Poemas, frases e mensagens de marcosstavaress

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de marcosstavaress

Alma de Puta

 
Alma de Puta
 
Nunca darei a você
amor que sacie
a sua alma de puta
sua fome de rua
e sede de vinho
que você tem
na garganta
que me cospe
quando me ingere
e rejeita
se me prova
em delírio
por engano
como cicuta

Nunca darei a você
Amor sem pecados
Que engane
sua alma de santa
Nem terei em mim
o desejo da pureza
que você precisa
na sua saliva
quando engole
e me janta
como castigo
 
Alma de Puta

Jeito bobo de amar

 
Jeito bobo de amar
 
Sempre fui assim, singular.
com um jeito bobo de amar
sem habilidade pra sonhar.

...tenho sapatos pra passear
E uma certeza na valsa:
-Vivo só.

Sempre fui assim, fácil de chorar
com um encanto matinal no espelho
Que me faz pensar ser atriz.

...um prosseguir descalço,
Coisa doida de entender:
Ter vontade de fingir ser feliz
- sendo só.

Sempre morei sem mim,
Vestida de chuva
Hóspede de um inverno triste.

...vida dura de passar!
Uma vontade de esquecer seu nome
Que não mais existe.
me esparramar no capim
- morrer só.
 
Jeito bobo de amar

Sons

 
Meus porões guardam alucinações.
Desço para espantá-las no inverno.
Tenho medo de tocar as feridas que ainda secam,
Coisas que nem sei mais por que senti,

Vejo fotos, bilhetes, aromas de perfume.
Um relicário cheio de pingentes quebrados.
Lembranças que já perdi.
Que nunca pude enfrentar.

As marcas do tempo tem cheiro nas paredes,
Emitem sons da casa quando dorme,
Ranger dos portões no resvalar do vento,
Sons que a tristeza impede ouvir.

Saudades de ouvir as chuvas sob nosso cobertor.
Vendo as gotas deslizarem pela janela.
Saudades de vestir nossas fantasias
Esquecidas no fundo do armário.

O som da minha dor vem destoar
O silencio da casa vazia,
O sussurro de uma lágrima que cai,
Endurecida por ainda, não saber perdoar.
 
Sons

Anáguas

 
Esse homem é meu mal,
já me deixou pelas vielas.
Ele vagabunda pelas ruas,
some a noite e me falta

Ele carece de lucidez.
É meu bem, meu algoz.
Minha estupidez.
Minha silhueta triste.

Ele me esvazia, me dilui.
Vive de mim, da minha sina.
Se cala quando surto,
me ingere quando uivo.

Ele me veste com anáguas,
remenda minhas falas, meu medo
Me aquece com zelo e mágoa...
-Por eu ser o seu segredo

Eu lhe sirvo, canto nua,
cuido da sua ferida quando ferve,
Ele me sua, me come crua,
Por eu curar a sua febre
 
Anáguas

A verdade não pode ser dita

 
Escondam as verdadeiras escrituras
A verdade não pode ser dita.
Mantenha o medo e a culpa.
Deixe lobos e ratos entre eles

Mandem rezar,
ajoelhar
jejuar,
depois definhar
osso por osso
dia após dia
cada gota de sangue
que escorrer
mandar chorar

Deixem sonhar,
Se embriagar,
Poder querer o poder
Querer poder pensar
Pensar poder querer
Depois deixem morrer
Um a um
-Acidentalmente.

Mantenha nas grades
os loucos,
os que não sabem
guardar segredos;
retire ventre por ventre
os que conhecem o vento
e podem voar,
depois enterrem as palavras
silaba por silaba
da linguagem suspeita
que restar.
 
A verdade não pode ser dita

Crimes que carrego

 
Crimes que carrego
 
Meu olho na janela
nem expressa sentimentos,
ao longe vejo luzes
que não revelam de onde eu vim.

Eu não sei o que procuro,
nem mesmo se perdi,
me desfiz dos meus caminhos
para não saber voltar depois..

Já não sei do que eu peno
nem os crimes que carrego
eu só tenho este punhal,
Que me rasga enquanto eu vivo.

A chuva me conforta,
Entre as veias da cidade
Eu só tenho este destino,
Que me leva enquanto eu morro
 
Crimes que carrego

Paisagem dos sonhos

 
Esse dia é um vazio sem tristeza,
um ardume vão,
um trem de partida,
sem paisagem subterrânea,
sem nada poder dizer
até onde vai:
-a janela dos meus olhos
que carrega com ele
como premio.

Esse dia é uma tristeza vazia,
uma encenação de existir
que não vai revelar
o motivo sórdido de querer fugir
nem o destino incógnito
que traça em mim,
sem nada poder sentir,
até onde dói:
-a paisagem de sonhos
que passa por mim
como vento.
 
Paisagem dos sonhos

Chaga desconhecida

 
Isso não é dor é só miséria,

não é vida é só matéria,
consciência vibrando a forma,
demência gerando normas.

Não é crime, é só uma morbidez
que me degusta,
não é desespero é só um berro,
que me assusta.
Uma incerteza que eu me apego,
que revira meu vespeiro.

Não é muito, é o que me cabe.
Não é pouco, é o que preciso,
uma chaga desconhecida,
que não mata e não diz
porque me move,
nem me deixa prosseguir.

Isso não é lodo, é o mesmo caminho,
que insisto percorrer.
Não é mofo nem é triste,
é só o passado que resiste
em não partir.

Não tem vida nem respira,
acontece onde nada havia,
(agride sem cessar).
Não é a fome, é só comida que não sacia,
não se mostra nem me diz
porque me anima.
 
Chaga desconhecida

Palavras na areia

 
Palavras na areia
 
Sou o que me resta,
não há leito de morte,
não há corte no meu peito,
nem sombras pra dissipar.

Eu poderia ser tantas coisas...
um suicida , um sacerdote, um aprendiz
ou apenas um tolo,
refazendo o seu jardim.

Eu poderia ter tantas coisas...
funções, religiões, alucinações
ou somente ter...
um plano prá partir.

Sou apenas esta frase se formando
uma mente se ajuntando
apagando palavras na areia
pra se esparramar de novo.

Sou o que vai ficando
com a porta entreaberta para o inevitável
sem palmos pra medir certezas
nem passos pra traçar limites.
 
Palavras na areia

Cartilhas

 
Na busca de mim,
encontrei farrapos esparramados,
esparadrapos úmidos,
curativos na alma em vão.

Enchente de lágrimas por vir,
um poema de desespero,
cartas de amor rasuradas,
pedaços de sonífero
em decomposição.

Faltam caminhos,
mapas de atalhos,
desvios alternativos,
cartilhas pra viver sem ti.

Faltam tréguas,
descanso em meu ser,
trincheiras pra me defender
da tua sentença.

Nenhuma aspirina,
nem mesmo um lenço,
somente um juramento,
nesta faca rasgando o meu peito,
num desespero sem piedade,
tentando te arrancar de mim.
 
Cartilhas

Palavras que sangram

 
Sou pedaço de terra
Celeiro de palavras que crescem
Espalham-se pelo chão, desfiguradas.
Emaranham-se entre si,

Faço frases no quintal
Jogo-as nas calçadas.
Onde pisam os homens sós,
Alienados pelo tempo.

São palavras que sangram
Na ponta dos dedos,
Arrancadas sem piedade,
Desabitadas dentro de mim,

A minha poesia é frágil,
Ela se derrama em vendavais
Ousei sonhar um dia
E me deram arsenais.

Os meus versos são de dor,
Mas, um dia foram rimas,
Soterraram meu sorriso
E me acusam de ser triste,
 
Palavras que sangram

Lápis de cor

 
Você é assim...
tipo lápis de cor,
pinta a minha dor,
as rasuras em mim.

Tipo assim..
som de nota musical,
harmoniza meu tom
faz partituras de mim

Tem gosto de amora
aroma que me descansa
uma saudade sem hora
tipo assim...
felicidade

Fantasia que me veste
enfeita meu viver,
tipo assim...
uma folia
que faz festa
dentro de mim.
 
Lápis de cor

Versos de amor

 
Você é meu castigo,
meu ninho,
meu desperdício,
Um sonho que arrisco,
sem perceber.

Você é o que mastigo,
me atiro sem ver o risco
-de me perder-.
Rabisco de estranhas
telas de vime.

Você é o que valida
meu sacrifício.
Me surra, me empurra
-aos precipícios-
sem se importar.

Você é o que persigo,
me abriga, me rima,
inspira versos de amor
os caminhos que sigo.
É tudo que quis
Desde menino,
Sem descansar.

Você é meu sorriso,
o sentido que traz,
um amor sem medir
a razão que me diz
valer a pena lutar,
o motivo de tudo
me fazer feliz.
 
Versos de amor

Mudança das estações

 
Me encantei pelo vento,
vivo de redemoinhos.
meus segredos conto as aves
na mudança de estações.
vivo sem testemunhas,
como os cantos das paredes,
como livros na estante,
quadros de fotografia,

Acordo nas manhãs
junto com memórias,
Imagens de um passado
que se juntam a mim
personagens de espelhos
que ousei inventar
amores amanhecidos,
palavras que jurei esquecer...

Quero tantas coisas
e tenho coisas...
que quero perder
a vida vai decidir
se a lucidez vai me levar.
tenho a tarde para sorrir
quem sabe...me perder.
preciso de um grito que me rasgue.

Queria uma canção para assobiar,
uma paixão que me arrastasse,
Um desafio qualquer
que fizesse remendos em mim,
queria teus braços
que me sustentaram quando enfraqueci,
quando o vento me chamou para partir.
 
Mudança das estações

Pedaços de você

 
Você me deu
pedaços de você,
me deu
destrezas,
coisas raras,
rodovias.

Me deu paixão,
habilidades
que eu desconhecia
nomeou estrelas
com nossos nomes.

Você partiu
me tirou valentia
deixou bueiros,
buracos negros,
doenças
que eu
não tinha.

Me deu chuvas
chagas na pele,
apatia,
saliva
que amarga,
que ainda
anestesia.
 
Pedaços de você

Prenda

 
Hoje eu quero ser prenda,
ser levada,
molhada de chuva,
dançar em roda de viola,
ser pega, capturada,
me perder pela madrugada.

Hoje eu quero ser lavada,
encharcada de tequila,
amordaçada como bandida,
desaforada, abatida,
amada por aventureiros.

Hoje eu quero ser surrada,
desarrumada dos pés a cabeça
contar toda verdade,
explicar os desenhos
das minhas tatuagens.

Deixar à mostra
a cara sem maquiagem,
a cor vermelha da calcinha,
os anéis que me deram
(sem eu merecer)
e escorrer no suor um amor
que ainda teima em doer.
 
Prenda

Não sei o que sou,
só sei que não sou
o que eu sei…
que me nega.
Nunca pensei ser
coisa que anda,
nem coisa que geme,
que me cega.
Já pensei ser,
as causas do caminho
eu que sou estradas,
que se perdem.
Habito à tarde,
a mente me leva,
ma...