Disse-me um mensageiro que adoeceste,
Como se a flor no prado, enfim, murchasse,
Quase a erva tocando, sem que a agarrasse,
Assim me falou sobre a flor silvestre.
Mas o sol erguendo-se ali, a leste,
Dourando a face, como se a beijasse,
Quente na tua boca, se falasse,
Fez-se em ti como num corpo celeste.
Surgiste, então, esplendorosa e bela,
Ufana à proa duma caravela,
Singrando um mar verde de chão só teu…
E eu captei-te nesta única aguarela,
Pincelei sobre a morte, a doçura, o breu,
Vê tu, mensageiro, a flor renasceu!
06 de Maio de 2022
Viriato Samora