A demanda por ti não tem sucesso,
À luz da noite, que a cega e desvia,
Nessa busca em que tão forte, tremia,
Medo à partida, temor no regresso.
Fui ver se te via, mas não havia
já paixão no compasso em que te meço,
Nem adeus no cais em que me despeço,
Fui ver de ti, crente onde já não cria.
O que procuro destrói a honradez,
Das entranhas do tempo que não tenho,
No espaço sideral donde não sou…
Guardo as palavras da tua mudez,
São asas no instante em que me despenho,
Tudo o mais é pó que se eternizou.
08 de Setembro de 2022
Viriato Samora