boneca noiva branca era desejo
camisolas com coelhos de inverno
para escrever nas linhas do caderno
prenhe de letras grandes sem arejo
velas, luzes havia com festejo
pães torrados com nestum no inverno
pais colados à vida num eterno
e vozes gravadas num azulejo
só pneus em máquinas de costura
entendem os dias nus de domingo
só as borboletas idas veem cura
ninguém vê um cão fugido em flamingo
a dor estende-se na estrada alvura
a cor ausente permanece em bingo
uma menina cresce num bocejo
ardem as árvores num vale consterno
o medo anda na mochila num beijo
em sapatos novos que já não alterno
em caixas de música sem esterno
que saltam paredes sedes altura
e o som frio ondula ao rei sol fraterno
volta para mandar sair loucura
tu rua suja mulher vento impura
sem saias rodadas que não distingo
sem ter mais que um peito forte em abjura
e umas linhas para tecer mandingo
e louvores enviados por pombos
e nas gentes vislumbrar escombros.
e sou do sítio das borboletas monarcas azuis