Sonetos : 

A sombra inquietante, volátil, feia

 
A sombra inquietante, volátil, feia,
Vem dali para aqui; regressa e não
pára, nem abranda a mera ilusão
Vivente estrangulada numa ideia.

Faz-se nos tectos, paredes, no chão,
No sangue que intumesce a fina veia,
Num verso, mesmo que ninguém o leia,
A sombra maldita do coração.

Ah! Se uma luz a rompesse e dissesse,
Numa voz mansa que perdoa e esquece,
“Pobre sombra, que sem mim não existes…”

E sempre à sombra da sombra anoitece,
Cobarde e dependente, porque insistes?
Tão preciosa alma és dos dias tristes.

29 de Novembro de 2011


Viriato Samora

 
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ViriatoSamora
 
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