Poemas : 

Reprojectar

 
Tags:  prazer    destruição    Construção    projectar  
 
Construo, o amanhã desmoronado.
Aplico um tijolo, vermelho sangue,
Com argamassa no muro já grande,
Coloco uma telha mais, no telhado.

Sempre construindo, venho.
À medida do meio e engenho.

Haja um canto apenas, pronto e acabado,
Com mobília lisa, pintura, tecto e chão,
E um detalhe mais, habitando o coração,
E residirei aí, enfim na paz, tranquilizado.

Mas trago soltos no peito velhos ciclones,
Esquizofrénicos, arruinando-me em clones.

Ventos de devastação e fúria
Esvoaçam descrenças à dúzia,
Forçam-me o prazer de reprojectar,
E reconstruir sem nunca parar.



Boa semana!


Garrido Carvalho

Janeiro '09
 
Autor
Garrido
Autor
 
Texto
Data
Leituras
722
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.