Poemas : 

Sem pernas para andar

 
Versos de cansadas preces
Ilusórias,

Ao longe as alucinadas miragens de um barco náufrago
Que nunca teve remos,
Duma praia sem pernas para andar.


Enquanto uns rezam
Sem se mexer,
Outros fazem acontecer

 
Autor
Esqueci
Autor
 
Texto
Data
Leituras
317
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
11 pontos
1
1
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 20/07/2023 17:09  Atualizado: 20/07/2023 17:11
Usuário desde: 06/11/2007
Localidade:
Mensagens: 1942
Online!
 Re: Sem pernas para andar
Gostei sobretudo da última estrofe.

Parece um aforismo incontestável.

Todo o poema tem uma forte construção.
A divisão das estrofes provocam no leitor tempo para pensar. Quase que força.
Porque mesmo a primeira estrofe, amarga e dura, entra em conflito consigo mesma.
As "...preces..." não deixam de ser sonhos, ou desejos. O que é o Homem sem eles?
Embora o sujeito poético se refira a um determinado tipo: as "...cansadas...".
A insistência no erro está sob fogo.

Gostei na segunda estrofe da personificação da "...praia...", poiso idilico, de vereneio.
O paraíso que suscita tem uma acção impactante. Não que o "...barco..." "...sem remos..." não tenha também o simbolismo forte de perdição.

Um Éden por atingir.

Rezar só não chega.
Pois.

Pois, Esqueci andavas desaparecida.
Mais ainda duma composição tão boa, que te reconheço e aprecio.

Bem hajas irmã