Sonetos : 

O HOMEM DAS MIL CARAS

 



Olhar lânguido, passo comprometido,
Mãos vazias de si, ostentando rude
E sisuda silhueta, vai o homem tido
Como suporte, deste néscio talude.

O sol não lhe delineia a sombra fraca,
Passageiro de muitas estradas e pó,
Incólume devaneio, a si se maltrata,
Vagueando por este mundo sempre só.

Ah, mas se o amor viesse, sem ruído,
Acenando-lhe ao longe um sorriso,
Quem sabe ele não fosse tão contido.

E perdoando-se a si mesmo o alheio,
Todo o sofrimento então indeciso,
Teria agora onde levantar seu esteio.


Jorge Humberto
02/09/07

 
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jorgehumberto
 
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Enviado por Tópico
Paloma Stella
Publicado: 03/09/2007 16:24  Atualizado: 03/09/2007 16:24
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 Re: O HOMEM DAS MIL CARAS
Mil Caras,
Uma única personalidade...
Adorei esse soneto que muito me fez pensar.

Beijinhos