Poemas : 

Entrelinhas

 
Um corpo em si, que em chama se incendeia,
Após rugido, grito altitonante
Espoja mil pegadas pela areia.
Somente um dedo mostra que é gigante.

Não tem tritão, senão, não tem sereia.
Não tem Ulisses triste, nem distante.
Nem mesmo existe Circe com sua peia.
Nada que prenda um cavaleiro andante.

Em vão, volita a ave em seu regresso
Buscando por tesouros destroçados
Nas vagas vagarosas e marinhas.

Porém, nem sempre vem, assim, sucesso
Quem ousa versos frouxos e rasgados
Quem deixa seus recados...entrelinhas!


Gyl Ferrys

 
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Gyl
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Enviado por Tópico
ZeSilveiraDoBrasil
Publicado: 20/01/2024 02:31  Atualizado: 20/01/2024 02:33
Administrador
Usuário desde: 22/11/2018
Localidade: RIO - Brasil
Mensagens: 1917
 Re: Entrelinhas
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Por recomendação médica, no afã de repor elementos naturais e melhorar a leitura dos hemogramas pós quimioterapia, faço caminhadas breves numa praia deserta desde o despontar do sol até o primeiro sopro morno das manhãs fluminenses. Ontem fiquei absorto com os voos dos albatroz e posteriormente nos pousos em grupos.

Em vão, volita a ave em seu regresso
Buscando por tesouros destroçados
Nas vagas vagorosas e marinhas.
Porém, nem sempre vem, assim, sucesso


A partir da estrofe selecionada, criei a imagem de o texto antes de migrar pelo olhar d'outro ledor, que, talvez ofereça-me o mesmo voo que oferecido nas entrelinhas.
Aquele abraço caRIOca!

Enviado por Tópico
Paulo-Galvão
Publicado: 20/01/2024 14:45  Atualizado: 20/01/2024 14:45
Usuário desde: 12/12/2011
Localidade: Lagos
Mensagens: 1176
 Re: Entrelinhas
Olá Gyl,
Gostei do poema. Boa reflexão relativizando de forma acutilante o "sucesso" num soneto primorosamente estruturado.
toda a ave ao volitar
pode perder, pena cadente,
no sue regresso constante...

Abraço

Paulo