Vem do céu ou das nuvens indistintas,
Das aves saciadas ou sedentas,
Em noites insones ou sonolentas,
Ou quem sabe de fogueiras extintas.
Ou talvez venha de ti sem que a sintas,
Sinto-a eu em guinadas violentas,
Se o que piso são lajes lamacentas,
É em verdade que o digo ao fim dos trintas.
E é chuva ácida que ao secar ensopa
O vestido mais lindo da cachopa,
Noutra acepção é cloreto de sódio…
Quando pinga ardem no cabo da Europa,
Lágrimas eternas ou de episódio,
Borrões de alegria, ira, amor e ódio.
23 de Junho de 2011
Viriato Samora