Sonetos : 

Na madrugada insone da desgraça

 
Na madrugada insone da desgraça,
Entre os dedos apertada e descida,
Pela mesma mão que ao dia ergue a taça,
Eis a espada da descrença suicida.

Víbora que nos dedos se entrelaça,
Lasciva, traiçoeira e destemida,
É beijo que na boca se amordaça,
É cruz que arde bem no inferno benzida.

E a cerviz que ao gume se oferece,
Inerte o corpo, entregue e sem pudor,
Desmembrado de alma e razão atenta…

Mas o coração que desobedece,
Preferindo viver em estertor,
Suplica-lhe o prazer da morte lenta.

30 de Agosto de 2009

 
Autor
ViriatoSamora
 
Texto
Data
Leituras
18
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.