Se houvesse neste mundo uma resposta,
Um elixir, um bálsamo que fosse,
Uma palavra fugitiva e doce,
Daquelas não ditas a quem se gosta…
Talvez numa garrafa dada à costa,
Num dia o mar a levou, noutro a trouxe,
Sete mares singrou e o sol pôs-se,
Veio oculta então pela noite imposta.
A palavra é não, toda negação,
Toda ela vacila e toda ela é aço,
Erguida na sombra da luz desfeita…
Fez-se homem o verbo da inquietação,
E da certeza desse erro tão crasso,
Brotou a palavra eu tão imperfeita.
20 de Janeiro de 2014
Viriato Samora