Quando te impuserem quaisquer limites,
E encarcerarem o teu pensamento,
Pode não haver mão, mesmo que grites,
E pairar o abutre do desalento.
Violência, ódio, não incites,
Mesmo à injustiça, sem ressentimento,
Logo que a luz te toque, não hesites,
Agarra-a! Fá-lo teu esse portento!
Guarda-me no teu tempo, ainda que baço,
Que um dia virá e já não te abraço,
E essa será a mortal das minhas falhas…
Avoca a macieza do teu aço,
Teu rocinante em todas as batalhas,
Porque a maior força é seres Muralhas!
28 de Março de 2022
Viriato Samora