Poemas : 

O que o bardo trazia no peito

 
Sabiam amiúde tudo que o bardo trazia no peito,
além do aberto coração iluminado atrás da perna,
e com a sisudez férrea de quem fugiu do eito,
logo aterrorizava os pratos na janela da caserna.

Nos olhos tinha todo brilho de castiçais barrocos,
via os reflexos do alumínio alimentando a cisterna,
resquícios leves das carraspanas dos cachos ocos,
flanando sem olhar de banda o passado da baderna

Jamais se vergaria implorando acessos à venturas,
que ramos brotassem na parede daquele abismo,
nem outra vez ouviria o som do bandolim nas alturas.

Restou a pele esticada como chita, com respaldo,
fulcro na felicidade tangível provocando cataclismo,
não cria na contabilidade do dia ter luzes como saldo.

 
Autor
FilamposKanoziro
 
Texto
Data
Leituras
555
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
11 pontos
1
1
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 23/11/2015 15:54  Atualizado: 23/11/2015 15:54
 Re: O que o bardo trazia no peito
muito bom mesmo, em especial o ultimo trecho, fechamento perfeito para um texto idem

Parabéns pela "sacada"