Agora que o silêncio impera,
Magnânimo, absoluto e sepulcral,
Senhor do tempo, do bem e do mal,
Dos proscritos, de quem se desespera…
Prenhe de ódio, o amor fez-se fera,
Ferido, mas resistente e brutal,
Mais forte que qualquer outro animal,
Sobrevive como mito à sua era.
Silêncio, tu que és todos os sons,
Escuta-te e a mim nesta boa hora,
Que é de dor vinda de dentro para fora…
És meu confidente pela vida fora,
És ritmo e compasso e todos os tons,
Só não és deus, mas tomaste-lhe os dons.
21 de Fevereiro de 2006