Sonetos : 

Soneto da abrupta escopolmina

 
Cem mil vezes penhorei numa réstia de desapegos
que desse surto psicótico que te queda a morfina,
orbe côncava de Narciso cozido em fogos gregos,
abrupta remova-te a boa purga de escopolamina.

Que dia haja que transcendas habitual demência,
olvidados elogios próprios à loucura de Erasmo,
recolhes dinheiros de prata, paga da insolência,
sejas prior no mundo pr’onde trarás o marasmo.

Posto cogito cedo demais para saires das trevas,
a antevisão das tuas vicissitudes trariam prolapso,
na hieroglífica inveja de ti mesmo, festivo colapso.

Cem mil vezes entediado das sandices das cevas,
os urubus e caranguejos penhorei tais honrarias,
abrupta escopolamina que te traga exímios dias.










 
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ReflexoContrito
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 03/12/2015 19:47  Atualizado: 03/12/2015 19:47
 Re: Soneto da abrupta escopolmina
Um belo poema de encher os olhos, simplesmente lindo