Absorto na noite que me povoa,
Diz-me do céu a estrela mais brilhante,
Do imenso universo escolhida à toa,
Pela voz do seu bicho mais cantante.
Mas nenhum canto natural se entoa,
Nenhuma força cósmica gigante
Pára a dor que faz doer sem que doa,
Nem a brisa tépida do levante.
Infinito o segundo em que se morre,
Quando se parte, mas já não se corre,
Por temor da vitória e da derrota…
Entre estar e não estar sem ver rota,
Não sente a alma o que o sorriso denota,
Seja ao menos tinta o sangue que escorre.
13 de Junho de 2009