Prosas Poéticas : 

Ecos em comunhão

 
 
Ver-te neste sonho iluminado

é sentir a luz que reentra pela fresta

dos ecos quase impalpáveis

clareando aqueles dias originais

unindo-nos numa combustão

fraterna…quase Divinal


É a fome de minha’alma percorrendo

todas as artérias em coesão

rumo às alegrias que por lá

deixámos em comunhão

até nos deflagrarmos

numa perfeita cremação


É a poesia que transporto

nas cinzas do tempo

repleta de palavras fecundas

inundando cada instante

de amor

nunca antes inacabado

tragando-nos quase até

à festa de toda uma eternidade

perdendo-me eu por ti

virtualmente enamorado


É hora de acordar

minha’alma

abraçando-te numa

rima quase inacabada

sonhando-te meiga

prostrada

citando-te com beijos

de amor expressos

na omnipotência dos silêncios

hoje revelados em absoluto


É este o sacrifício no átrio da vida

impelido por uma saudade

derradeira

esboçada nos mais simples vestígios

ou presságios do teu ser

que fugiu

deixando-me perplexo de uivos

e alívios

teu intacto perfume

transpirando-me de assédios

desconcertantes que vivem desesperados

no teu encalço

embebedados

por tantos regateados queixumes


É tempo de resguardar

o que fomos neste

tempo lúcido que nos foge

tão óbvio

É este o fado

do destino cadáver

que segue paciente

neste quotidiano de impossibilidades

em desalinho e tão irreverentes

onde meu corpo não tem

mais lugar

e onde toda minha’lma

me deixa vagando

assim feliz

sem extravios …rumo a ti

pra sempre depois do madrugar

tu de vida toda me avivar

FC

 
Autor
Frederico
 
Texto
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