Há um antes e depois da paixão,
Um marco no tempo não dominado,
Duas pessoas num só coração,
Dividido entre o certo e o errado.
Para bem ilustrar, cante-se o fado!
Castigue-se a guitarra sem perdão!
O antes e o depois num tom sublimado,
Cantem-se na Rua do Capelão!
Antes e depois, dois velhos amantes,
Duas vogais entre duas consoantes,
Numa só palavra dita e banal…
Vida, ainda que por breves instantes,
Sabe ao gosto dum tudo intemporal,
Com paixão, no fim crê ser imortal.
27 de Janeiro de 2022
Viriato Samora