Sonetos : 

No Sepulchro de Alguém

 
Descanso o meu olhar sobre uma lousa,
despojo final, sem luz nem Vida,
de Alguém que amei e Jaz repousa,
eterna, silenciosa e tranquila ...

Minha colcha de oiro fino e de cetim,
não pôde a fria tumba, docemente,
desfazer a cama de ilusões, amarga e sem fim,
que a Vida te fez viver, intensamente!

E o vento passa! Leva, traz, murmura!
Lânguidos suspiros, silêncio absorto, sonhos d'água ...
Invejo a tua campa, minha amada, solitária sepulchtura ...

Quem ama como eu sorri à morte!
Triste desespero, lamento, agonia, mágoa ...
Eu vivo - tu morres! Triste sina - má sorte!


Ricardo Louro
em Évora


Ricardo Maria Louro

 
Autor
Ricky
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