Na esperança ténue, fugidia,
De encontrar agora a palavra douta,
Que busco e rebusco dia após dia,
E julgada encontrada é sempre ignota…
Na distância infinita e remota,
Que me aparta da tal sabedoria,
Na enfermidade da alma que se nota,
Que é morte que se vence a cada dia…
Oiço música… Ó taciturnidade!
Ó grande sentimento sem idade!
E que é de ti, fulgor da vida humana?!
Diz-me o tempo que passa e que me engana:
Não se castiga mais a alma leviana,
Que furtar-lhe a luz pela eternidade.
31 de Julho de 2002