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Olhar Cego (32ª Poesia de um Canalha)

 
A mão treme no calor dum espinhoso palavreado
Ignora o leitor e ignora o autor, ignora a tua voz
Cegou-se embrulhada pelas metáforas do sorriso
Que matreiro se fecha em si num gozo declarado
Feito gente culta a deslizar na garganta sem nós
E a mão que ainda treme enlouqueceu sem juízo

E tu, poeta que te dizes poeta da vilã melancolia
E eu, que me descrevo sábio da noite para o dia
E nós, ali nascidos labirinto de vida qu'ela perdia
Verbo a rimar sem rima, de cor a preto e branco
Declamador barato de rua em rua, o saltimbanco
Que te canto, que da palavra perdida te arranco

Escrevo-te aqui esta vida que escreves sem vida
Faço-me rascunho de ti e daí página amarrotada
Grito-te, não me ouves, leio-te em silêncio curto
És tão poeta quanto eu e aquela miséria perdida
Que tão docemente chamas poema à tua amada
Rasga-te e rasga-me contigo no ler que vi morto


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
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Alemtagus
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Enviado por Tópico
umadesconhecida
Publicado: 28/09/2024 12:36  Atualizado: 28/09/2024 12:36
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Usuário desde: 20/09/2024
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Mensagens: 44
 Re: Olhar Cego (32ª Poesia de um Canalha)
Um belo poema.

Gostei de ter lido.

Fique bem.


Enviado por Tópico
HorrorisCausa
Publicado: 28/09/2024 15:15  Atualizado: 28/09/2024 15:15
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Mensagens: 3740
 Re: Olhar Cego (32ª Poesia de um Canalha)/ Alemtagus
olá alemtagus

pois é... que dizer`? diz.me tu.

se o verde , além de ser uma cor . pode significar muita coisa: esperança, imaturidade ( estado de maturação)...por aí fora. " whatever"
eu, que não sou daltónica, preciso de sentir com as pontas dos dedos, fazer as pontes, arcos e neste caso íris.
fez.se arco íris a todas as cores que consegui !a ligação enquanto lia, não morta, bem viva vale mesmo ler.te

juro...até queria ter que te dizer...opah! cresce e escreve. ai que raiva verde estou! :)

atenciosamente
HC


Enviado por Tópico
Aline Lima
Publicado: 01/10/2024 02:05  Atualizado: 01/10/2024 03:33
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Mensagens: 693
 Re: Olhar Cego (32ª Poesia de um Canalha) p/Alemtagus
Caro, Alemtagus.
Muito me agrada a reflexão e a crítica nas camadas do teu poema. Se a arte das palavras se tornar vazia, que ela possa ser rasgada e depois reescrita exatamente assim, por alguém que escreve e vive a poesia.
Teu poema provoca e instiga. Gostei imenso.