Sonetos : 

Num movimento perpétuo, obsceno

 
Num movimento perpétuo, obsceno,
Descuidado e lançado à desventura,
Do tempo em que não há tarde nem cedo,
A mão aberta acenava à ternura.

Deu-se para sempre esse breve aceno,
Como uma boca cega que procura
O beijo rebelde de tão sereno,
Ao som oco e hipnótico de uma jura.

Por todo o lado, mansamente e calma,
A paz dos justos, mais injustamente
injustiçados, poisou densa e forte…

E sem raça nem credo, a branca palma,
Transcendendo a dor, pondo-se-lhe à frente,
Meneou aos ventos de sul para norte.

16 de Novembro de 2010

 
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ViriatoSamora
 
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