinha? Onde a batalha não é só minha! Passo dia e noite com escudo ao peito representando aquilo pelo que antes tinha orgulho...hoje vergonha. Vergonha de ter amado uma pátria que a mim, me desprezava. Com o coração defendi meu batalhão, fiz tudo isso de livre vontade, fiz tudo isso sem ver que nem todos os meu camaradas amavam a mesma pátria que eu. No campo de batalha quando a noite já havera caído, nos bunckers eram apunhalados camaradas meus que um dia também tiveram orgulho naquele escudo como eu... Nos dias de hoje, após dias duros de batalha aqueles que unidos permanecem revêem o batalhão mostrando uma tristeza no olhar. Ainda tem as marcas das feridas, estas foram tão marcantes que ainda hoje sabem a história de cada uma delas...as vezes ate parece k ainda doem. Eu também tenho feridas dessa batalha, mas ao contrário dos meus camaradas eu acumulei a raiva. Mas o pior de tudo é a cicatriz k tenho no coração, esta nunca mais sarou. Foi um golpe profundo, dado por um dos traidores. Sei quem foi mas não vou falar, pois sei que a consciência lhe peça. Hoje por mim passa... mas a coragem de me enfrentar é pouca ou nenhuma. Lamento apenas pelos meus camaradas. Quem sabe a dor que carregamos somos nós. A ti traidor(A) te digo, tu arma em punho e escudo tinhas; mas faltava-te o mais importante...amor, lealdade e respeito para com aqueles que ao teu lado combateram. Mas de ti pena não tenho, mas sim raiva. As facadas que me deste ainda não sararam.
Porque luto sozinha? Onde a batalha não é só minha!
matematicamente amando
Simplifica-me o verbo amar
Somando-me há tua vida
Subtraindo todo resto
Divide comigo teu coração
Equaciona-me a teu mundo
Eleva-me o desejo de te ter
Se a raiz do meu desespero
Diminui a ansiedade por um beijo
Se o oposto de incorrespondência
Se parte adjacente de mim
É tangente o teu olhar
O teu sorriso é dominador
Do meu céu
Tu és o resultado de todas as minhas somas
E a resolução dos meus problemas