Vendo a praia e tocando o firmamento,
Melancólico o sol em mim pousado,
Abraçado à sombra, ao colo do vento,
As guitarras do mar gemem um fado.
Vem pesada e densa, que não aguento,
A voz da noite num tom sussurrado,
Mais falante ao peito que ao pensamento,
Lembrando o beijo que nunca foi dado.
E nisto se levanta a tempestade,
Meu ser ressuscitado com trovões,
E a cada relâmpago fulminado…
Na areia onde durmo a mim abraçado,
Vivo dentro do sonho as ilusões,
Dos dias prenhes de adeus sem saudade.
23 de Setembro de 2009