À minha porta, era de madrugada,
Bateu o destino sem esperar,
Perguntei-lhe: quem é? Não disse nada,
E num olhar pedi-lhe para entrar.
À minha porta, era de madrugada,
Dedos finos de febril sedução
Tocaram os meus, numa só chamada
Dos olhos cegos pela perdição.
À minha porta, era de madrugada,
Quando um sonho se fez e se desfez
À sombra da tua luz projectada.
À minha porta, era de madrugada,
Toda vestida na tua nudez,
Foste o calor que me furtou a geada.
04 de Setembro de 2000