Poemas -> Dedicatória : 

QUE MUNDO

 
Mundo de tanta maldade
quem tem amor no coração
é banal ou louco
só quem pelo amor faz pouco
merece toda a consideração

Já não entendo este mundo
por ver
tantos corações de pedra dura
a palavra amor não existe
foi trocada pela loucura
só o orgulho e o egoismo persistem

viola-se a lei do sangue e da vida
lei que desapareceu
como um trago de bebida
que se bebeu
está tudo pervertido
se a isto chamam vida?
para mim
tudo e nada faz sentido

Quanto mais o tempo avança
mais a desgraça se aproxima
onde ficou a esperança?
que no mundo existia
e tudo que é amor se extermina

A familia não se conhece
isso pouco importa
cada um que lute por si
desde que não se bata á porta
de quem não gosta de ti

Os amigos já são tão poucos!
ou mesmo inexistentes
coitados dos que precisam
são apelidados de loucos
não fazem parte das gentes
para alguns valem tão pouco
apenas pedras lhe atiram

Jamais posso perdoar
quem os meus filhos magoa
cada dor que o seu coração sente
no meu doi a dobrar

Sou uma mãe que ama os seus filhos
sinto orgulho de todos eles
são sangue do meu sangue
são carne da minha carne
e sou capaz de tudo
para apagar qualquer rastilho

Foi no meu ventre
que cresceram
e carreguei
com tanto amor
que dou a minha vida por eles
se preciso for

Se estou louca é de amor
que sinto pelos meus filhos
e o que dou é coisa pouca
por ser tão alto o seu valor

Já que Deus me deu o dom
de escrever aquilo que sinto
porque
a voz vai perdendo o som
a vida perdendo o sentido
estou a perder tudo
para o qual tenho vivido

Mas a raiva em mim contida
isso eu não posso esconder
sabendo que podia ser feliz
se alguém quisesse ver
outro conceito de vida
e algum amor ter

É tão pouco o que pretendo
já que nada peço para mim
só quero ver os meus filhos bem
sem riquezas, mas trabalhando
ter da sua vida o comando
e o essencial para vicer

Apenas um filho não tem
por maldade e ambião
não foram cumpridas
as promessas de quem
tudo dizia fazer
para o meu filho proteger

Na minha alma e no meu coração
É a segunda vez que sinto
a dor da exclusão
a quem jamais darei o meu perdão

Aos poucos fui percebendo
o mundo cão onde vivo
já que a vida não entendo
o meu desejo é partir
aqui existo
sem existir

micá Junho 2010


Sou alentejana e tudo que escrevo é sobre a minha vida.Este poema é um drama que estou a viver neste momento, o desespero de ver um filho com 41 anos,com um curso superior e mais algumas aptidões, sem emprego, estou desesperada, mais porque o pai dele não o quer ajudar.Aqui deixo um apelo ao coraçao de quem nos quiser ajudar.

poderá contactar-me que depois dar-lhe-ei os contactos dele. O meu contacto é, e-mail carmo.carreira@sams.sbsi.pt telemovel 916604014
 
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