A tormenta dos blocos de cimento,
Graníticos pensamentos obtusos,
A dor recrudescendo num portento,
E o escuro dando caminhos escusos.
Assim falam os costumeiros usos,
Trespassando os tempos com fogo lento,
Esbulhando o peito incertos intrusos,
No ganho incessante do esquecimento.
Essa fala que afaga, todavia,
Corroída pela sua hipocrisia,
Sofreu uma apoplexia e tremeu…
Calou-se para sempre a melodia,
Tão presente e não mais apareceu,
Será que vive ou será que morreu?
22 de Janeiro de 2011